Crise Climática: Adolescentes Levam Ao Papa Demandas Da Juventude

Crise climática: adolescentes levam ao papa demandas da juventude

Brasil

Maria Helena Garrido, 17 anos, viveu de perto a seca histórica que atingiu o estado do Amazonas em 2023. Sem as águas do Rio Preto para velejar, ela ficou um mês sem conseguir voltar para a comunidade indígena Tumbira, onde vive. Catarina Lorenzo, 17 anos, viu grande segmento do terreno onde a família tem uma vivenda, na Península de Maraú, na Bahia, ser tapado pelo progresso do oceano, sentiu na pele o aquecimento da chuva do mar e observou a mudança das cores dos corais na região.

Ambas fazem segmento de uma comitiva de crianças e adolescentes que irá se reunir com o papa Francisco, no Vaticano, nesta quinta-feira (16). O grupo, integrado por representantes do Brasil, da Colômbia, dos Estados Unidos, da Guatemala e do México, entregará ao pontífice, desenhos e mensagens de crianças que responderam à pergunta: Uma vez que os líderes mundiais podem ajudar a proteger as crianças e a natureza? Eles também farão o pedido para que seja elaborada uma novidade Encíclica, documento papal que serve de orientação para toda a Igreja Católica, em todo o mundo, com mira na proteção das crianças.

“A gente está cá para falar sobre e para mostrar o que gente passou. Eu estive presente em cada situação no período da estiagem de 2023. Eu vi e vivi tudo o que aconteceu na Amazônia, a escassez de chuva imensa que teve, que prejudicou muitas famílias, que praticamente matou o Amazonas”, diz Maria Helena.

Adolescentes brasileiras levam ao papa demandas da juventude - Maria Helena. Na frente do Vaticano. Foto: Clara Garcias
Adolescentes brasileiras levam ao papa demandas da juventude - Maria Helena. Na frente do Vaticano. Foto: Clara Garcias

Adolescentes brasileiras levam ao papa demandas da juventude – Maria Helena. Na frente do Vaticano. Foto: Clara Garcias

A seca foi a maior em 121 anos e afetou todas as 62 cidades do Amazonas. A comunidade indígena Tumbira fica localizada na Suplente de Desenvolvimento Sustentável do Rio Preto. Segundo Maria Helena, não é provável acessar a comunidade de sege pois ela está em uma região de igarapés. Os moradores, dependem do rio tanto para as atividades econômicas, atividades cotidianas e para o transporte.

“Eu cheguei a pisar em um lugar que era totalmente pleno de chuva. O que eu vi foi uma seca que eu nunca pensei que aconteceria, mas que acontece sim, por conta das mudanças climáticas no mundo. A chuva praticamente sumiu. Além do calor imenso. Parecia que a gente estava assando. Dentro de vivenda, praticamente não tinha ar. Além de permanecer sem fôlego, não podia trabalhar, não podia sustentar a vivenda. Foi o período que mais tive que viver sobrevivendo. Não foi nem vivendo, foi sobrevivendo em um lugar onde é meu mundo. E eu não pude fazer quase zero”, lembra a jovem.

Ela conta que precisou fazer uma prova em Manaus e, depois, por conta da seca, não conseguiu voltar para vivenda. Precisou passar um mês na cidade.

Depois de passar por tudo isso, ela conclama as pessoas e, principalmente os líderes regionais, nacionais e globais a prestarem atenção nos alertas climáticos e a de traje ajudarem aqueles que estão passando por tragédias. Ela diz que muitos falavam que iriam ajudar, mas na prática isso não acontecia.

“Se a gente não tiver um mundo mais saudável e digno, a gente não vai ter zero. Porque sem soalho para pisar, sem terreno para plantar, sem oxigênio para respirar e sem chuva para ingerir, a gente não sobrevive mais, de qualquer forma”, diz.

Tanto para Maria Helena, quanto para Catarina, é importante que os líderes e o mundo ouçam as crianças e os adolescentes.

“Eu sei que o que está acontecendo, a catástrofe do Rio Grande do Sul e todas essas catástrofes climáticas que a gente vem vivendo há muito tempo, têm sido avisadas. Não é só a ciência avisando, são os ativistas, são os jovens que veem o problema e realmente vêm dizendo que a gente precisa estrear a se conscientizar, a gente tem que parar de desmatar, a gente tem que estrear realmente a ter um estabilidade com a natureza, porque se a gente não cuidar da natureza, a natureza infelizmente vai restituir de alguma maneira, né? Eu sinto uma dor muito grande, mas eu também sinto um pouco, não sei se raiva é a termo correta, mas eu sinto que é um tanto que a gente avisou que ia intercorrer e que as pessoas, infelizmente, parecem que só acordam quando o problema acontece”, diz Catarina.

Catarina é ativista climática desde moçoilo. Ela apresentou a petição Crianças versus Crise Climática, em inglês, Children vs Climate Crisis, na Organização das Nações Unidas (ONU) aos 12 anos. Atua nacionalmente e internacionalmente pela pretexto.

“Eu acredito que minha geração vem sendo um pouco mais conscientizada. Porém, porquê a gente precisa das ações agora, a gente precisa que minha geração esteja envolvida agora para eles realmente ouvirem que o porvir que a gente quer pro nosso porvir”, enfatiza. Ela tem grandes expectativas para o encontro com o líder global e acredita que uma liderança porquê a do superintendente da Igreja Católica tem grande poder para promover mudanças significativas.

Adolescentes brasileiras levam ao papa demandas da juventude - Catarina.  Foto: Arquivo Pessoal
Adolescentes brasileiras levam ao papa demandas da juventude - Catarina.  Foto: Arquivo Pessoal

Catarina é uma das adolescentes brasileiras no grupo de jovens que entrega ao papa demandas da juventude, por Registo pessoal

Catarina mora em Salvador, mas cresceu na Península de Maraú. Ela tem vivido as ondas de calor que ocorrem não somente na região, mas em diversas partes do mundo: “não conseguia estudar, não conseguia fazer minhas atividades que eu tinha que fazer no dia porque eu não tava conseguindo me concentrar e eu tive que ir pra praia, permanecer no oceano pra eu não permanecer morrendo de calor. Nenhum ventilador ajudava”.

Outrossim, lembra que desde pequena, observou as mudanças no oceano e nos corais, que perderam a cor. “Eu lembro que quando eu era pequena, eu, naquela estação, quando eu sentia essas consequências, eu ainda não entendia recta o que eram as mudanças climáticas, mas eu sabia que tinha um tanto inverídico acontecendo, porque eu sempre nadei naquele lugar e dessa vez, quando eu tinha ido, a chuva estava muito quente, mas muito quente ao ponto de eu submergir no fundo do oceano, tocar na areia e a chuva continuar muito quente e eu ter que transpor da chuva”.

Ela recorda também porquê era o terreno da família, muito mais vasto, antes da chuva do mar continuar. “Vi vizinhos meus perdendo casas ou até mesmo restaurantes”, disse. “A gente sabe que isso é só o início e que, da maneira que a gente está indo, infelizmente, o oceano só tem tendência a aumentar e aumentar. A chegar ao ponto que talvez realmente a minha vivenda e a vivenda dos meus amigos e todas as memórias que a gente tem construído nesse lugar sumam”, explica.

O grupo participará também de um tela devotado às crianças e jovens, com o líder religioso, durante o evento From Climate Crisis to Climate Resilience, em português, Da Crise Climática à Resiliência Climática, promovido pelo Vaticano. As duas brasileiras e o colombiano Francisco Vera, 14 anos, viajam a invitação do Alana, grupo de impacto socioambiental, visando a promoção de um mundo melhor para as crianças. O encontro com o Papa tem também a participação da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), da UCLA Lab School e da University of Massachusetts Boston (UMass Boston).

Fonte EBC

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