Eduardo Paes Vê Conta De Show De Madonna Ser Questionadas

Eduardo Paes vê conta de show de Madonna ser questionadas – 07/11/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

No dia seguinte ao show de Madonna nas areias de Copacabana, em 5 de maio, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), escreveu em seu X, o velho Twitter: “Se preparem! Daqui para frente, maio vai ser o mês de comemorar a mais incrível de todas as cidades! Vai ter sempre alguém para maltratar o recorde de público anterior. O Rio é desejado pelo mundo”.

Reeleito em primeiro vez, com 60% dos votos, o prefeito promete satisfazer a promessa. “Estou decidindo cá… Beyoncé… U2… Lady Gaga… Adele… Dá aí a sua opinião!”, escreveu aos seus seguidores no mês pretérito, na mesma rede social.

Zero demais até cá —com a provável exceção de que Adele acaba de anunciar uma pausa na curso por tempo indeterminado. O problema, dizem alguns, é não ser transparente com os gastos da prefeitura e propalar números não condizentes com a verdade. Essa é a reclamação do deputado estadual paulista Leo Siqueira, do Novo, que foi ao X devassar dados oficiais e questionar a governo carioca, assim uma vez que fez o principal competidor de Paes nas eleições.

“O argumento deles é que a prefeitura gastou R$ 10 milhões no show, mas a arrecadação de impostos aumentaria em R$ 10,2 milhões. Mas esse aumento era uma estimativa e não aconteceu”, diz Siqueira, formado em economia pela Instalação Getúlio Vargas. “Se a sociedade fizer a escolha de que vale gastar numerário com o show de artista internacional, tudo muito. Mas, uma vez que economista e político, minha função é checar os dados divulgados.”

O evento todo, patrocinado pelo Itaú, teve um dispêndio que gira em torno de R$ 50 milhões. Só o cachê de Madonna foi de R$ 17 milhões. Segundo uma planilha da produtora do evento obtida pela Folha, houve ainda R$ 20 milhões de transporte de trouxa, quase R$ 5 milhões em hotel e mais muro de R$ 5 milhões no palco e equipamentos.

A Prefeitura do Rio de Janeiro disse à reportagem que desconfiava o questionamento partir de um deputado do Novo que nem sequer é do Rio, mas de São Paulo. Na prática, ele não pode, por exemplo, furar um procedimento na Plenário Legislativa do estado.

A isso, Siqueira responde que “matemática não tem geografia” e que, se os vereadores do Rio não questionam, é papel de qualquer político o fazer. Ele ainda cita que a prefeitura também havia divulgado outros números, também estimados e de difícil comprovação, uma vez que a movimentação de numerário na economia do Rio e a exposição da cidade na prelo internacional.

Os gastos e as contas

A prefeitura investiu R$ 10 milhões no show, mesmo valor que o governo do estado. Antes do show, porém, a gestão Paes divulgou um documento no qual dizia que iria recolher em Impostos sobre Serviço (ISS) justamente os R$ 10 milhões que estava investindo, ou seja, o dispêndio seria nulo.

O documento, intitulado “Potenciais Impactos Econômicos do Show da Madonna no Rio”, assinado pela Secretaria Municipal do Desenvolvimento Urbano e Econômico do Rio de Janeiro, traz “contas de panificação”, para usar a frase de Siqueira.

O documento explicava que o Rio arrecadou, em maio de 2023, R$ 50,8 milhões em ISS de atividades relacionadas ao show, uma vez que turismo, setor aeroportuário e eventos. “Com esse grande evento, estima-se um aumento da arrecadação de 20% em maio de 2024, levando para o valor de R$ 60,9 milhões, com um aumento de R$ 10,2 milhões em conferência com o mesmo mês do ano anterior”, dizia o texto.

É curioso que o aumento estimado cobriria exatamente o valor que a prefeitura desembolsou pelo show. A Folha questionou a prefeitura do Rio de Janeiro para saber por que haveria um aumento de 20%, e não de 10% ou de 30%, por exemplo. Porquê se chegou a essa estimativa? O órgão não respondeu.

No mês pretérito, Siqueira foi esgravatar as planilhas oficiais de ISS divulgadas pela prefeitura carioca. Ele descobriu que, tirando a inflação, o aumento do ISS no mês de maio, entre 2023 e 2024, de R$ 100 milénio. A Folha chegou aos mesmos números ao refazer as contas.

A reportagem também questionou Paes sobre as contas. Por meio de sua assessoria de prelo, a prefeitura afirmou que os dados divulgados originalmente eram corretos, sem, no entanto, oferecer mais explicações sobre os números.

Os dados financeiros não foram os únicos a serem questionados no show de Madonna. Depois a Riotur, órgão de turismo da prefeitura, ter estimado o número de espectadores em 1,6 milhão que a Riotur, o Datafolha fez suas próprias contas e afirmou que o público não poderia ter pretérito de 875 milénio pessoas.

Dias depois, Paes ironizou a história, não esclareceu os cálculos e escreveu no X: “Ai ai ai! Esses jornais de São Paulo não sabem fazer conta mesmo!”

Folha

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