O compositor, violonista, arranjador e cantor paulistano Eduardo Gudin, 73, fará um show, às 20h do dia 1° de agosto, no Alvas Showroom, na região de San Pedro, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Esta será a primeira vez que o músico irá se apresentar no país, em quase 60 anos de curso. O espetáculo terá versões de suas músicas cantadas em inglês. Entre elas, “Paulista”, de Eduardo Gudin e José Carlos Costa Neto, que na versão de Marsha Furutani ganhou o nome de “Paulista Avenue”, e “Virente”, também de Eduardo Gudin e José Carlos Costa Neto, que na gringa irá figurar com o título “Green Times”, na versão de Marsha Furutani e Costa Neto (conheça a letra em inglês de “Paulista” no final do texto).
O Música em Letras entrevistou, com exclusividade, o artista, que irá se apresentar escoltado da tecladista Naila Gallotta, além de Marsha Furutani (vocal e percussão), Blake Strada (contrabaixo), Alex Smith (bateria e percussão) e Martin Shinn (guitarra).
Mulher de Gudin, Naila Gallotta concebeu com o artista “Real Samba”, álbum no qual Gallotta canta e toca piano, Gudin toca violão e canta, Jorge Helder toca contrabaixo, Edu Ribeiro, bateria e Léo Rodrigues faz a percussão. O repertório do álbum, ainda sem data para ser lançado, será mostrado pela primeira vez no show que o par fará em Los Angeles.
Leia, a seguir, a entrevista que Eduardo Gudin concedeu ao blog.
Porquê surgiu o invitação para você ir a Los Angeles fazer um show?
O invitação surge pela Marsha Furutani, compositora norte-americana que fez as versões em inglês de músicas minhas.
Qual a valor desse invitação para sua curso?
Poder mostrar meu trabalho internacionalmente num linguagem mais universal.
Quais são suas expectativas para essa apresentação?
Tenho tido muita receptividade dos músicos locais [de Los Angeles] ao conhecerem o meu trabalho. Não tenho expectativas anteriores a esse show que vai ocorrer. Prefiro ver no momento.
À exceção de Naila Gallotta, você já tocou com esses músicos anteriormente?
Não. É a primeira vez.
Os arranjos das músicas para esse show são seus?
Os arranjos são todos meus e eles têm uma uniformidade pra ter um som universal no trabalho. Existe sempre um diálogo muito presente entre o piano e o violão.
Comente três composições que serão apresentadas no espetáculo.
“Tambor”, “Guardiã” e “Som Conquistador” são de minha autoria, letra e música, e têm um estilo de afro-samba em suas características harmônicas e melódicas. Achei que isso poderia interessar ao público norte-americano.
Treze de suas músicas ganharam versões em inglês da instrumentista e compositora norte-americana Marsha Furutani, sendo uma delas “Virente”, escrita por Furutani com Costa Neto. Cite três dessas versões que o deixaram contente e por quê.
Fiquei também contente com todas as versões, pois sempre fui muito consultado pela versionista sobre o que as letras queriam expor. Ela conseguiu fazer as versões com muita musicalidade e sonoridade.
Porquê você conheceu Marsha Furutani e o que lhe asseverou crédito para que ela fosse sua versionista?
Conheci através de Naila Gallotta que morou em Los Angeles por seis anos e tocou com esse grupo de músicos. A Marsha se interessou muito pelo meu álbum “Notícias Dum Brasil 1”, e em seguida conheceu meu trabalho na íntegra e propôs as versões.
Quais cuidados foram tomados para que as versões ficassem a contento?
Os cuidados maiores foram fazer as versões com muita sonoridade e mantendo o sentido original. Isso deu bastante trabalho para a versionista.
O que você aprendeu nesse processo de ter suas músicas vertidas para o inglês?
Eu aprendi que existia uma linguagem nas minhas músicas que causou muito interesse pelos americanos e alguma surpresa.
Você e Naila Gallotta têm em mãos o projeto “Real Samba”, álbum no qual Gallotta canta e toca piano, você toca violão e canta, Jorge Helder toca contrabaixo, Edu Ribeiro toca bateria e Léo Rodrigues faz a percussão. Nesse projeto Marsha Furutani compôs 12 versões de suas músicas, além de “Virente”, com José Carlos Costa Netto. O que é esse projeto e uma vez que ele surgiu?
Eu sempre quis que minhas músicas recebessem versões de alguém nativo. O “Virente” já tinha uma versão de Costa Netto, mas a Marsha sugeriu que fossem feitas algumas alterações e o Costa Netto aprovou.
Em “Real Samba”, o cantor Renato Braz e a instrumentista Marsha Furutani também participam. Em quais músicas eles figuram? Comente as participações de ambos.
Renato Braz cantou em “Virente”, assim uma vez que Marsha que também cantou em “Paulista”, “Guardiã” e “Tambor”.
Três músicas do álbum ganharam arranjos seus para orquestra de cordas. Quais são?
“Virente”, “Paulista” e “Balãozinho”. São arranjos escritos para orquestra de cordas com oito violinos, duas violas e dois cellos. Os arranjos foram feitos para estribar o diálogo entre piano e violão.
Além de “Virente”, “Paulista” e “Samba de Verdade”, traduzida uma vez que “Real Samba”, composições suas com Costa Neto, há ainda no novo álbum “Real Samba” as músicas: “Jongo Trio”; “Tambor”; “Balãozinho” (“Tiny Balloon”); “Sempre” (“Always Listen to Love”); “Som Conquistador” (“Sacred Rhythm”); “Guardiã” (“Guardian”); “Psique” (“Soulmate”), sua com Cacaso; “Retrato” (“Portrait”), sua com Aluísio Falcão; “Ainda Mais” (“Even More”), sua com Paulinho da Viola; e “Velho Ímpio” (“The Old Poet´s Song”), sua e de Roberto Riberti. Qual critério foi usado para escolhê-las?
Foram sugestões da versionista que achou que essas músicas seriam muito aceitas pelo público norte-americano.
Quando e onde “Real Samba” será lançado?
Depois o show que faremos nos Estados Unidos, mas ainda não temos uma data determinada e nem sítio. Estamos em negociação.
Você pretende oferecer esse álbum para um selo no exterior? Por quê?
Na verdade, existem algumas consultas e eu só vejo sentido se esse projeto for lançado do exterior pra cá.
Conheça, a seguir, a versão em inglês para a música “Paulista” feita por Marsha Furutani.
“Paulista Avenue”, Eduardo Gudin, José Carlos Costa Netto, versão em inglês de Marsha Furutani
At Paulista when the street lights start to glow
A million stars descend upon the gardens below
We stay warm on the cold April nights into the dawn
With our passion and love
If the dream homes of Paulista disappeared
And one by one were vanquished to the past from view
Who would save our illusions of life when we were young
Love for beauty will come
Do you know how many nights I’ve searched in vain for you
Countless streets I’ve wandered through
Tell me if I saw the same things that you saw today
How many bound’ries have I often crossed
Where in a “single city world”
I’ve lost you!
If your dreams all disappeared without a trace
With nothing to remind you of the beauty once loved
Ask me why do these feelings reside deep in my soul?
My heart had to let go!
“Paulista”( português)
Na Paulista
Os faróis já vão perfurar
E um milhão de estrelas
Prontas pra invadir
Os jardins
Onde a gente aqueceu
Numa paixão
Manhãs frias de abril
Se a avenida
Exilou seus casarões
Quem reconstruiria
Nossas ilusões?
Me lembrei
De descrever pra você
Nessa música
Que o paixão conseguiu
Você sabe quantas noites
Eu te procurei
Nessas ruas onde andei?
Conta onde passeia hoje
Esse seu olhar
Quantas fronteiras
Ele já cruzou
No mundo inteiro
De uma só cidade
Se os seus sonhos
Emigraram sem deixar
Nem pedra sobre pedra
Pra poder lembrar
Dou razão
É difícil hospedar
No coração Sentimentos assim
SHOW ‘GREEN TIMES’ COM EDUARDO GUDIN E NAILA GALLOTTA
ARTISTAS Eduardo Gudin e Naila Gallotta
QUANDO 1º de agosto, às 20h (horário sítio)
ONDE Alvas Showroom, 1417W 8th Street, San Pedro, CA, USA, tel. 310 833 3281
QUANTO $ 35