Aracaju
A vida de José Luiz Datena esteve movimentada nos últimos meses. Ele foi candidato a prefeito de São Paulo, sem sucesso, assinou com o SBT, deixou a emissora em seguida cinco meses e, agora, é a novidade estrela da RedeTV!, onde já trabalhou em 2002.
Datena diz que quer dar uma pausa de tanta perturbação. Pelo menos essa é sua intenção. “Se foi minha última troca de televisão, não sei. O horizonte a Deus pertence. Eu pretendo não trocar de televisão, a não ser pela aposentadoria. Espero que assim seja”, afirma, em entrevista à poste.
Sobre a saída do SBT, ele conta que optou por isso ao perceber uma mudança editorial que não lhe agradava. “Admiro demais a Daniela Beyruti, mas os rumos da emissora não estavam batendo com aquilo que eu pensava em continuar a fazer nos meus programas “, diz.
No Brasil do Povo, que irá ao ar de segunda a sexta-feira das 18h às 19h45, Datena pretende seguir a fórmula que o consagrou desde 1998, quando assumiu o Cidade Alerta na Record. “Fui eu quem começou esse tipo de programa”, relembra.
Datena também diz que deve continuar na TV por mais alguns anos. “Eu tenho que trabalhar. Eu não sou um varão rico, milionário, eu ainda pretendo trabalhar mais um pouco”, comenta.
O apresentador só pede para não comentar a proeza política que teve no ano pretérito. Diz que já falou que demais sobre tudo o que ocorreu, inclusive sobre a cadeirada que deu em Pablo Marçal durante um debate, da qual já se declarou compungido. Leia aquém a entrevista.
Por que você decidiu deixar o SBT e voltar para a RedeTV!?
Eu resolvi deixar o SBT porque já havia cumprido a minha promessa para o Silvio Santos de um dia trabalhar lá dentro. Admiro demais a Daniela Beyruti [presidente do SBT], a família dela, mas os rumos da emissora não estavam batendo com aquilo que eu pensava em continuar a fazer nos meus programas. Eles tinham de tudo, inclusive reportagens policiais. Mas nós já estávamos batendo 5 pontos de pico ou alguma coisa assim com situações mais leves.
A que situações se refere?
Não foi exatamente por culpa disso, mas estávamos tratando de assuntos de mantimentos caros, de vida difícil do brasiliano e, evidente, incluindo a instabilidade pública também, a instabilidade nutrir, a instabilidade trabalhista, tudo isso tem no Brasil.
Você conversou com Daniela Beyruti sobre sua saída?
Foi uma opção, e acredito que a Daniela entendeu muito o que eu disse, mesmo porque ela me mandou vários recados dizendo que as portas estão sempre abertas no SBT. Foi um prazer ter trabalhado com a Daniela, uma moça jovem em quem eu acredito demais, mas eu senhoril o Amilcare [Dallevo, sócio da RedeTV!] porquê camarada, sabor muito do Marcelo de Roble, adoro a RedeTV!. Trabalhei pouco tempo lá, mas sempre tive um bom relacionamento com a RedeTV! e achei que era o momento ideal para eu voltar.
É verdade que Jorge Kajuru ajudou nesse seu retorno? Porquê isso ocorreu?
O Kajuru é meu camarada, meu irmão. Nós trabalhamos juntos desde os 14, 16 anos, em Ribeirão Preto. Eu tenho muito orgulho de ter um senador de República porquê um grande camarada. Kajuru desapareceu cá em São Paulo. Foi perseguido, inclusive pela própria prensa. Ressurgiu em Goiânia e virou um vencedor de votos. Evidente que ele me ajudou, assim porquê o Ratinho foi peça-chave para que eu fosse para o SBT na estação.
Você vai enfrentar o Cidade Alerta, seu fruto no Brasil Urgente e a volta do Cá Agora. Porquê você pretende se diferenciar de seus concorrentes?
Eu vou continuar fazendo o meu trabalho. Por fim, de todos que sobraram aí nesses vespertinos, fui eu quem começou esse tipo de programa, logo depois do Ney Gonçalves Dias, que fazia o Cidade Alerta na Record. Tive bons momentos nesses programas, em todas as emissoras, porque por onde passei, obviamente que alguns não foram tão bons assim, mas, antigamente, a televisão oportunidade dava uma audiência extraordinária. Foi na Record onde a gente atingiu o sumo, que a gente chegou a maltratar novelas da Mundo, eu cheguei a ser contratado pela Mundo.
Você quase fez o Risco Direta, não é?
O Risco Direta, e iria apresentar também algumas matérias para o Mundo Repórter. Isso foi tratado com o André Dias, jurisconsulto da Mundo, a mando do Evandro Carlos de Andrade, do Boni, na estação, e eu iria na mesma leva que foi Ana Maria Braga, o Luciano Huck e o Serginho Groisman. Cheguei a assinar contrato, mas o sacerdote não permitiu que eu fosse. Não é que não permitiu, pediu para que eu ficasse —e eu fiquei.
Você enfrenta o seu fruto, Joel Datena, no mesmo horário. Tem disputa pessoal?
Quanto ao veste de enfrentar o meu fruto, não é questão de enfrentar o meu fruto, eu não vou disputar coisa nenhuma com ninguém, eu somente vou fazer o meu trabalho. Ele é jovem, muito mais jovem do que eu, tanto que é meu fruto, espero que ele tenha sucesso no trabalho dele, porquê os outros concorrentes também tenham sucesso, só que ele é dissemelhante porque é meu fruto.
Você pretende se reformar em breve?
Eu tenho que trabalhar. Eu não sou um varão rico, eu não sou um varão milionário, eu ainda pretendo trabalhar mais um pouco, eu tenho 68 anos de idade, acho que dá para quebrar o galho pelo menos mais uns dois ou três anos.
Porquê você viu a RedeTV! na questão de estrutura? Porquê será sua equipe?
A estrutura de trabalho é impressionante. A RedeTV! tem um parque técnico muito bom, nível Mundo em relação a estúdios. A TV oportunidade, é inegável, sofre com a chegada de outras empresas. Mas disseram que o rádio ia completar quando surgiu a TV oportunidade, e não aconteceu isso. Acho que isso tudo será apropriado por lucidez sintético, por exemplo.
Essa foi sua última troca de emissora? Porquê você se vê no horizonte?
Se foi minha última troca de televisão, não sei. O horizonte a Deus pertence. Eu pretendo não trocar de televisão, a não ser pela aposentadoria. Espero que assim seja. Meu compromisso é com o público da Rede TV!, que espero que entenda muito o nosso programa, que assimile, goste e assista ao nosso programa. A vida é uma corrida de 400 metros com barreira. Não sei se é a última barreira que vou enfrentar, mas pretendo que essa corrida seja a minha corrida final no profissionalismo. Daí eu vou para a aposentadoria, eu penduro, não digo que é chuteira, já que eu estou falando sobre corrida, mas o sapato de prego —que na minha estação era sapato de prego, não sei se hoje ainda é— de corrida da RedeTV! para a aposentadoria.
