Dira Paes Estreia Como Diretora No Filme 'pasárgada' 26/09/2024

Dira Paes estreia com direção morna em seu ‘Pasárgada’ – 26/09/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Ninguém irá negar a posição de Dira Paes porquê uma das maiores atrizes brasileiras de sua geração, em pé de paridade com Fernanda Torres, Andréa Beltrão e Claudia Abreu, para ficarmos em algumas das que começaram a se evidenciar nos anos 1980.

O trabalho de Paes atravessou diferentes fases do cinema brasiliano, da crise da Embrafilme à chamada Retomada, e desta para o cinema das leis de incentivo, passando, obviamente, pela novidade crise instalada pelas políticas culturais do governo federalista anterior.

Em seu currículo, obras polêmicas porquê “Amarelo Manga”, 2002, e “Baixio das Bestas”, 2006, ambos de Cláudio Assis, ou a procura pela verso de “Corisco & Dadá”, 1996, de Rosemberg Cariry, e “Órfãos do Eldorado”, 2015, de Eduardo Coelho.

Porquê diretora, ainda é difícil situá-la em qualquer panteão. “Pasárgada”, seu primeiro longa, foi exibido pela primeira vez no último Festival de Gramado, em agosto deste ano, obtendo reações variáveis, da frieza ao feitiço modesto.

A atriz interpreta Irene, uma ornitologista que acaba se envolvendo em um esquema ilícito de tráfico de pássaros. Uma vez na floresta, ela começa a se sentir secção daquela natureza superabundante, e passa a ter dúvidas sobre sua missão ali, onde é “amiga do rei”.

Se “Pasárgada” irregularidade em se apresentar porquê um trabalho de estreia digno, a atriz paraense demonstra algumas qualidades em sua direção, principalmente pelo libido de olhar e dar a ver o resultado desse olhar. Esse libido é secção do caminho, mas infelizmente não basta.

O longa é devotado a John Boorman e Walter Lima Jr., realizadores com quem filmou, respectivamente, “A Floresta das Esmeraldas”, de 1985, e “Ele, o Boto”, de 1987. São seus dois primeiros filmes porquê atriz, ainda na puberdade.

E é com eles que Dira Paes parece buscar uma sintonia: o chamado da natureza, um manifesto paisagem de thriller osco pela urgência de contemplar as paisagens, momentos de reparo dos pássaros e alguma tentativa de verso, não vasqueiro em falso.

Curiosamente, “Pasárgada” não parece um típico primeiro filme, no sentido de que não vemos um acúmulo de ideias, mas uma única teoria estilhaçada e levada com um tempo mais lento, uma tendência a um misticismo piegas e uma trama resolvida em notebook que poderia ter sido mais trabalhada, ou, preferencialmente, não trabalhada num notebook.

Ou seja, no lugar do acúmulo de ideias, o acúmulo de pontas soltas. No lugar de um filme espezinhado em boas atuações, porquê é de se esperar quando quem dirige é alguém que conquistou reputação e prestígio, amplamente merecidos, na frente das câmeras, temos tentativas na maior secção falhadas de continuar o trabalho de seus mestres.

Não dá para entender, por exemplo, a decisão de fazer a trama progredir por meio de conversas online com o contrabandista interpretado por Peter Ketnath. Nesse sentido, a conversa online com a mana interpretada por Cássia Kis borda o constrangedor.

A tela de um notebook raramente é fotogênica no cinema. Logo, convém não explorar esse tipo de imagem, sobretudo quando se está começando a encaminhar.

Além do mais, a trama é fraca. Não ajuda o letreiro que informa a existência do problema do tráfico de pássaros. Esse tipo de letreiro, normalmente, mais atrapalha do que ajuda. Pois não basta mostrar um problema verdadeiro para se ter um bom filme.

Há, todavia, dois belos momentos de durações variáveis. Quando o ajudante contratado para atrair pássaros, interpretado por Humberto Carrão, começa a sibilar, deixa Irene ao mesmo tempo interessada e curiosa com a desenvoltura do ajudante no assobio.

O outro é a imagem da protagonista repartida no espelho, o que reflete sua indecisão entre participar do esquema e proteger a natureza que parece amar.

São dois momentos que revelam um olhar, uma sensibilidade artística capaz de voar com os pássaros. Pensando neles, justamente, sentimos um tarar pelo que deu claramente inexacto no desenrolar da trama, que parece não encontrar conforto entre a rarefação e a narração.

Encontrar um estabilidade melhor ou partir em direção a um dos extremos com afinco e devoção: esses parecem ser os caminhos para que Dira Paes diminua a intervalo entre suas características porquê diretora e o enorme talento comprovado porquê atriz.

Folha

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