Em 2024, as denúncias de crimes cibernéticos caíram no Brasil. A Mediano Vernáculo de Denúncias de Crimes Cibernéticos da organização não governamental SaferNet recebeu 100.077 novas ocorrências [não repetidas] desse tipo de violação, 50.770 a menos que em 2023 – uma redução de 33%.
Desse totalidade do ano pretérito, 52.999 se referiam a crimes relacionados a imagens de ataque e exploração sexual infantil, o que representou queda de 26% em relação a 2023, quando houve recorde integral da série histórica iniciada em 2006.
Essa redução nas denúncias, no entanto, não significa subtracção desses crimes, ressaltou o presidente da SaferNet, Thiago Tavares.
“A série caiu em relação ao ano pretérito, que foi o pico da série histórica. Esse oferecido [de 2024] é o quarto maior da série, ou seja, o quarto maior em 19 anos. Logo, o número diminuiu em relação ao ano pretérito, mas se você confrontar com outros anos, ele é um totalidade ainda muito significativo”, ressaltou.
Alguns fatores podem explicar a redução nas denúncias. Uma delas, segundo Tavares, é a mudança na forma pela qual esses conteúdos têm pontificado na internet.
“Eles têm circulado menos na web pública, ou seja, na web ensejo e têm [sido vistos mais] em espaços fechados uma vez que, por exemplo, grupos em aplicativos de troca de mensagens. E aí, para você denunciar aquele grupo, você tem que ser membro dele. E se você é membro de um grupo, você não vai denunciá-lo porque você se interessa pelo teor que circula ali”, disse ele.
Outra explicação provável para a queda é o indumentária de que as redes sociais têm sido utilizadas uma vez que iscas para o teor proibido.
“O teor não é publicado diretamente na rede social, mas é uma isca. Elas acabam sendo usadas para atrair esse usuário e conduzi-lo para esses espaços mais fechados, onde essas imagens circulam livremente e são vendidas muitas vezes”, disse Tavares, em entrevista à Filial Brasil.
Crimes de ódio
O ano de 2024 também acusou queda de 49% nas denúncias únicas de crimes de ódio relacionados a casos de racismo, intolerância religiosa, xenofobia, neonazismo, LGBTfobia, misoginia ou crimes contra a vida. Em todo o ano pretérito foram feitos 14.108 relatos desse tipo de violação à SaferNet.
Leste foi o primeiro ano eleitoral – desde 2018 – em que a ONG recebeu menos denúncias de crimes de ódio em relação ao ano anterior.
“A gente veio numa sequência de altas sucessivas dos crimes de ódio em eleições, principalmente nas eleições gerais, quando há disputa dos cargos de presidente da República e também para o Congresso Vernáculo. Nas eleições locais elas são mais pulverizadas. E historicamente, nas eleições municipais, há uma incidência menor de denúncias em relação às eleições gerais. Nas eleições municipais, esses conteúdos acabam circulando mais em termos locais, geralmente em grupo de WhatsApp”, explicou Tavares.
Helpline
Outro oferecido divulgado nesta terça-feira (11) foi que o Helpline – meio gratuito de ajuda da SaferNet – anotou aumento de 79% em atendimentos de pessoas com qualquer tipo de problema de saúde mental, incluindo os relacionados com o uso da internet. Em todo o ano pretérito, 204 atendimentos desse tipo foram realizados por meio desse meio, enquanto em 2023 houve 114 atendimentos.
“O Helpline é um meio de orientação para vítimas de situações de violência e de crimes cibernéticos. Temos um meio de chat com uma equipe de psicólogos. Eles atendem e orientam pessoas que estejam vivenciando alguma situação de risco iminente. E, nos atendimentos do ano pretérito, houve um aumento nos casos relacionados à saúde mental”, declarou Tavares. “O que nós fazemos é orientar e amparar esse usuário que está em sofrimento, acolhê-lo e orientá-lo sobre onde ele deve buscar ajuda para aquela situação concreta”, esclareceu.
Os problemas de saúde mental ocupam o terceiro lugar no ranking de atendimentos do Helpline. Eles só foram superados pela exposição de imagens íntimas, com 268 atendimentos, e problemas com dados pessoais, com 246 casos. Fraudes, golpes e e-mails falsos ficaram em quarto lugar, com 185 ocorrências, seguidos por violência online e exposição de ódio, com 130 casos.
Outros dois tipos de atendimento que chamaram a atenção no ano pretérito envolveram pessoas que disseram enfrentar problemas com compras online. Saltaram de 23 para 63 casos e de pessoas pedindo orientação sobre uma vez que proceder em relação a imagens de ataque e exploração sexual infantil – expansão de 14% no período.
Todos esses dados estão sendo apresentados hoje (11) pela SaferNet no Dia da Internet Segura. Organizado por Safernet Brasil, Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), o evento acontece entre hoje e amanhã (12), em São Paulo. A programação do evento está disponível no site.
Com o tema “Unidos para uma Internet mais positiva”, o Dia da Internet Segura é comemorado em mais de 180 nações, mobilizando diferentes setores da sociedade na promoção de um envolvente do dedo mais seguro, ético e responsável.
Denúncias
Denúncias sobre crimes cibernéticos envolvendo, por exemplo, casos de ataque, exploração sexual infantil e crimes de ódio na internet podem ser feitas por meio da Mediano Vernáculo de Denúncias da Safernet Brasil.
Para denunciar, basta reproduzir e grudar no formulário o link da página, grupo, comunidade, meio ou qualquer outro teor que se suspeita que seja criminoso. A SaferNet informa que a meão permite o totalidade anonimato dos denunciantes.
“Se você estiver navegando na internet, em qualquer grupo de Telegram, de WhatsApp, na web ensejo, numa rede social ou qualquer outro site, e você identificar qualquer teor com imagem de ataque sexual infantil ou imagem neonazista promovendo a incitação à violência contra a pessoa por sua cor, etnia, religião, gênero, ou orientação sexual, não ignore. Denuncie. Isso pode ser feito anonimamente através do endereço www.denunciar.org.br. Basta reproduzir e grudar o link da página ou do grupo e clicar em denunciar”, finalizou Tavares.