Como Steve Martin Fez Seu Humor Com Bobagem, Não Política

Como Steve Martin fez seu humor com bobagem, não política – 02/04/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Muito antes de virar referência no stand-up e um dos atores de comédia mais quistos de Hollywood, Steve Martin decidiu estudar filosofia. Aos 20 e poucos anos, ele já sabia que seu lugar era o palco, mas insistiu na formação acadêmica porque queria aprender a usar os conceitos filosóficos para desenredar porquê arrancar risadas genuínas das suas plateias, ainda diminutas à quadra.

Décadas depois, o ator vai descrever porquê resolveu a charada. “Steve! (martin): Documentário em 2 Partes”, dupla de filmes que estrearam na plataforma de streaming Apple TV+, partem da puerícia sonhadora de Martin, mostram os altos e baixos de sua curso e tentam explicar porquê ele virou nome incontornável do humor americano.

Martin sempre negou a teoria de ver sua vida contada num documentário. Até que, há três anos, sua postura passou de ‘não’ para ‘talvez’, e o cineasta Morgan Neville ficou sabendo.

“Fui almoçar na mansão de Steve e tivemos uma conversa muito lítico. Não sobre um filme, mas de outras coisas. No término ele disse ‘ok, vamos filmar’”, diz o diretor, que está por trás de “A Um Passo do Estrelato”, documentário vencedor do Oscar em 2014.

Neville quis fazer dois filmes porque as diferentes fases da curso de Martin não estavam encaixando no quebra cabeça montado pela edição. O longa intitulado “Then” fala sobre sua subida no stand-up, das pequenas plateias aos estádios lotados; o outro, “Now”, é mais intimista, e mostra Martin nos dias de hoje, com quase 80 anos, sentindo os efeitos do sucesso na sua vida pessoal.

Levou tempo até que o ator começasse a ver seu público crescer, a lucrar bom quantia e a conseguir o carinho da prensa, mostram os documentários.

A certa profundeza, sua curso ameaçou despontar, mas ele ainda precisava se inclinar por quantia. Foi numa dessas que topou se apresentar num evento organizado pela revista Playboy, referto de garçonetes vestidas com pouca roupa e ouvido de coelho. Naquele dia, o ator se perguntou quando faria o show de comédia com o qual sempre sonhou.

Com a Guerra do Vietnã, a comédia americana vinha ganhando contornos políticos. Martin, no entretanto andou na contramão, ficando cada vez mais truão. Fazia perdão se lambuzando de chantili com uma casca de banana na cabeça, e frequentemente usava orelhas de gato em cima do palco.

Por um tempo, a galhofa não repercutiu muito. O ator ouviu que era namorado e que só tinha chegado onde chegou por sorte. Na prensa, se referiam a ele porquê “comediante”, assim, entre aspas, de forma irônica.

Para Neville, foi justamente a bobice que o levou adiante. “No meio dos anos 1970, período em que a comédia estava deixando de ser só sobre política, Steve fez um dos seus personagens permanecer mais lerdaço e arrogante. Ele era a pessoa perfeita para ir além da contracultura e ter essa sacada. A comédia dele funcionou porque era muito mais humana do que sobre o mundo.”

Martin de indumento explodiu depois disso. Virou um dos únicos comediantes capaz de lotar estádios com dezenas de milhares de pessoas. “Mudou o stand-up completamente. Ele dava conta de palcos maiores que bandas porquê Fleetwood Mac e The Eagles. Era um rockstar”, afirma o diretor.

Foi também na metade da dezena de 1970 que ele virou apresentador do Saturday Night Live, um dos programas de entretenimento mais famosos dos Estados Unidos, expandindo ainda mais seu alcance.

Dos palcos para a TV, e depois ao cinema, Martin enfileirou filmes. Fez “O Panaca” em 1979, “Cliente Morto Não Paga”, que saiu em 1982, e “O Médico Erótico”, lançado no ano seguinte. O longa “Três Amigos”, de 1986, marca seu primeiro trabalho com Martin Short, de quem virou colega próximo e com quem hoje divide o protagonismo da série “Only Murders in the Building”, que tem no elenco ainda a cantora Selena Gomez.

Short e Gomez, aliás, aparecem no documentário. Participam também as artistas Tina Fey, comediante por trás do novo “Meninas Malvadas”, e Diane Keaton, que fez um par com Martin em “O Pai da Prometida”, de 1991.

Neville conta que teve liberdade para filmar o documentário porquê queria, ainda que tenha recebido de bom grado os pitacos de Martin. “Ele trazia ideias e fazia perguntas, expondo suas próprias ansiedades em relação aos filmes. Eu só disse ‘por que você não coloca seus pensamentos para fora em forma desenhos animados?’”, conta.

É por isso que pipocam pela tela intervenções gráficas. Os cartoons ajudam a descrever a história do ator e às vezes servem até porquê solução para exigências feitas por ele próprio —Martin desenhou a figura de uma rapariga para esconder a filha quando ela aparece. “Foi uma forma de dar a ele voz para expressar porquê se sentia”, diz o diretor.

Folha

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