'dona de mim': cláudia abreu vive transtorno bipolar na tv

‘Dona de Mim’: Cláudia Abreu vive transtorno bipolar na TV – 08/05/2025 – Televisão

Celebridades Cultura

Rio de Janeiro

Cláudia Abreu, 54, está de volta às novelas da Orbe depois nove anos. Em “Dona de Mim”, ela interpreta Filipa, uma mulher que enfrenta diversas frustrações e é diagnosticada com transtorno bipolar. Foi justamente a oportunidade de abordar o tema da saúde mental que a motivou a concordar o invitação para integrar o elenco da romance das sete da emissora.

Atuar novamente ao lado de Tony Ramos, 76, com quem já havia trabalhado em “Belíssima” (2005), também pesou na decisão. “Nunca perderia a oportunidade de contracenar com ele novamente. Tony é aquela luz da televisão, né? Ele também me faz rir, me desconcentra bastante”, conta.

A atriz retorna à emissora depois ter encerrado, em 2023, um contrato fixo que durou 37 anos. Seu vínculo agora é por obra. Formato, aliás, que Cláudia admite gostar. “Sempre quis ter liberdade. Também sempre tive uma relação maravilhosa com a Orbe, de transpor e voltar. Escolhi ser livre, dona da minha curso, da minha vida”, diz.

Confira aquém a entrevista com a atriz.

O que fez você voltar às novelas depois nove anos? Estava com saudades?

Estava. Nesses nove anos, trabalhei muito. Fiz séries, filmes, escrevi [a série infantil] “Valentins”, viajei e continuo viajando com as peças: o meu solilóquio, “Virgínia”, que conta a história da escritora britânica Virginia Woolf (1882–1941), e o espetáculo “Os Mambembes”, uma adaptação da comédia de Artur Azevedo (1855–1908). Sempre encontrava pessoas que diziam: “Você precisa voltar a fazer romance”. Comecei a ouvir isso com uma maior frequência —e portanto vieram outros sinais.

Quais sinais?

O chamado do diretor Allan Fiterman, um companheiro e parceiro com quem trabalhei em “Cheias de Charme” (2012) e “Geração Brasil” (2014). Um invitação dele é irresistível. A romance é escrita pela Rosane Svartman, de quem eu já vinha lendo algumas coisas, e, para completar, teria a chance de atuar com Tony Ramos. Nunca perderia a oportunidade de contracenar com ele novamente —trabalhamos juntos em “Belíssima” (2005), e talvez isso nunca mais acontecesse. Tony é aquela luz da televisão, né? Ele também me faz rir, me desconcentra bastante (risos).

Quem é Filipa, sua personagem?

Ela é uma artista, uma pessoa solar e intensa. Carrega a frustração de não ter tido sucesso uma vez que atriz e cantora e também fracassou uma vez que mãe, porque estava tentando seguir a curso artística. Não deu a atenção que deveria à filha, Nina (Flora Camolese), e também não se identifica muito com Sofia (Elis Cabral), a moça que chegou à vida dela com Abel (Tony Ramos). Filipa vive sentindo que não é validada. Está sempre procurando seu lugar no mundo, e isso traz uma certa instabilidade de humor.

Podemos proferir que Filipa é bipolar? Sua personagem vai abordar essa questão de saúde mental?

Sim, minha personagem é bipolar, e a Rosane propôs discutir saúde mental. Muita gente sofre por não ter um diagnóstico. Se for uma mulher, portanto, muitas vezes é chamada de maluca, histérica. Quando o diagnóstico vem, também chega com ele o estigma. A bipolaridade não é uma escolha, não é um pouco que a pessoa pode simplesmente controlar. E não é unicamente sobre interpretar uma personagem divertida, jubiloso, que também pode permanecer deprimida ou agressiva. É sobre ajudar o público a falar mais sobre esse transtorno de humor, que é muito mais generalidade do que a gente imagina.

Você estudou para abordar esse tema com responsabilidade?

A gente sempre conhece alguém que tem essas instabilidades de humor e que precisa ser entendido. Li artigos e assisti a filmes. Tem um documentário supimpa sobre a Nina Simone (1933–2003) que demonstra muito muito essa quesito. Filipa é uma personagem muito rica para mim. Poder mostrar os vários lados dela, que não ser uma coisa só, é mágico. É uma mulher interessante.

Você encerrou o seu contrato logo com a Orbe há dois anos e agora a está voltando em outro formato, por obra. Essa é relação que você gosta de ter com a emissora?

Sempre quis ter liberdade. Também sempre tive uma relação maravilhosa com a Orbe, de transpor e voltar. Se observar a minha história, vai perceber que fiquei vários períodos sem fazer novelas, embora tenha feito muitas. E, justamente por isso, não tinha renovado. Escolhi ser livre, dona da minha curso, da minha vida, e poder fazer muito cinema, teatro. Sempre tive um caminho originário de poder aproveitar as coisas que a vida me trazia e também aproveitar as coisas que a Orbe me trazia.

Folha

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