Aos 70 anos, Cindy Lauper diz não ter mais zero a provar. Ela acaba de anunciar sua última turnê, a “Girls Just Wanna Have Fun Farewell Tour”, que terá apresentações nos Estados Unidos de outubro a dezembro, além de uma passagem pelo Rock in Rio, em setembro.
A artista, que não faz uma grande turnê há mais de uma dezena, diz que está treinando uma vez que uma desportista. Trabalha com um treinador vocal quatro dias por semana e tem uma rotina que inclui fisioterapia, musculação, yoga e aeróbica. “Quando você é um artista, tem que ser um desportista. Não pode recrear por aí. Quando tem 20 anos, talvez, mas quando envelhece não mais”, diz. “Quero estar poderoso nos palcos.”
Ao preparar as apresentações, ela diz que rememora toda sua vida. Uma vez que quando dançava pela mansão ao som das músicas dos Beatles, com a mana mais velha cantando as partes de Paul McCartney, e ela, as de John Lennon —sua primeira prelecção de simetria e estrutura músico.
Cantando músicas de outros artistas em bares, Lauper batalhou para encontrar seu lugar. Tentou imitar Janis Joplin e Gene Pitney, mas não se deu muito. Ela simplesmente não era boa em ser ninguém além dela mesma. Foi quando começou a grafar e dispor músicas para si mesma que fez sucesso, inclusive porque passou a trovar sobre as mulheres de sua vida —a mãe, a tia, a avó.
Tudo mudou quando Lauper conheceu Robert Hazard, que havia escrito o protótipo de “Girls Just Want to Have Fun”. Mas a tira era um rock sob a perspectiva de um varão, que Lauper recriou de forma contente, denunciando o sexismo e elevando a voz. “Cantei cumeeira porque estava anunciando uma teoria”, diz.
E portanto veio o clipe. “Aquele vídeo era o que hoje chamamos de ‘inclusivo’”, afirma. Além do lutador profissional ítalo-americano Lou Albano, Lauper apresentou sua mãe, seu legisperito, seu empresário, as secretárias da gravadora e um grupo racialmente diverso de cantores e dançarinos.
Era 1983, e a MTV ainda estava em seus primórdios. Foi uma feliz coincidência que seu álbum de estreia, “She’s So Unusual”, ou ela é tão dissemelhante, tenha sido lançado quando a rede estava crescendo e Lauper via sua imagem pública uma vez que uma forma de arte visual —sua maquiadora era uma pintora, e sua estilista era uma vendedora de roupas vintage.
Quando sua curso artística decolou, Lauper parecia ter sido jurisdição à nomeada uma vez que um símbolo feminista incontornável. Ela se recusava a expor sua idade aos jornalistas e insistia para que reconhecessem a política por trás de suas escolhas estéticas.
“Eu usei o espartilho para desfazer o poder da vexame das mulheres”, dizia. “Sei que provavelmente perdi negócios porque falei muito sobre Aids, por exemplos, mas precisava me posicionar, uma vez que qualquer bom italiano, e tutorar minha família.”
Em 2008, Lauper fundou a True Colors United, para ajudar a combater a falta de moradia entre jovens LGBTQ+. Em 2022, criou o fundo Girls Just Want to Have Fundamental Rights, para estribar o chegada ao monstruosidade e movimentos feministas.
Em 1985, ela venceu o Grammy de melhor artista revelação em seguida o lançamento de “She’s So Unusual”. O álbum —e músicas uma vez que “Time After Time” e “All Through the Night”— quebraram recordes. Mas um pouco estranho acontecia. Ao volta, ela via cópias sua por toda secção.
“Quando fiquei famosa, senti uma vez que se o mundo inteiro simplesmente tivesse sugado tudo que eu tinha —as joias, as cores, os espartilhos. Eles usaram tudo. Depois cuspiram e disseram: ‘Próxima!'”
Na dezena de 1980, Lauper foi muito comparada a outras artistas —principalmente a Madonna, que lançou seu álbum de estreia no mesmo ano—, sob a sugestão de que não havia espaço para todas. Em programas de auditório ou nos pátios das escolas, celebridades e fãs se viam obrigados a escolher uma das duas. Hoje, entre suas seguidoras, está Nicki Minaj, que a sampleia em “Pink Friday Girls”.
Lauper lançou mais 11 álbuns em seguida sua estreia —entre eles um de blues, outro de country e ainda um de dança. No início dos anos 2000, foi para a Broadway, estrelando “A Ópera dos Três Vinténs” e escrevendo a música e as letras do músico “Kinky Boots”, que o levou a vencer o maior prêmio do teatro americano, o Tony, na categoria de melhor trilha sonora.
Mas nem tudo que queria ela conseguiu fazer, e agora terá a chance durante sua turnê —desde usar o vestido preto com asas de mariposa do qual ela sai, uma vez que se estivesse num casulo, até uma espécie de saia mecânica que se assemelha a um mundo, que gira lentamente enquanto ela canta.
Pode parecer extravagante, mas Lauper diz não ter terror de zero. Numa indústria que exige a procura desenfreada do novo e a falta de identidade, ela garante que nunca esteve disposta a desistir a si mesma e não será dissemelhante agora.