Conheça A Nervosa, Banda De Metal Formada Só Por Mulheres

Conheça a Nervosa, banda de metal formada só por mulheres – 01/04/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Que a plateia e as bandas de metal são mais masculinas, é um indumentária, mas isto parece estar mudando ano a ano. Aumentou bastante a presença feminina na cena de metal de 1999 para cá, observa Prika Amaral, a vocalista e guitarrista da Nervosa, um conjunto só de mulheres que leva sua mistura corrosiva de thrash e death metal para o palco do festival Summer Breeze Open Air, em São Paulo, no final de abril.

“É muito lícito ver que tem uma geração mais jovem do final dos anos 1990, primícias dos anos 2000, que está muito inserida no metal. A gente fica muito feliz porque isso perpetua o metal e a presença da mulher na cena, também”, afirma Prika, com a experiência de quinze anos na Nervosa, orquestra que surgiu em São Paulo mas que hoje está baseada na Europa e tem mulheres de vários países na sua formação.

O grupo trará o show de “Jailbreak”, seu mais recente disco, lançado no ano pretérito e que é o mais diversificado musicalmente na história da orquestra, segundo Prika, por misturar, em suas 13 músicas, diversos tipos de metal. A tira título, por exemplo, é um thrash com traços de heavy metal tradicional, enquanto “Gates to the Fall” está mais para o lado do death metal. Afora isso, há elementos de punk salpicados pelo álbum, que tem um siso de velocidade e urgência nas composições.

Se Prika tivesse que escolher uma única música para simbolizar o álbum, seria a própria “Jailbreak”, pelo significado da letra, que ela conta ter escrito para que os fãs de metal possam se unir, se sentirem orgulhosos de quem são e terem coragem de encarregar em si mesmos. O título da tira faz menção à fuga de presidiários, à quebra de amarras, e Prika canta, em vocal gutural, que é para os metaleiros navegarem rios de sangue para se libertarem do que os prende.

“Jailbreak”, quinto disco da orquestra, marca a estreia de Prika nos vocais, depois de 25 anos tocando guitarra, primeiro uma vez que uma pequena de Bragança Paulista que sonhava em ter uma orquestra e a partir de 2010 uma vez que integrante da Nervosa, grupo hoje respeitado na cena, com uma sólida curso internacional.

“Eu vou me descobrindo, trovar é um repto novo. De alguma forma eu fiquei um pouco mais próxima do público, dos fãs, por ter mais voz, conversar mais, isso me conecta com as pessoas”, ela conta, acrescentando que está gostando da experiência. Antes, o posto era ocupado por Fernanda Lira, hoje vocalista da Crypta, orquestra de death metal só de mulheres.

A tese de Prika de que a presença feminina no metal está cada vez maior fica clara no Summer Breeze, festival onde se apresentam outras bandas de formação mista, com homens e mulheres —as holandesas Within Temptation e Epica, ambas de metal sinfônico com possante apelo melódico; a italiana Vazio Coil, que pende para o gótico; a brasileira Torture Squad, de death e thrash; e a finlandesa Battle Beast, que mistura power metal com heavy metal.

Festival surgido em 1997 na Alemanha, onde ocorre anualmente, o Summer Breeze Open Air chega agora à sua segunda edição no Brasil. No ano pretérito, 36 bandas se apresentaram em dois dias para um público de 25 milénio pessoas, que formaram um formigueiro de camisetas pretas no Memorial da América Latina, em São Paulo. Neste ano, a produção foi mais ousada —aumentou para três os dias de shows e chamou 59 bandas, de diversas vertentes do metal.

Os shows se dividem em quatro palcos, mas há uma comodidade para o público —os dois maiores ficam grudados lado a lado, de modo que enquanto uma orquestra se apresenta em um, o outro é prestes para a atração seguinte. “A troca é muito rápida de uma orquestra para outra”, diz Claudio Vicentin, CEO do festival e um dos responsáveis por trazer o Summer Breeze ao país. No ano pretérito, o pausa era entre cinco e dez minutos, unicamente.

Vicentin conta que a proposta do festival é trazer alguns clássicos —uma vez que Merciful Fate, Anthrax e Gene Simons do Kiss— com bandas que estão despontando na cena —exemplo do Cultura Três, projeto paralelo de Paulo Xisto, o baixista do Sepultura. O Summer Breeze não se preocupa em ir detrás dos grandes medalhões, uma vez que Iron Maiden e Metallica, ele acrescenta. A escolha dos nomes é dividida entre uma equipe no Brasil e outra na Alemanha.

O festival terá neste ano um tanto já presente na edição anterior, e que facilita para matar o tempo entre uma orquestra e outra —atrações paralelas aos shows. Há uma feira de tatuagem com dezenas de profissionais, lojinhas de CD, vinil e camiseta, um mercado com produtos geek, sessões de autógrafos com secção das bandas do line-up e até um espaço para crianças, onde elas ficam enquanto seus pais assistem aos shows. “Mais de quinhentas crianças já compraram ingresso para esse ano”, diz Vicentin.

Folha

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