O Região Federalista (DF) está próximo ou já pode ter registrado mais de 72,6 milénio casos de dengue neste ano – número de notificações em todo o ano de 2022. A projeção é de Adriano Oliveira, diretor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do DF. A marca poderá ser confirmada no boletim epidemiológico da próxima semana.
Segundo Oliveira, os boletins não são alimentados em tempo real, dependem de atualizações feitas por aqueles que estão ocupados com o atendimento à população. “Nossas equipes assistenciais são responsáveis pelo registro daqueles casos dados porquê suspeitos de dengue dentro do sistema. Mas, naturalmente, pelo nível de emergência para atendimento, é difícil que eles façam o registro de subitâneo.”
O último boletim epidemiológico de Brasília chamou a atenção pelo incremento de 20,4 milénio casos em relação à edição anterior. “Isso não significa que essas pessoas adoeceram no período de uma semana. Vários desses casos foram atendidos em janeiro, mas só posteriormente o oferecido foi digitado no sistema”, explica Adriano Oliveira.
De consonância com o Ministério da Saúde, na quarta-feira (14) Brasília totalizava 67.897 de prováveis casos desde o início do ano – desse totalidade, 66.361 são residentes na cidade e 1.536 de outras Unidades da Federação, mas que foram atendidos na rede pública do DF.
Maior incidência
Conforme o registro, o coeficiente de incidência da dengue em Brasília era de de 2.405,6 casos a cada 100 milénio habitantes, o maior entre as unidades federativas. Quando comparados com dados nacionais, verifica-se que a incidência em Brasília era quase nove vezes supra do registrado na média de todo o país.
Noventa e quatro pessoas no Brasil tiveram morte confirmada por culpa de dengue – só em Brasília, foram 19 casos (20% do totalidade). Doze de cada 100 casos prováveis ocorreram na capital federalista.
A dengue em Brasília aflige mais as pessoas negras (36.029 pardos e 3.866 pretos) do que as brancas (11.361); mais as mulheres (54,9% dos casos) do que aos homens (45,1%); e mais os moradores de áreas periféricas. O planta de incidência da dengue no DF aponta as localidades Sol Nascente, Pôr do Sol, Ceilândia, Brazlândia, Estrutural e Santa Maria com mais de 1.500 casos de dengue a cada 100 milénio habitantes.
Em termos absolutos, nota do governo do Região Federalista (GDF) registra que as regiões administrativas com mais notificações são Ceilândia (12.983), Taguatinga (3.772), Sol Nascente/Pôr do Sol (3.701), Brazlândia (3.305), Samambaia (2.819), Santa Maria (2.731), São Sebastião (1.968), Gama (1.785), Projecto Piloto (1.490) e Guará (1.397). O número de casos prováveis entre moradores do DF até a publicação desses números já era 1.303,9% supra do verificado quando comparado ao mesmo período de 2023.
Hipóteses para a epidemia
A subida da dengue no Região Federalista surpreende os moradores acostumados a ler e ouvir que Brasília tem ótimos indicadores de saneamento, porquê 99% da população urbana residindo em casas com aproximação à rede de provisão de chuva (oferecido do GDF); uma taxa totalidade de atendimento de esgoto em 91,77% e de tratamento do esgoto em 86,65% (dados do Instituto Trata Brasil) e percentual de 92,4% de coleta direta de lixo nos domicílios, conforme informação do Instituto Brasílico de Geografia e Estatística (IBGE).
A despeito desses bons indicadores, há mais de uma hipótese para explicar o fenômeno da dengue em Brasília, porquê: volume e ciclo de chuvas atípicos; a má destinação de resíduos sólidos, que favorecem o acúmulo de chuva; a guarda de chuva potável nos domicílios ainda desabastecidos; além da subida densidade populacional em áreas de ocupação irregular em uma cidade que se tornou a terceira mais populosa do Brasil (2,8 milhões de habitantes segundo o Recenseamento 2022).
Para o coordenador do Núcleo de Epidemiologia e Vigilância em Saúde da Fiocruz Brasília e vice presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, Claudio Maierovitch, a cidade pode ter perdido qualidades que protegem centros urbanos de epidemias porquê a dengue. “Brasília tem a particularidade de ser uma cidade planejada, com sua infraestrutura configurada, mas esse planejamento está se perdendo há algumas décadas, principalmente fora do Projecto Piloto”, onde funciona a sede do governo federalista e está a população de maior poder aquisitivo.
Na avaliação do perito, o planejamento da cidade foi “atropelado”. Para Maierovitch, o atropelo tem um significado de mediação política e se verifica “na ocupação de terreno, na grilagem, na regularização de áreas que não poderiam ser regularizadas e na falta de estrutura urbana para muitas dessas áreas”.
Em áreas regularizadas e irregulares, Maierovitch labareda atenção para a destinação do lixo. “Em boa secção, os criadouros do mosquito da dengue são esses resíduos em locais onde a coleta é inexistente ou irregular.” O perito também observa há acúmulo desses resíduos “em terrenos públicos ou terrenos privados.”
De consonância com divulgação do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) de Brasília, de janeiro a agosto do ano pretérito, foram recolhidas tapume de 400 milénio toneladas de resíduos sólidos nas áreas públicas do DF. O SLU estima que o descarte irregular de lixo custou R$ 36 milhões aos cofres públicos.
Claudio Maierovitch não vê solução definitiva para o problema da dengue no DF. De subitâneo, além dos cuidados preconizados pelas autoridades sanitárias, o perito recomenda estratégias de mobilização social e de recolha de resíduos de porta em porta em todas as residências das áreas mais afetadas. “É uma tentativa de envolver mais a população. Inclusive, aproveitando o momento em que passa o caminhão [de recolhimento do SLU], para os agentes [sanitários] falarem diretamente com a população, para que se engaje de forma mais ativa.”