Documentário Revisita Guerra Das Malvinas 27/12/2024 Ilustrada

Documentário revisita Guerra das Malvinas – 27/12/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Veterano do jornalismo da Orbe, o jornalista Ricardo Pereira já vivia em Portugal no termo de sua curso, quando recebeu um diagnóstico de um cancro ofensivo no pâncreas.

O languidez pela notícia, porém, não durou muito, pois soube de um novo tratamento mútuo para o qual poderia se inscrever. Mais do que isso, soube de uma última grande reportagem que ainda poderia fazer, que reanimou sua paixão pela profissão.

Isso porque descobriu o sorte do possuidor de um quotidiano de guerra ao qual tinha tido chegada quando visitou as Ilhas Malvinas, ou Falklands, no ano seguinte da guerra, de 1982. Tratava-se do ex-combatente Adrian Sachetto, que estava vivo e morando em Buenos Aires.

“Foi uma vez que um sopro de vida a meu pai, que passou novamente a se entusiasmar com uma história, uma vez que um repórter no auge da sua atividade. Trabalhava até de madrugada, pesquisava, queria que esta fosse sua última história a ser contada”, diz Sofia Pereira, filha do jornalista e produtora executiva do documentário “Malvinas: O Quotidiano de uma Guerra”, disponível no Globoplay.

Pereira queria investigar a fundo as consequências do conflito na sociedade argentina até os dias de hoje e também o que tinha realizado com os veteranos.

Quando conseguiram contato com Sachetto, o exaltação redobrou, e o veterano aceitou voltar às ilhas com Pereira. Lá, eles compartilhariam as memórias do conflito.

O projecto era um material de fôlego maior do que acabou sendo. Imaginava-se um livro, uma grande reportagem em formato documentário ou mesmo um quotidiano desta novidade visitante. “Mas o fator tempo, infelizmente, começou a jogar contra, meu pai já vinha doente por alguns anos e a quimioterapia já não estava funcionando tão muito. O resultado é esse filme marcado pela pressa, dissemelhante do que ele tinha imaginado”, diz Sofia.

Outras dificuldades se interpuseram. Na visitante que fizeram às Malvinas, os filhos de Sachetto decidiram fazer um pouco proibido na ilhéu. Ou seja, usar bandeiras e camisetas indicativas de que as Malvinas seriam argentinas na visitante ao cemitério de Dawson, onde os ingleses enterraram a maioria dos soldados mortos argentinos no conflito —os demais tinham sido vítimas do soçobro, pelas forças britânicas, do navio Belgrano.

A Guerra das Malvinas eclodiu em 1982 quando as Forças Armadas argentinas, comandadas pelo general Galtieri, em plena ditadura militar, resolveram invadir o arquipélago, de população de origem britânica e cuja soberania era disputada.

Apesar da curta intervalo com relação ao território prateado —de 500 quilômetros—, nunca tinha sido ocupada por habitantes desse país ou por colonizadores espanhóis que atuaram no que seria a Argentina.

Sua população, de murado de 3.500 pessoas, hoje é composta por uma maioria de descendentes de britânicos. As Malvinas-Falklands são hoje um Estado associado do Reino Unificado, situação reforçada em um plebiscito, em 2013.

A guerra foi um conflito desigual, e os britânicos logo demonstraram sua superioridade bélica. O general Galtieri havia lançado a empreitada para tratar de capitalizar politicamente uma verosímil vitória no conflito. A ditadura argentina vinha se desgastando devido a uma situação econômica frágil, e milhares de argentinos apoiavam a teoria de restabelecer as ilhas.

Entre 2 de abril e 14 de junho de 1982, um Tropa profissional europeu enfrentou-se a um muito mais frágil, constituído principalmente unicamente por soldados iniciantes, sem experiência de guerra e que não conheciam as ilhas. Ao todo morreram 649 argentinos, contra 255 baixas britânicas.

No documentário, há trechos da cobertura da Orbe da guerra, além de entrevistas recentes de Pereira sobre os dias vividos ali. Também traz reportagens de Ricardo e da Orbe na idade e o testemunho do médico e companheiro de Pereira Drauzio Varella, sobre uma vez que enfrentou o cancro.

Na ilhéu, os dois amigos reconstroem o que foi uma das mais terríveis batalhas, a de Goose Green, e suas lembranças em geral.

Pereira havia trabalhado quase quarenta anos na Orbe e se mudou a Portugal no termo de sua curso, para coordenar o escritório da emissora nesta cidade. Foi em Lisboa que recebeu o diagnóstico da doença, e também aonde voltou a estudar o tema das Malvinas. Pereira morreu em dezembro do ano pretérito, semanas depois voltar ao arquipélago.

“Ele não conseguiu finalizar e recontar a história do jeito que queria. Nós tivemos que conciliar o documentário, mas mantivemos o eixo principal que é essa paixão do repórter”, diz a jornalista Eugenia Moreyra, diretora do documentário.

Folha

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