'donatello' Resgata Dores E Amores Da Infância 11/09/2024

‘Donatello’ resgata dores e amores da infância – 11/09/2024 – Teatro

Celebridades Cultura

Em um teatro intimista uma vez que é o Commune, na rua da Consolação, região médio de São Paulo, o público assiste aos espetáculos perto dos artistas que estão em cena, sem as barreiras dos palcos tradicionais.

No músico “Donatello”, em papeleta às quintas-feiras, essa intimidade é ainda maior. Durante uma hora e meia, é uma vez que se a plateia fizesse segmento da família de Mendubi, um garoto sonhador que amadurece enquanto lida com a doença do avô e as dificuldades no relacionamento com o pai.

Ao entrar no teatro, o público já encontra o ator e dramaturgo Vitor Rocha pedindo sugestões para a história: um nome de cachorro, um programa de TV, um rebuçado de panificação, por exemplo. São dicas que realmente entram na peça, assim uma vez que algumas pessoas da plateia, em breves participações.

Rocha escreveu e protagoniza o músico. No palco, além dele, há unicamente o músico Felipe Sushi, que executa a trilha sonora ao vivo, em um piano.

O cenário é simples, com poucos móveis. O que mais labareda a atenção é a desenvoltura do artista para interagir com o público, narrar a saga de Mendubi, trovar e ativar memórias que fazem muita gente da plateia chorar.

O tema é mesmo comovente: um menino que, de uma hora para outra, descobre o Alzheimer do avô e cria uma estratégia para manter as lembranças por meio de sabores de sorvete. Para cada ocorrência ou sentimento há uma associação à sobremesa preferida dos dois.

O garoto que acredita nos próprios superpoderes cresce, enfrenta os desafios da juventude e chega à vida adulta com algumas dores na psique, além de um cardápio imaginário recheado de memórias, desencontros e afetos.

Rocha, 26, perdeu o pai ano pretérito, vítima de um tumor cerebral. Não conviveu com nenhum familiar com Alzheimer, mas teve a noção das dificuldades ao presenciar confusões mentais, esquecimentos e trocas de palavras durante o período da doença paterna.

“Quis falar sobre quem convive com as perdas, o desânimo pós-diagnóstico”, afirma.

Nas pesquisas antes de redigir, ele ouviu depoimentos e procurou o que há em geral nas histórias. Quando conversa com o público, posteriormente o espetáculo, percebe que existe uma identificação com as despedidas familiares e a relação conflituosa do personagem com o pai.

“O pai não demonstra afeto por meio da vocábulo, é mais durão, e o público jovem se identifica com essa dificuldade no relacionamento com os mais velhos”.

Ao crescer, Mendubi compreende que nem tudo acontece uma vez que gostaria. “A grande evolução do personagem é aprender que algumas coisas ele não consegue controlar”, ressalta o ator.

Nascido em Jacutinga, no interno de Minas Gerais, Rocha escolheu o teatro na puerícia e teve o incentivo da mãe para fazer um curso técnico na escola Macunaíma, em Campinas. Em São Paulo desde 2016, tentou a sorte em audições e, depois de algumas rejeições, decidiu redigir os próprios espetáculos.

Montou, portanto, “Cargas d´chuva – um músico de bolso”, fábula sobre um menino que perde a mãe e tem a missão de levar o melhor colega, um peixe, para ver o mar.

“O espetáculo me colocou no planta. Era um músico original, pequeno. As pessoas prestaram atenção na história e nas músicas, que tinham brasilidade”, lembra.

Depois vieram “Se essa lua fosse minha”, “O mágico di Ó”, “Bom dia sem companhia”, “Mundaréu de Mim” e, agora, “Donatello”, além de espetáculos escritos sob encomenda, uma vez que “Todo chapéu me lembra você” e o infantil “Pet Shop, o Musicão”.

Com dramaturgia e letra músico do artista, “Mundaréu” foi a primeira grande produção do IBT (Instituto Brasílico de Teatro), fundado em 2021 com o objetivo de gerar conexão entre a iniciativa privada, as produções teatrais e o público. O músico, montado ao ar livre, no parque da Chuva Branca, foi testemunhado por 33 milénio pessoas.

Depois dele, Rocha teve vontade de voltar às produções menores e independentes que marcam a sua trajetória.

Ele tem um público leal, que lota os teatros e o espera na saída para bate-papos. A primeira temporada de “Donatello” atraiu público de milénio pessoas em dois meses, com sessões lotadas. E a segunda vem repetindo o sucesso.

“Um espetáculo ajuda o outro. Devo o sucesso de um ao outro”, analisa.

O ator não vê problemas em mourejar com a arte uma vez que um negócio que depende da formação de um mercado sustentável e se identifica uma vez que empreendedor.

“Ter um público leal, que está sempre apoiando, é o sonho de qualquer um”, diz.

O “rochaverso”, uma vez que é chamado por fãs o universo de musicais singelos criados pelo artista, é nutrido por ele por meio da atenção que gosta de dar a quem assiste os espetáculos e se emociona com suas fábulas.

“Sou muito feliz nas portas de teatro”, conclui.



Folha

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