Conheça O Prédio Na Vila Olímpica Feito Por Brasileiros

Conheça o prédio na vila olímpica feito por brasileiros – 25/07/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Dos muro de 40 prédios que compõem a vila olímpica em Paris, pelo menos um tem influência brasileira, o Universeine, projetado pelo escritório de arquitetura Triptyque. A frontaria, modular e marcante, apresenta uma mistura de materiais entre o concreto, a madeira e o aço, pontuada por vegetação —elementos frequentes nos prédios que o Triptyque espalhou por São Paulo, principalmente nos bairros da Vila Madalena e do Sumaré, ao longo de duas décadas.

O escritório foi fundado no ano 2000, na capital paulista, e hoje é encabeçado pelos sócios Guillaume Sibaud e Olivier Raffaëlli, que mantêm a identificação do grupo uma vez que “franco-brasileiro” mesmo depois de perderem sua representante não francesa, a arquiteta Carol Bueno, morta há muro de três anos, vítima de um cancro.

O Universeine está voltado para uma rossio ampla, dialogando com o entorno e outros prédios da vila. Segundo Sibaud, a relação entre os diversos edifícios, elaborados por diferentes escritórios, reflete a intensa colaboração internacional entre os arquitetos no processo de idealização da vila. “Cada um levou sua maquete para a implantação universal e até modificou os projetos em função das conversas”, diz.

A proposta, segundo o comitê gaulês, é promover os jogos mais sustentáveis da história. Para isso, cada metro quadrângulo construído conta. O Universeine foi pensado para ser reversível, ao mesmo tempo que econômico nos materiais e sistemas envolvidos. O uso da madeira, as vegetalidade na cobertura e a instalação de placas solares, entretanto, são soluções parciais. “A teoria era erigir o mínimo verosímil”, diz Guilleaume.

Em risca com essa premissa, Paris está priorizando o reaproveitamento de construções preexistentes, uma vez que uma piscina das Olimpíadas de 1924. O prédio projetado pelo Triptyque está localizado em Saint Denis, uma dimensão periférica, à orla do rio Sena e ao setentrião da região metropolitana da capital francesa.

As unidades habitacionais terão uma formato temporária, durante os jogos, e a partir de setembro uma reforma vai transformá-las em apartamentos que serão destinados à habitação social, assim uma vez que nos Jogos Pan-Americanos de 1963, em São Paulo.

Na ocasião, os prédios construídos para homiziar os atletas depois se tornaram o Crusp, conjunto residencial talhado à habitação social de estudantes da Universidade de São Paulo. Enquanto isso, a vila dos atletas nas Olimpíadas do Rio, em 2016, se tornou um empreendimento imobiliário.

A graduação, a preocupação ambiental e a dificuldade da proposta, no entanto, tornam a experiência parisiense distinta. “A teoria não era gerar um vilarejo de atletas, mas um novo bairro para a cidade, impulsionando mudança em áreas carentes”, diz Guillaume.

O imóvel abrigará muro de 450 atletas da delegação dos Estados Unidos, em 300 quartos de aproximadamente 15 metros quadrados cada, que se transformarão em 125 apartamentos, com unidades entre 30 e 105 metros quadrados.

A ventilação cruzada foi maximizada, e a orientação das fachadas foi pensada de forma a minimizar a incidência de sol direto nas unidades. A estrutura de madeira das fachadas, em camadas, também tem o objetivo de diminuir as variações de temperatura dentro dos apartamentos.

Ainda assim, a decisão tomada pelos organizadores de não incluir ar condicionado nos apartamentos na vila olímpica gerou rumor, com a promessa de um sistema de resfriamento através de canos de chuva sob o piso. A prefeitura de Paris defendeu a escolha, pedindo que as comissões nacionais “confiem na ciência”.

Diversas delegações, entretanto, optaram por levar seu próprio sistema de ar condicionado portátil e temporário, entre elas a dos Estados Unidos. A delegação brasileira também decidiu alugar 130 equipamentos de climatização para o prédio onde estará instalada, afirmando que o reaproveitamento das máquinas depois os jogos está guardado.

Guillaume diz que a proposta demanda que os futuros moradores estejam dispostos a “tolerar os poucos dias de calor extremo” na região, com auxílio das soluções alternativas que amenizam a temperatura, contando com a calefação para os dias de indiferente —mais intensos e perigosos na França, segundo ele.

O tempo deve atestar o real desempenho dessas propostas, mas, se o esporte envolve pôr o saudação e a justiça supra da vitória individual, talvez haja alguma coisa semelhante na construção de uma cidade sustentável, com concessões em nome da coletividade.

Folha

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