Dieckmann: O álcool Deixou Uma Marca Grande Na Minha Vida

Dieckmann: O álcool deixou uma marca grande na minha vida – 11/01/2025 – Mônica Bergamo

Celebridades Cultura

Aos 45 anos, Carolina Dieckmann parece estar plena, segura de si e diz que não há motivos para reclamar sobre o seu último ano. “Foi tudo muito bom. Não tem zero de ruim para te falar”, afirma ela, com um sorriso nos lábios. O período foi marcado pelo término de seu contrato de exclusividade com a TV Mundo, em abril do último ano, posteriormente 31 anos na emissora, e o início de uma liberdade até portanto inédita em sua curso.

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“Sempre fui aquela atriz de televisão. Durante muitos anos, fui contratada e me sentia muito uma funcionária que tinha aquilo uma vez que prioridade. Enfim de contas, quando você tem um vínculo, você tem que mourejar com responsabilidade”, diz. “E poder escolher fazer cinema durante um ano… Estou meio que vivendo um sonho. Estou muito feliz.”

Dieckmann mergulhou em dois projetos cinematográficos, um detrás do outro. A distopia “Pequenas Criaturas”, dirigida por Anne Pinho Guimarães, cujas filmagens foram encerradas em setembro, e “(Des)controle”, de Rosane Svartman e Carol Minêm, que terminou de ser rodado no término do mês pretérito.

A atriz conversou com a pilar no penúltimo dia de rodagem de “(Des)controle”, uma semana antes do Natal. Ela atendeu a videochamada no set de filmagem, montado em uma lar no Jardim Botânico, zona sul do Rio de Janeiro.

O invitação para participar do projeto veio de Svartman —com quem ela já tinha trabalhado na romance “Vai na Fé”, de 2023— e da produtora Iafa Britz. Na trama, ela vive a protagonista Kátia, uma escritora bem-sucedida, mas sobrecarregada, que começa a ingerir e desenvolve uma subordinação. O filme, que tem também Caco Ciocler, Irene Ravache e Daniel Rebento no elenco, deve estrear no segundo semestre deste ano.

Dieckmann conta que sempre quis fazer um trabalho relacionado ao alcoolismo por razão de uma história bastante pessoal na sua família. A sua mãe, Maíra, que morreu em 2019, desenvolveu um quadro de subordinação posteriormente o término do seu tálamo com o pai da atriz, Roberto. “Tenho essa memorial dela se anestesiando mesmo”, diz.

A atriz conta que fez regime e perdeu peso para a caracterização dos seus dois personagens no cinema —e teve de mourejar com uma série de comentários sobre o seu corpo nas redes sociais. “Quando você está segura, o que é o meu caso, se fazem uma sátira, eu tenho estofo para falar: ‘Gente, está tudo claro, estou super muito de saúde’. Mas tem muitas mulheres que às vezes engordaram um pouquinho ou emagreceram porque passaram alguma coisa e são atacadas. É muito cruel”, diz.

“Já tomei muita porrada. Muita porrada. Já tive casos de [ir parar na] Justiça, tem uma lei apelidada com o meu nome”, afirma ela, se referindo à lei Carolina Dieckmann, que prevê punições a crimes digitais e para quem divulga informações pessoais sem consentimento.

A legislação foi elaborada posteriormente a atriz ter sido vítima de um hacker e ter fotos íntimas divulgadas. “Não tem uma vez que você passar por tudo isso e não aprender zero. Você vai criando uma casca. Mas eu me sensibilizo muito. Ser atacada e estar nesse lugar é muito difícil. Muitas vezes eu estive aí sem a segurança que eu tenho hoje.”

Dieckmann, que atualmente está de férias com a família na Europa, se prepara para retornar aos estúdios da TV Mundo desde que terminou o seu contrato de exclusividade com a emissora. Ela estará no remake de “Vale Tudo” e interpretará Leila, papel que foi de Cássia Kis na versão de 1988. Escrita por Manuela Dias, a trama tem estreia programada para o final de março.

À pilar a atriz lembra de sua mocidade em meio ao problema da mãe com álcool, celebra o cinema pátrio e fala das expectativas de retornar à televisão.

CASOS DE FAMÍLIA

Meus pais se separaram na [época da] minha mocidade e a minha mãe, durante alguns anos, bebeu bastante. Tenho essa memorial dela se anestesiando mesmo. E a gente —eu, meus irmãos e meu pai— enquadrando ela meio uma vez que uma alcoólico, porque ela ficou bebendo [por alguns] anos. Depois, ela parou totalmente, até que voltou a ingerir socialmente.

O álcool deixou uma marca muito grande na minha vida. Num momento muito importante na minha relação com minha mãe. Na tristeza que eu vi, de ela não dar conta e precisar se anestesiar de alguma maneira.

Era uma dor, né? Ver a mãe sofrendo é uma coisa muito, muito poderoso. Estava ali, me tornando mulher, com 13, 14 anos, começando a trabalhar, a me entender nesse mundo feminino e vendo a minha mãe tolerar de paixão, bebendo. Isso me marcou profundamente.

Mas foi uma coisa que ficou quieta, porque uma vez que depois a minha mãe se curou, no sentido de que ela parou de ter um problema com o álcool e com a soma, isso ficou [no passado].

Eu comecei a ingerir muito tarde, com 30 anos, socialmente. Porque eu tinha essa história com a minha mãe. E também, quando comecei a trabalhar, lembro da minha mãe falando assim para mim: “Filha, você vai entrar num mundo de adulto, você não é adulto ainda, e se eu sentir que você, de alguma maneira, está escorregando, não vou deixar mais você trabalhar, porque eu estou confiando em você”. Isso me deu um passaporte de responsabilidade.

FORA DA GLOBO

Sempre fui aquela atriz de televisão, tive a televisão muitos anos uma vez que prioridade. Essa coisa do contrato completar, eles [Globo] foram avisando muito antes. Eu fui fazendo uma despedida, entendendo que a minha curso ia entrar numa novidade era. E que talvez isso significasse estar pronta também para encetar a me sentir segura, para escolher as coisas que eu ia fazer, uma vez que que eu ia dividir o meu tempo.

Quando aconteceu [o fim do contrato fixo], eu já tinha me pronto, estava ansiosa para isso. Olhando [para trás], depois de um ano, tenho certeza de que eu fiz coisas que eu não poderia ter feito [se continuasse na emissora].

Quando me chamaram para fazer “(Des)controle”, que era só para o final do ano, e eu falei: “Eu posso”, foi o primeiro eu posso da minha vida. Estar vivendo isso, terminando esse trabalho, esse ano tão mágico, de tantos encontros, de dois projetos tão incríveis no cinema, e voltar para a televisão. Foi tudo muito bom. Não tem zero de ruim para falar. Não tem ônus, só bônus.

REMAKE


Paladar da teoria do remake. Você reviver [uma determinada história] é gostoso. Sou nostálgica, paladar de ver coisas antigas. “Vale Tudo” é uma romance muito emblemática. Não tem uma vez que a gente falar desse remake e ter certeza de alguma coisa. Acho que as pessoas podem amar ou rejeitar na mesma medida.

Quando você faz um remake mudando [elementos da trama], e eu acho que vão ter mudanças nessa romance, de repente [tem] uma mudança [que] desagrada. Não deixa de ser perigoso [fazer um remake]. Mas eu, uma vez que espectadora e uma vez que atriz, estava doida para ser chamada e estar dentro desse projeto.

LEILA

Queria fazer a Raquel [mocinha da trama, vivida na primeira versão por Regina Duarte e que no remake será interpretada por Taís Araújo]. Eu tinha essa memória de ser a personagem que eu mais gostava [da versão original]. O Paulinho Silvestrini, que vai encaminhar a romance, me chamou para ir lá. Eles estavam fazendo uma escalação muito minuciosa. Eu sabia que estaria na romance, mas não sabia exatamente qual personagem interpretaria. Até que veio o invitação para fazer a Leila.

Toda vez que a gente entra numa romance, tem esse insensível na bojo de poder ser a coisa mais maravilhosa do mundo e poder também [ser que tenha que] mourejar com as dificuldades todas que, às vezes, acontecem num projeto.

A Leila, na minha cabeça, é misteriosa. E isso me dá uma liberdade muito grande na tradução. Ela não era uma personagem com tiques, uma vez que outras da romance.

TELONAS

O cinema pátrio vive um sonho com esse filme [“Ainda Estou Aqui”] do Waltinho [Walter Salles], com a Fernanda [Torres] sendo ovacionada, aclamada, respeitada. Nossa cultura sendo aclamada. Um filme tão sobre a gente, sabe? São muitas vitórias, muitos sucessos, muitas coisas boas acontecendo junto. E esse meu momento com o cinema é uma oportunidade novidade da minha vida. Ter feito, em um ano, dois filmes com pessoas que eu admiro tanto, projetos que falaram ao meu coração. Estou muito feliz.

Folha

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