Conheça ventura profana, artista multifacetada e pastora travesti que 'edifica'

Conheça Ventura Profana, artista multifacetada e pastora travesti que 'edifica' comunidade LGBTQIAPN+

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Cantora lança álbum de estreia, “Todo Zelo É Pouco”, em show no sábado (26), em Salvador. Artista multifacetada e pastora travesti, Ventura Profana lança 1° álbum de estúdio
Ventura Profana lança álbum de estreia em Salvador
Reprodução/Redes Sociais
Artista multifacetada e pastora travesti, Ventura Profana, de 31 anos, subverte a igreja ao “edificar” e amparar a comunidade LGBTQIAPN+. No sábado (26), a baiana lança seu primeiro álbum de estúdio no Espaço Cultural da Barroquinha, em Salvador. A apresentação acontece às 19h, com ingresso gratuita.
“Eu sou muito feliz quando estou em lar. A Bahia é uma terreno de muita exuberância e de muita fertilidade”, disse em entrevista ao g1.
Com participações de Preta QueenB Rull e Gabi Guedes, o disco “Todo Zelo É Pouco” narra uma jornada de autoconhecimento e libertação ao apresentar a artista no cenário músico.
Ventura Profana lança primeiro álbum em Salvador
Divulgação/Fe Ávila
O trabalho mistura reggae, jazz, R&B, pagodão, afrobeat e rock, e compila os aprendizados de Ventura Profana nas letras, que falam sobre desvelo, paixão e louvam o tempo.
Nele, a cantora se desprende da procura pela sublimidade enquanto registra uma trajetória de erros e acertos, percorrida por diferentes estradas, esquinas e vidas.
“Por mais que uma série de outros territórios tenha me feito, me constituído, eu sinto que quando eu penso e quando eu me dou conta da premência de cuidar melhor de mim, isso maquinalmente reflete na maneira uma vez que eu cuido dos lugares por onde eu passo e, sobretudo, do lugar de onde eu venho”.
O projeto conta ainda com um curta-metragem de ficção documental, que trata algumas das questões presentes ao longo das faixas e revela segmento do processo de desenvolvimento da obra, além de narrar a história de paixão entre o que chamou de uma “vate viagem e o espírito da vida”.
Quem é Ventura Profana?
Ventura Profana lança álbum de estreia em Salvador
Reprodução/Redes Sociais
Nascida em Salvador e criada em Catu, na região metropolitana, a baiana teve a puerícia marcada pela possante conexão com a religião e a espiritualidade. A influência veio da família, que frequentava a Primeira Igreja Batista.
“Eu tive uma puerícia muito mágica, porque eu sinto que naquela quadra tinha uma certa fantasia interiorana, sabe? Um mistério que me envolvia e isso, de certa forma, era contraposto à veras de eu ter nascido em uma família Batista e ter sido criada nesse regime, moldada segundo os mandamentos e as doutrinas cristãs”, relembrou.
A igreja também foi o sítio onde Ventura teve seu primeiro contato com a arte. Segundo ela, nessa quadra não havia muita opção de lazer na cidade, logo, o templo Batista se tornou o lugar onde era provável consumir e produzir cultura.
Foi na Primeira Igreja Batista, em Catu, que ela deu os primeiros passos uma vez que cantora, enquanto alguém que se comunica com multidões e que trabalha com a retórica.
Ventura Profana sempre foi ligada à religiosidade
Reprodução/Redes Sociais
A vivência na igreja também contribuiu para que Ventura se tornasse pastora, já que durante toda sua jornada no templo religioso ela foi preparada para se tornar uma líder místico, por meio de discipulados e de uma série de ritos.
“Em determinado momento, eu rompo com a igreja, justamente por conta da minha travestilidade, portanto isso passa a ser alguma coisa incompatível. Depois de um tempo, eu passo a ser reconhecida pela minha própria comunidade uma vez que uma pastora, que eu acho que é o traço mais importante de uma liderança: você ser reconhecida enquanto enquanto alguém que conduz”, explicou.
Tabernáculo da Instituição
Atualmente, Ventura Profana “leva uma termo de vida” através da comunidade itinerante “Tabernáculo da Instituição”. Para ela, ser pastora é alguma coisa que requer seriedade e responsabilidade.
“Existem dois tipos de pastores: o pastor que conduz o seu rebanho para o abate e o pastor que conduz o rebanho à liberdade. E, esse segundo, é o tipo de pastora que eu decidi e que eu labuto para ser”.
Pastora travesti prega paixão e liberdade
Reprodução/Redes Sociais
Profana relatou que há uma cobrança da segmento da comunidade que a acolhe enquanto pastora, uma vez que há também um desdém e uma cobrança externa de parcelas mais conservadoras da igreja. Ainda assim, ela segue firme com o objetivo de amparar e levar paixão através da fala.
“É uma sociedade que não consegue mourejar com a possibilidade de travestis espirituais, de travestis que assumem uma vida de religiosidade e que podem assumir um ministério”, afirmou.
“Isso torna tudo mais difícil, mas, ao mesmo tempo, eu acho que o paixão pela obra, pelas transformações, pela vida de pessoas uma vez que eu, pela transgeneridade, faz com que eu continue acreditando em uma igreja mais acolhadora, em uma igreja que seja reconhecida pelo paixão e não pelo ódio”, complementou.
Relação com a família e transfobia
Em seguida romper com a igreja tradicional por conta da travestilidade, Ventura Profana contou com o pedestal da família para seguir firme na jornada. Ela afirmou que ter os parentes ao seu lado foi fundamental, além de pontuar que, infelizmente, a transfobia continua presente na sociedade.
“Nós estamos em um mundo que implementa uma vez que política a violência contra pessoas trans. Logo, todas nós precisamos nos engajar contra a transfobia”, disse.
💡 Vale lembrar que Brasil é o país que mais mata pessoas transexuais no mundo. No ano pretérito, 122 pessoas trans e travestis foram assassinadas, conforme consta no dossiê da Associação Vernáculo de Travestis e Transexuais (Antra).
“Eu sinto que o que fere e o que mais machuca muitos dos pais de pessoas trans é o roupa deles saberem que o mundo odeia pessoas trans”, afirmou, antes de seguir com a estudo.
“É saber que seus filhos e suas filhas vão ser lançadas e lançados no mundo que nos persegue, no mundo que nos abomina, no mundo que sequer nos conhece, que dissemina inverdades ao nosso saudação, a saudação das nossas intimidades. É um mundo que apesar de nos odiar, apesar de nos difamar, apesar de desejar o nosso término, a nossa morte, ainda nos deseja de forma macabra”, complementou.
Apesar do preconceito que enfrentou ao longo da vida, a artista se sente feliz ao saber que tem o pedestal da família.
“Eu acho que, talvez, meus pais e minha família sintam ainda mais orgulho de mim por saber que eu sou uma pessoa trans e, mesmo sendo uma pessoa uma vez que eu sou, eu consigo vergar o mundo, vencer as impossibilidades e continuar viva, continuar lutando por uma vida melhor”, enfatizou.
Interessados em curtir o som de Ventura Profana podem conferir o primeiro show de “Todo Zelo é Pouco” no sábado (26), na capital baiana. Os ingressos gratuitos serão distribuídos às 17h no Espaço Cultural Barroquinha.
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Fonte G1

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