No dia 15 de junho de 2014, 43.012 pessoas encheram o estádio Orla-Rio para observar a França x Honduras. A partida, que terminou com vitória francesa por 3 a 0, deu a largada à Despensa do Mundo em Porto Satisfeito, na reformada morada do Sport Club Internacional.
Nos dias seguintes, passaram pela capital gaúcha mais sete seleções, entre elas as finalistas Alemanha e Argentina. O estádio do Internacional foi palco de quatro jogos da tempo de grupos e um das oitavas de final.
Dez anos depois, as arquibancadas estão vazias, e quem frequenta o Orla-Rio está no lugar para um trabalho de faxina ou de contabilidade de danos. O estádio está fechado há mais de um mês posteriormente ter sido inundado pelas águas do lago Guaíba.
A enchente comprometeu a extensão de competição, onde se encontram os vestiários dos jogadores e da arbitragem, a operação de equipamentos de VAR e as cadeiras mais baixas. No mesmo campo em que Lionel Messi, Karim Benzema e Toni Kroos brilharam durante a Despensa, a chuva atingiu 60 centímetros e destruiu o gramado, que vem sendo replantado.
Em outras áreas, a chuva chegou a 1,2 metro de profundeza, alcançando o segundo degrau da arquibancada subordinado. O estádio fica em uma extensão de aterro no bairro Praia de Belas, um dos mais afetados pela enchente em Porto Satisfeito.
A primeira estimativa indicava um prejuízo de R$ 35 milhões no Orla-Rio e do CT Parque Gigante, mas o valor deve subir à medida que o clube calcula os impactos.
De negócio com o presidente do Internacional, Alessandro Barcellos, o tempo para a recuperação de todas áreas atingidas pode chegar a 60 dias. A retirada de materiais estragados e desinfecção do estádio deve ser concluída no primícias de julho. O projecto é que o espaço volte a receber partidas em qualquer momento de julho.
“Nosso principal gargalo sem incerteza nenhuma é TI [tecnologia da informação]. Infra, rede, internet, cabeamento”, disse Victor Grunberg, um dos vice-presidentes do Inter, lembrando que a extensão tecnológica fica no primeiro pavimento e foi alagada. “A gente está descobrindo aos poucos o material que foi perdido e fazendo o restabelecimento.”
Segundo o presidente, o comitê de crise do time tem reuniões diárias para definir as medidas de recuperação do estádio. Inevitavelmente, a reconstrução do Orla-Rio vai onerar os cofres do clube. “Vai ter um impacto no caixa, nós vamos precisar disponibilizar recursos.”
A situação do núcleo de treinamento Parque Gigante, do outro lado da avenida Edvaldo Pereira Paiva, é ainda pior. A primeira tempo de limpeza removeu muro de 50 toneladas de entulho, e a previsão é que as atividades sejam retomadas em muro de 90 dias.
No caso do núcleo de treinamento, o dano se deu diretamente pela elevação do nível do Guaíba. No estádio, a origem está em bueiros e bocas de lobo. A avenida Edvaldo Pereira Paiva, que separa o Orla-Rio da orla do Guaíba, funcionou uma vez que uma espécie de dique.
“A chuva que inundou o Orla-Rio foi fruto do desligamento das bombas na cidade”, afirmou o presidente. “Portanto, no Orla-Rio nós precisamos de uma solução estrutural da cidade para que as bombas não parem de funcionar, porque senão a cidade vai, do lado de cá, inundar sempre.”
A reconstrução do Orla-Rio, ainda assim, é muito dissemelhante da remodelagem pela qual passou o estádio para a Despensa do Mundo de 2014, mais rostro. Em valores corrigidos pela inflação, a obra para o Mundial custou R$ 460 milhões —uma vez que a redondel não foi construído do zero, foi a mais barata entre as sedes da Despensa.
Já que a obra no Orla-Rio não tinha envolvimento direto do município, a capital gaúcha buscou verba para aprimorar o entorno do Orla-Rio, uma vez que o dilatação e a implantação do galeria de ônibus da avenida Padre Cacique e as obras do viaduto Abdias do Promanação.
“Uma vez que Porto Satisfeito tinha um estádio privado, a gestão trabalhou para que houvesse, entre aspas, uma indemnização, em termos de investimentos”, disse Rogério Baú, secretário apenso de obras e infraestrutura de Porto Satisfeito.
Segundo Baú, essa indemnização envolveu “outras obras importantes para a cidade, mas que não tinham relação direta com a Despensa do Mundo”. Grande segmento das chamadas “obras da Despensa”, diferentemente das reformas no entorno do Orla-Rio, só foram entregues depois do evento —a geminação da avenida Tronco foi concluída em abril deste ano, por exemplo.
Apesar dos atrasos dessas obras, Baú apontou que todas as obras no entorno do Orla-Rio foram entregues no prazo e que não houve problemas de locomoção ao volta do estádio.
Para ele, eventos uma vez que a Fan Fest, que atraíram mais de 430 milénio pessoas, e o Caminho do Gol, que transformou a avenida Borges de Medeiros em um galeria de torcedores e foi elogiado pela Fifa (Federação Internacional de Futebol), indicam que a cidade tem o potencial para receber novas festas e se reerguer.
Isso será posto à prova em 2027, quando o Orla-Rio será um dos dez estádios a homiziar jogos da Despensa do Mundo feminina. “Talvez a gente tenha uma rememoração do que foi naquele período”, disse Baú.
Enquanto a Despensa do Mundo feminina é um horizonte mais ou menos distante, o Inter enfrenta o presente sombrio pós-enchente do Orla-Rio contando com o engajamento do torcedor enamorado
“O Orla Rio é um estádio que tem espírito, que foi reformulado para a Despensa do Mundo, mas nunca perdeu a sua núcleo”, disse o presidente Barcellos
Em 1967, quando a construção do Orla-Rio foi ameaçada pela falta de verba, foi lançada uma campanha de doação de tijolos para erguer o estádio. Não há previsão de campanha semelhante, mas Barcellos acredita que os colorados apoiarão o clube para reerguê-lo.
“O torcedor não perde essa relação [com o estádio], tanto é que bateu os recordes de público depois da reinauguração e recordes de sócios”, afirmou o dirigente.
“A partir do momento que nós tivermos um diagnóstico mais correto e mais completo do que será o projecto de reconstrução das nossas áreas, nós também vamos trabalhar com aqueles colorados que possam contribuir, uma vez que sempre foi a história do Internacional.”