A Despensa São Paulo de Futebol Júnior 2025 terá um clássico paulista em sua decisão. Nesta quarta-feira (22), o Corinthians eliminou o Grêmio, com uma vitória por 1 a 0, e vai encarar o São Paulo na final. O confronto será no próximo sábado (25), no Pacaembu, mas o palco da decisão ainda poderá mudar.
Responsável pela regulamentação e pela fiscalização das exigências de segurança em estádios de futebol no Brasil, o Ministério do Esporte entende que o alvará municipal obtido pela Allegra Pacaembu para realizar a final da Copinha no estádio não cumpre a legislação vigente.
Toda a regulamentação da Lei Universal do Esporte sobre o tema traz exigência de um alvará de funcionamento, mas a concessionária do Pacaembu se respalda em um alvará de autorização para eventos temporários, facultado pela Prefeitura de São Paulo na segunda-feira (20), para receber o jogo no natalício da cidade.
À Folha, o Ministério do Esporte disse que a Federação Paulista de Futebol (FPF) pode ser punida se martelar em fazer o jogo no Pacaembu sem os documentos obrigatórios. “A organizadora do evento, FPF, pode tolerar sanções administrativas ao permitir a realização da partida de futebol em um estádio que ainda não possui os documentos legais necessários à segurança dos torcedores”, afirmou.
Procurada pela reportagem, a FPF repetiu o que tem dito: que organizará a final da Copinha no Pacaembu “desde que todos os pré-requisitos operacionais sejam cumpridos, muito porquê a documentação necessária para que a partida seja realizada com segurança para os torcedores e clubes.”
Porquê mostrou a Folha na semana passada, uma portaria do Ministério do Esporte de 2023 detalha os requisitos mínimos que devem constar nos laudos técnicos para vistoria das condições de segurança dos estádios utilizados em competições esportivas.
A portaria, disponível no site da FPF e citada no regulamento universal de competições (RGC) da entidade, inclui o alvará de funcionamento porquê documento obrigatório para a obtenção de três dos quatro laudos obrigatórios em jogos de mais de 10 milénio espectadores.
O Pacaembu não tem o alvará de funcionamento porque o documento é condicionado à entrega das obras obrigatórias de todo o multíplice, o que a prefeitura ainda não atestou ter ocorrido. A Allegra tem pressionado, e a gestão diz que liberará o documento nas próximas horas.
“Estive ontem (20) com o secretário (de Esporte) Rogério Lins, ele estava fazendo estudo da documentação, e o que ele me falou é que possivelmente deva assinar o aceite por hoje ou amanhã. Só vai fazer um ajuste no uso do espaço pelo público. Quais são os dias, quais horários, porque isso não estava previsto no contrato”, disse o prefeito Ricardo Nunes (MDB), em entrevista coletiva.
A Allegra conseguiu na segunda um alvará pontual para a final da Copinha, com limite de 20 milénio torcedores e entendimento de que o jogo não é de cima risco. Para tanto, a partida foi classificada porquê um evento de família, onde os fãs (e não torcedores) verão o jogo somente sentados.
Se reconhecesse que o jogo pode envolver torcidas com histórico de conflito, que o público é formado majoritariamente por jovens adultos e que secção dos torcedores fica de pé, a partida seria classificada porquê de cima risco e demandaria critérios mais rígidos para a licença do documento.
Para o Ministério do Esporte, se admitir o alvará de eventos, a polícia paulista assumirá para si os riscos. “Caso o CBM (Corpo de Bombeiros Militar) do Estado de SP aceite, conforme legislação militar específica, o Alvará de Autorização para Evento Temporário em substituição ao Alvará de Funcionamento, nascente órgão assumirá a responsabilidade por eventuais sinistros ocorridos durante a realização da partida de futebol.”
Depois de expelir o Criciúma, o São Paulo chegou à decisão porquê o time de melhor campanha do torneio de base. Dessa forma, terá o mando de campo a seu obséquio. Porquê se trata de um clássico paulista, somente os torcedores do time do Morumbi poderão seguir a partida no estádio —a equipe tricolor está em procura de seu quinto título. Maior vencedor da competição, o Corinthians luta pelo 12º caneco.
Os dois rivais já se enfrentaram na decisão em duas ocasiões, com um título para cada lado: em 1993, a sarau foi dos são-paulinos. O troco dos corintianos veio em 2004.