É Hora De Bienal Do Livro Em São Paulo

É hora de Bienal do Livro em São Paulo – 12/09/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

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Nesta semana de Bienal do Livro não podemos falar sobre outra coisa. As atenções do mundo literário —e muito além dele— estão voltadas à 27ª edição deste evento multicultural que reúne diversas tribos e gerações e que traz os livros para a boca do povo.

É generalidade ouvir que brasileiros não leem, mas essa máxima não poderia ser contradita de maneira mais evidente. O primeiro final de semana de Bienal foi marcado por lotação e recordes de vendas em diversas editoras.

Além dos números de público, o impacto da leitura grita junto com os fãs que se emocionam diante de seus ídolos, criadores das histórias que os conquistaram. A mesa com Elayne Baeta, Clara Alves e Stefano Volp, autores LGBTQIA+, gerou um empurra-empurra na povo no sábado.

No mesmo dia, Felipe Neto, que além de responsável de “Uma vez que Enfrentar o Ódio” é instituidor de um clube do livro, falou sobre Machado de Assis sob aplausos efusivos de adolescentes e jovens e também usou a plataforma para criticar o prefeiturável Pablo Marçal e sua postura histriônica.

No dia seguinte, o popular responsável de thrillers Raphael Montes reuniu fãs e alcançou reações fervorosas ao anunciar de surpresa a adaptação de um de seus livros, “Dias Perfeitos”, para série de TV no ano que vem.


Acabou de Chegar

“Apostando no Paixão” (trad. Alessandra Esteche, Intrínseca, R$ 59,90, 368 págs., R$ 39,90, ebook) é o mais recente lançamento de Lynn Painter, autora americana que tem mais um título para trespassar esse ano no Brasil. Em entrevista, Painter defendeu os clichês de romances, mas foi contra estereótipos do gênero, que, segundo ela, são alimentados pelo machismo contra autoras.

“Eu, Luiz de Freitas, Mr. Wonderful” (Muito Cultural, R$ 79,90, 429 págs.), de Dininha Morgado, narra a história do estilista brasílico que vestiu nomes uma vez que Arnaldo Jabor, Serginho Groisman, Caio Fernando Abreu e Gilberto Braga. A jornalista Melina Dalboni aponta que a grife de Freitas, Mr. Wonderful, foi uma das marcas mais transgressoras da voga masculina brasileira.

“Só Porque…” (trad. Debora Fleck, Sextante, R$ 59,90, 32 págs., R$ 34,99, ebook) condensa epifanias filosóficas do ator Matthew McConaughey em obra para crianças. A repórter Alessandra Monterastelli conta uma vez que a desilusão do vencedor do Oscar com o sonho americano o levou até a literatura.


E mais

A Flip divulgou nesta semana a programação completa de sua próxima edição, que acontece de 9 a 13 de outubro. A sarau, sob curadoria da livreira e editora Ana Lima Cecilio, tem o influenciador Felipe Neto, o senegalês Mohamed Mbougar Sarr, o carioca Luiz Antonio Simas e a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha, uma vez que alguns dos novos nomes mais chamativos.

Elayne Baeta é a autora vernáculo mais vendida no selo Galera, da Record. A repórter Natália Santos conta que a trajetória de Baeta é improvável: “foi vendedora em loja de bijuterias, ajudou em um reforço escolar e até trabalhou em uma funerária”. Até que escreveu “O Paixão Não É Óbvio”, sobre uma jovem que se descobre lésbica, e arrebatou um público imenso.

Morto há 34 anos, Cazuza ressurge em um livro de poemas inéditos. “Meu Lance é Trova” (org. Ramon Nunes Mello, WMF Martins Fontes, R$ 99,90, 320 págs.) reúne 27 textos do compositor. Segundo a reportagem de Lucas Brêda, a obra expande o entendimento do ex-vocalista do Barão Vermelho “uma vez que poeta, para além de grande letrista e cantor”.


Além dos Livros

O presidente Lula esteve no Região Anhembi na lhaneza da Bienal do Livro. Lá, passeou pelos estandes e discursou em resguardo da literatura: “ler é um ato político contra toda forma de vontade”, declarou. A presença do presidente foi celebrada por editores que, nas palavras do colunista Walter Porto, “se lembram muito de uma vez que o presidente anterior, Jair Bolsonaro, ignorava eventos literários”.

Porém, essa postura do presidente contrasta com o demora no calendário do governo federalista para a compra de milhões de livros didáticos e literários para escolas públicas pelo Fundo Pátrio de Desenvolvimento da Instrução, o FNDE. Reportagem de Porto, Isabela Palhares e Paulo Saldaña conta também que o programa Minha Livraria, da Prefeitura de São Paulo comandada por Ricardo Nunes, também está retardado —e os estudantes e editoras, deixados no escuro.

A Colômbia é o país homenageado por esta edição da Bienal do Livro. O objetivo da Câmara Brasileira do Livro é vulgarizar a cultura do país vizinho e promover aproximações entre ambos. Juan David Correa, ministro da Cultura colombiano, é um padroeiro ferrenho do trabalho artesanal de divulgação de livros e escritores, uma vez que o que está acontecendo na Bienal.

Folha

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