Criativo, Reality Sobre Pedreiros Tem Espaço Para Reformas 06/02/2024

Criativo, reality sobre pedreiros tem espaço para reformas – 06/02/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Na já imensa variedade de reality shows disponíveis, o padrão de competição baseada num ofício é nascente inexaurível de produções. No Brasil, programas de culinária e confeitaria saturam o segmento, mas novas criações uma vez que Pedreiro Top Brasil mostram uma vez que o formato ainda pode render. Dinâmico e bem-humorado, o programa inova ao dar protagonismo a profissionais da construção social.

Sem confinamento, as provas são o evento mediano e simulam situações vividas em obras, uma vez que rebocar paredes, levantar colunas, impermeabilizar superfícies, fixar telhas, rufos e cumeeiras. Sempre com tempo pequeno.

Cinco duplas de pedreiros —ou mestres, uma vez que o programa os denomina— representam cada uma das regiões do Brasil. Em disputa, uma premiação de R$ 20 milénio para o vencedor, além do troféu Colher de Ouro. Os dez selecionados são todos homens e de veste exercem a profissão, não são amadores.

Promovido pela obreiro de materiais de construção Quartzolit, o programa é transmitido no via do YouTube da própria empresa e também na Rede Bandeirantes, com realização da produtora FX Render.

Trabalhadores da construção social são o público-alvo do programa; são eles também os consumidores finais dos diversos materiais usados nas competições. Esta instauração publicitária não impede que outras audiências se entretenham, mas pode frustrar os novatos do “faça você mesmo” que busquem aprender mais sobre processos e produtos.

Em reality shows de competição as provas e avaliações são os principais elementos para oprimir o testemunha. Ali é o momento de torcer, de observar demonstrações de virtuosismo e habilidade profissional. Se as disputas forem desinteressantes no formato ou apresentação, o incidente não se sustenta.

Nesse ponto, Pedreiro Top Brasil acerta na concepção das provas, mas é restringido na forma de mostrá-las ao público.

O desempenho dos participantes é estimado conforme o uso dos materiais, realização do projeto e limpeza. Uma vez que não há eliminação, os dez pedreiros participam de todas as provas.

Os cortes rápidos entre os mestres em ação e a falta de intervenções mais didáticas ao longo das competições comprometem um melhor aproveitamento do testemunha leigo, que fica sem saber o que observar. Observar às disputas por vezes lembra a experiência de testemunhar uma obra em mansão e se perguntar: “será que esse serviço está bom?” —para saber mesmo só com a obra já quase pronta.

Animações gráficas ou vídeos poderiam complementar as explicações do funcionamento de cada prova. Ou ainda relembrar o significado de termos técnicos. O sistema de pontuação também merece aprimoramento, já que não é simples uma vez que ele é afetado pelo desempenho dos participantes.

Ainda assim há recursos que atenuam a desorientação. Secção na voz da apresentadora, Renata Golombieski que esclarece as dinâmicas do programa e conduz a atração com carisma, afinada com o tom relaxado do programa. Mas é sobretudo o trabalho dos jurados que guia o testemunha.

As análises dos especialistas são rígidas e não aliviam em indicar os erros, sem condescendência. Bons momentos ocorrem no choque entre as práticas informais dos mestres versus o olhar de manual dos jurados, sempre cobrando a leitura, por vezes ignorada, das instruções do obreiro.

Nas avaliações, nota-se também o esforço do programa em assumir um ar informal, em próprio ao fazer os jurados usarem bordões uma vez que “vai dar bom” ou “vai dar ruim”.

Um bom exemplo se vê no terceiro incidente, quando um instrutor do Senai nota que não é correto fracionar os ingredientes que formam a argamassa polimérica da prova de impermeabilização —deve-se misturar tudo de uma vez. Ele olha para a lente e sentencia: “Vai dar ruim”.

Segue-se uma vinheta com ares do clássico infantil Rá-Tim-Bum, com quatro rapazes cantando o bordão e batucando ferramentas douradas. São os músicos do Quarteto da Arriação, um grupo de pedreiros primos que fazem covers musicais na internet usando instrumentos de obra.

Além das provas, o programa também investe nos perfis dos participantes. No quadro “Papo de obra”, Golombieski debate o curso das provas com os pedreiros e apresenta vídeos dos familiares em homenagem aos participantes.

O quadro contribui para dar uma dimensão afetiva ao reality e tornar os competidores figuras relacionáveis —construção de empatia que funciona inclusive entre os próprios pedreiros e é celebrada no incidente final.

Uma novidade temporada do reality já está em planejamento, na qual considera-se aumentar o número de competidores, o duelo das provas e incluir a eliminação de participantes. A presença de mulheres também deverá ser estimulada. A ver se uma novidade edição preservará a autenticidade informal construída no primeiro e fará melhor uso das provas, seu elemento mais recreativo.

Folha

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