Conheça paula azevedo, a presidente de inhotim 03/05/2025

Conheça Paula Azevedo, a presidente de Inhotim – 03/05/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Três onças vivem nas reservas ambientais que margeiam Inhotim, o museu a firmamento descerrado em Minas Gerais, localizado numa região de transição entre dois biomas, o fechado e a mata atlântica. Evidente dia, um dos funcionários da instituição ouviu o rugido de uma delas, que rondava o terreno da instituição .

“Eu nunca lidei com onça, sabe, é uma loucura”, conta, em tom surpreso e bem-humorado, Paula Azevedo, presidente de Inhotim, acostumada a se preocupar com o financiamento da instituição —não com felinos selvagens. Ela ligou para um órgão responsável por animais silvestres e relatou o visitante inesperado. “É um lugar muito permitido de tirocínio. Acho que consigo abraçar isso sem enlouquecer.”

Há 15 meses, Azevedo está no comando do museu que virou um dos principais atrativos turísticos de Minas Gerais ao reunir, em meio a uma espaço verdejante pouco menor do que a do parque do Ibirapuera, em São Paulo, galerias de grandes nomes da arte contemporânea em prédios de arquitetura notável —e, desde o ano pretérito, um hotel de luxo que, embora esteja dentro de Inhotim, tem outro proprietário.

Seu duelo, ela afirma, é pensar na perenidade da instituição que, às vésperas de completar 20 anos da brecha para o público, em 2026, se tornou independente de seu fundador, Bernardo Silêncio. O empresário ligado ao ramo da mineração não tem mais nenhum papel de gestão em Inhotim, segundo Azevedo, e não injeta mais quantia na instituição que criou a partir de sua coleção de arte e financiou por mais de 15 anos.

Agora, para sustentar seus 520 funcionários e manter as 58 edificações —entre pavilhões de artistas, galerias e prédios administrativos—, Inhotim se vê na mesma situação dos principais museus do país, muito dependente de quantia público da Lei Rouanet. As contas fecham com patrocínios diretos e a receita da bilheteria e de demais fontes, uma vez que a loja e os restaurantes.

“Meu projeto é deixar um marco de gestão”, diz Azevedo, entre um gole e outro de Coca Zero num bar em Inhotim, ao qualificar seu função de “um enorme duelo”. Ela conquistou a presidência depois de passar dois anos uma vez que vice, posição para a qual havia sido convidada por Bernardo Silêncio.

Filha de um profissional do mercado financeiro e de uma padrão que estampava capas de revistas na dezena de 1960, a paulista teve um pai muito preocupado com quantia e uma mãe que vivia cercada de artistas. Foi assim, ela conta, que nasceu sua paixão por arte.

Ela se considera curiosa e diz que aprende rápido. Autodidata, não concluiu a faculdade, mas isso não a impediu de ocupar, por mais de uma dezena, cargos de direção no Museu de Arte Moderna de São Paulo, no Instituto Tomie Ohtake e no Instituto de Arte Contemporânea. Nas instituições paulistanas, aprimorou as habilidades de gestora e cultivou contatos com personalidades da arte e dos negócios, gente que influencia o pensamento e o PIB do Brasil.

Azevedo, de 50 anos, lembra ter chegado a Inhotim no rastro de situações muito difíceis —as acusações contra o fundador do museu por lavagem de quantia, pelas quais foi réprobo e depois absolvido, o rompimento da barragem de Brumadinho, da mineradora Vale, em 2019, sinistro que deixou 247 mortos, um surto de febre amarela na região e a pandemia, que acarretaram a subtracção de visitantes.

Ela é uma exceção no cenário das artes, oferecido que os museus mais importantes do Brasil, o Masp e a Pinacoteca do Estado, têm homens no comando, e uma instituição de relevância uma vez que o Museu de Arte Moderna de São Paulo, por exemplo, é representada por seu curador-chefe, embora seja presidida por uma mulher.

“Acho que toda mulher no papel de liderança se sente sozinha. É uma exigência da luta feminina pela propriedade daquele lugar [de poder]. Me sinto muito muito na minha posição. Não paladar de me vitimizar”, ela afirma. Azevedo observa que cinco das seis diretoras de Inhotim são mulheres, dentre as quais Júlia Rebouças, responsável pela secção artística. “Não foi uma tarifa feminista. Foi uma exigência que aconteceu.”

Inhotim tem um orçamento anual de mais de R$ 90 milhões. No ano pretérito, 60% deste valor foi obtido via Lei Rouanet, segundo a instituição. Segundo a gestora, quando ela chegou ao museu, em 2022, o número de parceiros e patrocinadores era de 22, mas hoje já está em 65. Um deles é a Gucci, marca de roupas de luxo que promove anualmente um jantar de arrecadação de fundos nos jardins da instituição.

A mineradora Vale é a principal patrocinadora de Inhotim, tendo firmado um contrato para a injeção de R$ 400 milhões em dez anos, num caso vasqueiro de uma empresa que se compromete com uma instituição por um prazo tão longo —museus costumam ter planos anuais ou bianuais. Secção do quantia da Vale chegará via Lei Rouanet e secção será investimento direto.

A diferença é que a verba do patrocínio direto pode ser empregada no desvelo dos imensos 38 hectares de jardins de Inhotim, por exemplo, o que o percentual obtido pela Rouanet não permite. É, uma vez que se diz no jargão, um quantia livre, ou seja, sem amarras com o governo.

Azevedo afirma considerar a Lei Rouanet “maravilhosa”, mas também está numa procura por diminuir a obediência de Inhotim da verba pública, montante que varia a cada ano por estar atrelado ao faturamento das empresas que usam o mecanismo de incentivo. Ou seja, ao dependerem tanto de terceiros para fecharem as contas, os museus ficam numa posição de instabilidade manente.

Outro ponto de atenção da presidente é o aumento de público. No ano pretérito, foram 335 milénio visitantes, dos quais murado de 60% entraram gratuitamente, o que é provável às quartas e no último domingo do mês. O volume de quem não pagou é semelhante ao do Masp, o segundo museu mais visitado do país. Azevedo pretende chegar aos 400 milénio.

Realista, ela acredita que levante número não será apanhado já neste ano. Mas isso será um incitação para seguir tentando. “Eu vejo muito o copo meio referto.”

Folha

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