Oscar: Veja Os 7 Melhores Momentos, Com John Cena Pelado

Dois corpos nus, duas medidas – 13/03/2024 – Joanna Moura

Celebridades Cultura

No domingo (10), aconteceu a 96ª cerimônia do Oscar. Na minha modesta opinião, o formato da apresentação anda um pouco previsível. Gente famosa, um apresentador engraçadinho que guia a cerimônia, faz um ou outro observação político para se mostrar engajado, uma ou outra piada de mau paladar para se mostrar polêmico, e premiados de edições anteriores entregando estatuetas aos responsáveis (geralmente homens) por filmes que todo mundo já sabia que levariam, deixando de lado (ou premiando em categorias periféricas) o que realmente há de mais inovador, interessante e diverso na indústria do cinema.

Mas eu não estou cá para criticar o Oscar. Meu feed já está referto de críticos profissionais ou não fazendo leste trabalho.

Permita-me cá invocar sua atenção para um momento que, apesar de não estar no núcleo das discussões envolvendo a premiação, provavelmente não passou despercebido. O caso é que lá pelo meio da cerimônia, depois que algumas das categorias mais badalados já haviam sido premiadas, adentra no palco um varão enorme, aparentemente inteiramente nu, seu pênis vestido exclusivamente por um envelope. Tratava-se de John Cena, lutador e ator famoso por seus músculos e seus papéis em filmes de ação.

John entra no palco nu, numa piada ensaiada com o apresentador da premiação, o comediante Jimmy Kimmel, para enfatizar a relevância das roupas, um gancho para anunciar a categoria de melhor figurino. A ingressão foi recebida com risos pela plateia. Não houve constrangimento, nem revolta, não se via gente desviando o olhar. Na internet não foi dissemelhante. Apesar de completamente nu, nos milhares de posts e tweets que comentaram sua aparição, Cena não foi sexualizado, nem sua moral, moral ou valores questionados. Pelo contrário, o ator foi exaltado pelo seu bom humor. A história toda virou meme. Evidente, era piada, era só um corpo exposto, era absolutamente inofensivo.

Horas depois do fecho da cerimônia, as celebridades ali presentes correram para trocar de roupa e se juntaram a outros famosos de indústrias adjacentes (televisão, voga, música…) rumo a uma das várias badalações pós Oscar. E num desses muitos tapetes vermelhos estendidos na esteira da premiação, lá estava ninguém mais ninguém menos do que a nossa Anitta.

Sua mera presença em meio a tantas estrelas globais deveria ser motivo de orgulho para nós brasileiros. A reação do pessoal na internet, porém, foi muito dissemelhante. Acontece que Anitta usava um longo vestido transparente que deixava seu corpo inteiramente à mostra.

Olhando de forma prática, a aparição de Anitta e seu corpo escultural no tapete vermelho tinha muitas semelhanças com a aparição de John Cena no palco do Oscar. Ambos obviamente estavam seminus. Aliás, há quem diga que Anitta estava muito mais vestida do que Cena. Ambos cobriram suas genitálias e deixaram à mostra todo o resto. Ambos ostentam corpos considerados a epítome do padrão de venustidade. Mais importante talvez seja o vestimenta de que ambas as aparições faziam secção do espetáculo que é o show business. Nenhum deles tinha ido pelado ao mercado. Ambos estavam performando, um no palco, outro no tapete vermelho.

A reação do público ao ver Anitta em seu vestido transparente, entretanto, não poderia ter sido mais dissemelhante do protecção que Cena havia recebido horas antes. Dos títulos de matérias abordando o vestido uma vez que “polêmico” aos comentários revoltados inundando as redes sociais.

Eu sei, zero de novo. E Anitta, que não é boba nem zero, é a rainha de transformar polêmica em oportunidade. Achei educativo, mas, ver tamanho contraste de reações diante de episódios separados por algumas horas.

Eu particularmente adorei o look, mas confesso cultivar um pinguinho de hate dentro de mim: queria que o corpo da cantora fosse um pouco menos escultural e um pouco mais parecido com os corpos da maior secção das mulheres que habitam o mundo. Mas aí talvez a polêmica que isso geraria fosse demais até para Anitta.

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Folha

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