Documentário Reconta História De Sullivan E Massadas 07/03/2024

Documentário reconta história de Sullivan e Massadas – 07/03/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Além de serem clássicos do cancioneiro vernáculo, as músicas “Me Dê Motivo”, “Um Dia de Domingo”, “Whisky a Go Go” e “Uni-Duni-Tê” compartilham mais um elemento em generalidade. Todas foram criadas por Michael Sullivan e Paulo Massadas, artistas por trás de vários dos principais sucessos que marcaram os anos 1980 e 1990.

Para recontar a trajetória da dupla, a Globoplay lançou nesta quarta-feira (6) a série documental “Sullivan & Massadas: Retratos e Canções”. Dirigida pelo jornalista André Barcinski, a produção é dividida em cinco episódios e fala sobre o impacto dos dois na indústria fonográfica.

“Sempre achei que eles mereciam um documentário, porque eram realmente uma fábrica de sucessos”, diz Barcinski, que é colaborador da Folha e responsável de livros uma vez que “Pavões Misteriosos”, que analisa a explosão da música pop no Brasil nos anos 1970. “Acho que era uma coisa meio óbvia fazer um documentário sobre eles. Possivelmente, foram os compositores de maior sucesso da história do Brasil.”

Além de dominar as rádios, as composições da dupla viraram trilha sonora de novelas, embalando mais de 30 tramas. As obras também ganharam vida na voz de Xuxa, que entoou canções que se tornaram clássicos infantis, uma vez que “É de Chocolate” e “Lua de Cristal”.

Para Barcinski, o sucesso é fruto da experiência que tiveram quando tocaram em bailes, nos anos 1970.

“Eles percebiam in loco a reação do público. Não tem um laboratório melhor para você fazer música de sucesso do que tocar para muita gente durante tanto tempo”, diz Barcinski. “Somada à história pessoal de cada um, isso os ajudou a fazer músicas que eram compreendidas e amadas por gente de todos os espectros sociais, geográficos e etários.”

Paulo Massadas diz que os bailes de vestuário tiveram papel determinante para sua curso. “Essa formação nos ajudou a invadir a visão que a gente conquistou”, diz ele, acrescentando que o sucesso também é resultado de suas origens. Sullivan nasceu em Pernambuco, enquanto Massadas é do Rio de Janeiro.

Essa mistura os ajudou a fabricar trabalhos ecléticos, que flertavam com diferentes gêneros musicais. “O nosso repertório tem diferentes estilos, uma vez que xote, dança, frevo e rock. Ele trouxe muita coisa do Nordeste; eu, do Sudeste.”

Esse ecletismo fez com que eles trabalhassem com artistas tão díspares quanto Gal Costa, Leandro e Leonardo, Alcione, Sandra de Sá e Tim Maia. Foi ele, inclusive, quem deu voz ao primeiro hit da dupla, a música “Me Dê Motivo”, de 1983. Os dois haviam se sabido anos antes, na dez de 1970, quando tocavam em um grupo músico.

Em razão da prestígio de Tim Maia para a curso da dupla, um dos cenários do documentário é o Theatro Municipal de Niterói, onde o cantor fez o último show antes de morrer, em 1998, aos 55 anos.

Esse espaço recebeu um número músico em homenagem a eles, muito uma vez que a entrevista da apresentadora Xuxa, que gravou 47 músicas dos dois.

Os compositores conheceram a rainha dos baixinhos no programa “Clube da Moçoilo”, da TV Manchete, emissora na qual ela começou a curso. Nessa quadra, Massadas deu a teoria de fabricar um disco infantil com a participação da apresentadora. “Quando eu a vi, falei: ‘Face, essa mulher vai sobrevir.’”

Xuxa, no entanto, resistia em concordar o invitação. Dizia que não sabia trovar, mas acabou cedendo. “Na primeira gravação, ela estava super nervosa. Com o tempo, foi se acostumando.”

A aposta do compositor se mostrou certeira. Xuxa virou uma das campeãs de venda nos anos 1980 e 1990.

Roberto Carlos, que também gravou músicas da dupla, aparece no documentário. O cantor raramente dá entrevistas, mas decidiu transfixar uma exceção a pedido de Michael Sullivan.

“O Roberto sempre liga pra mim no natalício. Daí perguntei se podia me dar um presente.” O compositor perguntou se o cantor toparia participar do documentário. “Ele aceitou na hora. Fiquei muito feliz.”

Apesar de terem produzido uma lista volumosa de sucessos, eles se viam cândido com frequência dos críticos. Diziam, lembra Sullivan, que tocavam à exaustão nas rádios porque compravam espaço ou que obrigavam os artistas a gravarem suas composições. “Começaram a inventar coisas e jogar isso no pescoço da prelo.”

Sullivan explica que a campanha de mordacidade foi um dos estopins para o término da parceria entre os dois, em 1994. À quadra, o artista recebeu um invitação da Sony para trabalhar em Miami. “Resolvi concordar a proposta por pretexto dessa perseguição danada.”

Massadas acrescenta que a rotina frenética de trabalho foi outro motivo para o rompimento. Segundo ele, chegaram a produzir três músicas por noite. “Tudo o que é demais se exaure.”

O que não se esgota, mas, é a amizade entre os dois. “Temos quase 700 canções juntos. São praticamente 700 filhos”, diz Sullivan. “O Paulo e eu fomos um par que fez paixão demais a vida inteira. Nos separamos há 30 anos, mas continuamos conversando. Rebento dá problema para fabricar. Imagina quase 700, né?”

Folha

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