Criadores De 'got' Caçam Aliens Em O Problema Dos 3

Criadores de ‘GoT’ caçam aliens em O Problema dos 3 Corpos – 20/03/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Dos dragões sobrevoando cidades medievais a naves espaciais refletidas nos arranha-céus do região financeiro de Londres. É uma mudança radical a dos produtores D. B. Weiss e David Benioff, dupla que criou “Game of Thrones” para a HBO e, agora na Netflix, lança sua primeira série desde o sucesso avassalador do drama fantástico.

Com estreia nesta semana, “O Problema dos 3 Corpos” mergulha na ficção científica, numa veras em que o mundo é ameaçado não por monstros alados, mas por extraterrestres que estão de olho na saciedade e segurança do planeta Terreno.

“Há muita pressão envolvida no projeto, e isso seria verdade mesmo se estivéssemos trabalhando com um inferior orçamento. É um sentimento que opera num nível pessoal”, diz Benioff, que no meio do caminho roteirizou o mal estimado “Projeto Gemini”, estrelado por Will Smith.

Para além do envolvimento da dupla e do orçamento na morada dos US$ 160 milhões, muro de R$ 800 milhões, “O Problema dos 3 Corpos” também se engrandece com o veste de ser a adaptação do primeiro romance asiático a vencer o prêmio Hugo, uma das mais importantes láureas da literatura de ficção científica.

Equivalentes ao primeiro livro da trilogia “Lembranças do Pretérito da Terreno”, os episódios que estreiam agora estão sendo gestados há quase cinco anos. Foi quando Benioff e Weiss leram o trabalho do responsável chinês Liu Cixin e decidiram adaptá-lo, logo em seguida o fechamento catártico de “Game of Thrones”. Só para testificar os direitos autorais, levaram um ano.

É difícil falar da série sem dar spoiler, já que o testemunha só vai entender completamente diante de que tipo de história está lá para o meio da temporada. Seus protagonistas são físicos egressos de Oxford, algumas das mentes mais brilhantes do mundo, incrédulos com o veste de todas as leis que fundamentam seu campo estarem repentinamente deixando de fazer sentido.

Com isso, uma vaga de suicídios toma a dimensão, com pesquisadores tirando a própria vida de formas absurdas e violentas, sem antes dar qualquer vestígio de que estariam enfrentando problemas de saúde mental.

Entra em cena uma sucursal policial britânica, que tem por objetivo investigar casos que orbitam o campo do inexplicável. Seus agentes logo percebem um tanto incomum em todas as mortes –antes de tirar a própria vida, os físicos estavam passando horas dentro de um videogame de veras virtual, feito a partir de uma tecnologia desconhecida.

Não vagar muito até um dos ex-estudantes de Oxford pôr as mãos num desses. Dentro do envolvente virtual, Jin Cheng se depara com o tal problema de três corpos que dá nome à série –a inconstância de três massas que orbitam o mesmo campo gravitacional. Só buscando soluções ela pode progredir para a próxima período.

São vários os núcleos de personagens, que demoram para ver seus caminhos se cruzarem. Há os físicos brilhantes, divididos entre aqueles que trilharam curso na liceu ou usaram sua mente para lucrar horrores; há os policiais que investigam os suicídios; há uma seita do término do mundo, responsável por repartir os videogames, e há uma senhora chinesa, que nos anos 1960 enviou um sinal para fora da Terreno em procura de vida estranho.

Será preciso paciência, por secção do testemunha, até que todas as peças do quebra-cabeça se encaixem. Mas uma vez que já fizeram em “Game of Thrones”, Benioff e Weiss, agora acompanhados do também showrunner Alexander Woo, fizeram da imprevisibilidade dos rumos de seus personagens absurdos que devem segurar a atenção do público.

Liam Cunningham, que trabalhou com a dupla na série fantástica, em que viveu o gentil e sábio Davos Seaworth, diz que teve sua atenção capturada pelo veste de “O Problema dos 3 Corpos” ser “coisa de adulto”.

“Eu fiquei de coração partido quando ‘Game of Thrones’ terminou, porque tudo o que um ator quer é um roteiro muito escrito. E a novidade série tem uma escrita inteligente, te põe diante de questões morais o tempo todo”, diz o ator, que foi de lacaio para medalhão da sucursal britânica que está no meio de “O Problema dos 3 Corpos”.

A ele se juntam dois outros colegas de elenco de “Game of Thrones”, John Bradley, que viveu o atrapalhado Samwell Tarly, e o veterano Jonathan Pryce, que volta ao papel de líder de uma seita fundamentalista, depois de aterrorizar uma vez que o Superior Pardal. Benedict Wong e Rosalind Chao, que já lidaram com extraterrestres em “Doutor Estranho” e “Star Trek”, respectivamente, são outros nomes maiores num elenco relativamente incógnito.

Em meio à “boa escrita” à qual Cunningham se refere, e às complexas fórmulas físicas que por pouco não alienam o testemunha leigo, os criadores infiltraram mensagens que se relacionam com o estado atual do mundo –a física chinesa que dá o primeiro passo para conectar terráqueos e extraterrestres, finalmente, acredita que os humanos não merecem o planeta que têm.

Não leva muito tempo para termos uma vez que negacionismo entrarem em cena, em episódios em que a exatidão da física se contrapõe ao extremismo da já citada seita. “Eu não diria que há uma mensagem na série, mas uma vez que ela é ambientada no nosso presente, achamos justo atestar que a ciência e o método científico estão sofrendo golpes de todos os lados”, diz Weiss.

“A série questiona o que fazemos quando uma ameaço invisível se aproxima. Veja o que fizemos com a Covid, nem todos nos unimos em procura de uma solução. Isso destruiu famílias, relacionamentos”, completa Cunningham, que vê na cruzada estranho da série um potencial de devastação ainda maior.

A vocábulo invisível, aliás, sintetiza muito a ficção científica de “O Problema dos 3 Corpos”. Longe de enormes naves espaciais e de grandes efeitos explosivos, a série prefere fantasiar nas entrelinhas do roteiro, o que acaba por aproximá-la da veras.

Jovan Adepo, que interpreta um dos físicos da trama, brinca ao falar da verossimilhança: “Se a série mostrar um caminho para o nosso horizonte, portanto espero que a gente receba o Nobel de física”.

Folha

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