Eduardo sterblicht usa absurdo em uma babá quase perfeita

Eduardo Sterblicht usa absurdo em Uma Babá Quase Perfeita – 11/03/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Depois de fechar no ano pretérito a extensa temporada de “Beetlejuice: O Músico”, o ator Eduardo Sterblitch prometeu a si mesmo que não mais faria outro espetáculo cantado, por conta da pesada exigência física.

Mas o juramento ainda não estava assente quando ele aceitou protagonizar “Uma Babá Quase Perfeita: O Músico”, no qual ainda viveria dois papéis e teria de usar uma prótese facial pouco confortável.

“O espetáculo é fundamentado em um dos dois filmes da minha vida – o outro é ‘Laranja Mecânica'”, justificou ele que, agora no Teatro Liberdade, em São Paulo, estará em edital de quarta a domingo, com quatro sessões no termo de semana. “Retomei a rotina de desportista.”

Inspirado no filme de 1993 estrelado por Robin Williams e adequado para o músico em 2019, o espetáculo acompanha Daniel Hillard, um pai que, em seguida o divórcio, assume uma novidade identidade porquê a excêntrica babá britânica Euphegenia Doubtfire para poder permanecer perto dos filhos.

“É um dos raros musicais da Broadway que trata da família de maneira rebuçado, sem ser histriônica. É uma peça realista com música”, comenta o diretor Tadeu Aguiar, que trouxe elementos nacionais para a montagem, porquê o roupa de Daniel morar no Cambuci além de brincadeiras com Ana Maria Braga, Palmirinha, Preta Gil e D. Hermínia, personagem criado por Paulo Gustavo.

O espetáculo preservou cenas do filme que se tornaram clássicas, porquê a dança de Mrs. Doubtfire com o aspirador de pó e a sua desastrada tentativa de fazer o jantar, que resulta no incêndio de seus seios, sumido com panelas. “Nossa intenção é fazer a plateia ativar sua memória afetiva e se lembrar do longa”, afirma a produtora Renata Borges, da Touché Entretenimento.

“É difícil não tombar na galhofa, mas mantenho a seriedade do meu papel”, conta a atriz Thais Piza, que interpreta Miranda, mãe de três crianças que pede o divórcio. “Ela ainda patroa o ex-marido e diz isso para a governanta sem saber que é o próprio Daniel.”

O maior repto dela e do resto do elenco, porém, é estar preparados para as célebres improvisações de Sterblitch em cena. “Ele parece ter 15 ouvidos, pois escuta tudo o que se diz na plateia e reage em seguida. Eduardo gosta de dificultar a cena para conseguir se superar”, avalia Aguiar.

O ator segue a silabário de Robin Williams, que morreu em 2014 e cujas improvisações gastavam latas de filmes dos longas que protagonizava. “Williams tinha a melancolia de um palhaço, estava em seu olhar. Com ele, aprendi que não é verosímil fazer humor sem crédito, o que me estimulou a buscar um novo caminho para o personagem”, diz Sterblitch, que utiliza uma prótese feita na Inglaterra para se transformar na governanta. Isso facilita as 16 trocas de figurino que o personagem realiza em cena.

“Uma vez que a máscara limita a movimentação da cabeça, Mrs. Doubtfire tem gestos leves e sutis, o que ajudar a caracterizá-la”, constata Fabrizio Gorziza que, além de viver Frank, irmão de Daniel, é o substituto direto de Sterblitch em suas possíveis ausências.

Os dois atores trocaram ideias sobre porquê encontrar a melhor voz para a governanta. “Meu ponto de partida foi a dublagem brasileira do filme, que traz um tom mais plebeu e um falar mais ritmado, o que prende a atenção”, comenta Sterblitch. “E só encontrei o tom manifesto depois de errar muito. É porquê dizia Beckett: ‘Todo dia falho melhor’.”

A memorandum do místico dramaturgo irlandês não é gratuita. Assim porquê o responsável que disse “toda vocábulo é porquê uma mancha desnecessária no silêncio e no zero”, Sterblitch também é um observador do comportamento humano, um buscador do contraditório.

Ele traz seu humor característico e sensibilidade excêntrica para todos os trabalhos. “Sabor do Teatro do Paradoxal, que trata de tema sério de forma cômica. Meu sonho é interpretar ‘Esperando Godot’ e morrer no teatro, porquê aconteceu com Cacilda Becker.”

Apesar de divulgado pelo humor rasgado, Eduardo Sterblitch aprofunda estudos sobre o teatro contemporâneo. Foi o interesse pela dramaturgia realista do norueguês Henrik Ibsen, por exemplo, que o levou ao experimentalismo com palavras do irlandês James Joyce. Esse, por sua vez, despertou sua atenção para Beckett. “Estou enamorado por esse processo de maturidade.”

Ainda que considere o palco seu envolvente preposto no trabalho, o ator diversifica sua ação. Atualmente, comanda o programa semanal Papo de Segunda, do GNT, no qual faz eventuais revelações surpreendentes, porquê ser dependente emocional de seus relacionamentos e folgar com a solidez de sua sexualidade.

Ao mesmo tempo, é um dos protagonistas de “Pequena do Momento”, romance da seis da Mundo, com a qual renovou contrato por quatro anos.

Nesse período, deverá dividir um programa de entrevistas com Tatá Werneck e ainda interpretar o jornalista e empresário Roberto Marítimo na período jovem, no programa de comemoração dos século anos de instauração do jornal O Mundo. E, ainda que seu personagem Sérgio na série “Os Outros”, do Globoplay, tenha já morrido, ele voltará em algumas cenas. “Retorna para aterrorizar ainda mais aquelas pessoas”, diverte-se.

Mais um reforço na agenda de espetáculos. Possuidor de uma perdão oriundo para provocar o riso, o ator se vê mais porquê comediante que humorista. “O primeiro tem um humor mais intimista, inspirado na própria história, enquanto o humorista faz perdão sobre o que está a seu volta.”

Folha

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