Ajustar uma prótese de perna ou trocar as rodas danificadas de uma cadeira de rodas tem um lugar perceptível. No meio de reparação da Vila Paralímpica, os técnicos estão, desde a última quarta-feira (21), trabalhando na manutenção do material cotidiano e esportivo dos paratletas.
Kady Dandeneau, jogadora canadense de basquete em cadeira de rodas, esperava pacientemente na ingresso do meio de reparação, localizado no coração da Vila Paralímpica, ao setentrião de Paris. Ela veio para ajustar o assento de sua novidade cadeira de esporte: “É realmente prático poder fazer isso cá”, comenta antes de descrever a uma funcionária o galanteio que deseja fazer. A técnica faz anotações com um marcador diretamente na peça.
Os atletas têm chegada todos os dias aos serviços da oficina, oferecidos gratuitamente pela centenária empresa alemã Ottobock, parceira dos Jogos Paralímpicos desde 1988.
“Reparamos equipamentos de todas as marcas, desde próteses para a vida diária até cadeiras de rodas para corridas”, descreve Peter Franzel, responsável pelo meio de reparação, que espera realizar mais de 2.000 intervenções nesta edição dos Jogos Paralímpicos, organizados em Paris de 28 de agosto a 8 de setembro.
Desde a fenda da Vila, os pedidos começaram a chegar, pois “numerosos atletas vêm para verificar seu equipamento e também porque às vezes ele se danifica durante o transporte distraído”. Nos primeiros três dias, já foram realizadas trezentas reparações.
Rodas, freios, assentos
Os cinco bancos de trabalho distribuídos pela sala estão ocupados na tarde de sábado (24). Duas cadeiras sem suas rodas ocupam o fundo. Ronny Heinze regula os freios da primeira e depois troca um pneu danificado: “São problemas clássicos, muito frequentes”, diz o técnico teutónico, que trabalha na oficina de reparação há nove edições dos Jogos Paralímpicos.
Com uma chave de frincha na mão, um colega desmonta a estrutura da outra cadeira, propriedade de um jogador de tênis de mesa, que quebrou sob o assento, um problema menos geral. No totalidade, 160 funcionários da Ottobock, provenientes de muro de 40 países, estão presentes para cuidar das reparações na Vila e nas sedes das competições.
“Trabalhar com colegas de diferentes países é muito interessante”, opina Hiroki Nakajima, um técnico nipónico que está examinando o assento de uma cadeira de rodas composta por várias células de borracha preta, uma das quais está furada. Depois de inflá-la com uma explosivo de ar, ele a coloca em um recipiente com chuva para identificar a origem do vazamento e tampá-lo em seguida.
Problemas no assento, nos freios ou nas rodas: a maioria das intervenções afeta cadeiras de rodas, compostas por múltiplas peças, muitas das quais precisam de manutenção regular. Para poder atender a todos os pedidos, a oficina dispõe de peças de reposição com 1.500 referências armazenadas em um espaço em frente à oficina.
Um pequeno galeria é devotado a componentes de próteses de pernas. Diferentes pés e joelhos mecânicos estão dispostos em prateleiras metálicas azuis. Outro galeria reúne caixas em que se acumulam rodas e câmaras de ar de todos os tamanhos, para os diferentes modelos de cadeiras de rodas.
Tranquilidade
Quentin Queva, por sua vez, repara uma perna ortopédica, quebrada sob o pé pelo desgaste. Sentado em frente a um computador na ingresso da oficina, ele escaneia a peça para poder moldar uma novidade idêntica. Utilizar essa tecnologia permite “poupar tempo e ser mais preciso”, indica oriente técnico em próteses gaulês, que participa pela primeira vez na oficina de reparação dos Jogos Paralímpicos.
Trabalhar para os atletas “envolve um pouco de pressão extra, mas é um privilégio”, assegura sorridente. Vários paratletas também compareceram para ajustar as pernas ortopédicas que utilizam no dia a dia.
“É importante ter o melhor ajuste provável para gastar menos virilidade ao caminhar e ter mais durante a prova”, explica o desportista gaulês de paracanoagem Alexis Sanchez ao trespassar de um dos dois provadores situados em frente à oficina.
Para ele, a existência da oficina é “muito tranquilizadora”.
“Sabemos que se tivermos o menor problema, poderemos consertar o material, o que nos permite nos concentrar 100% na competição”.