Eleição De Trump Esquenta Debate Sobre Zona Cinzenta Das Autocracias

Eleição de Trump esquenta debate sobre zona cinzenta das autocracias – 06/11/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

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“Trump já expressou de várias maneiras seu desprezo pela lei, disse que queria ser ditador por um dia. Ele é um candidato à Presidência e, se diz que irá fazer isso, portanto nós temos que levar a sério.”

Esse é o alerta da jornalista americana Anne Applebaum, que se dedica a estudar um fenômeno que cresce no mundo de maneiras visíveis e invisíveis: o autoritarismo.

Em entrevista a João Gabriel de Lima, a autora de “Autocracia S.A.” explica que muitos países do mundo vivem na zona cinzenta que existe entre o campo de democracias e o campo de ditaduras.

Uma vez que aponta Applebaum, “há muitas práticas autocráticas dentro das democracias”. E a vitória de Trump na eleição presidencial define onde os Estados Unidos ficam nesse espectro.

Para a sátira Marina Slhessarenko Barreto, “Autocracia S.A.” é “um marco no destrinchamento das máquinas de governo dos autocratas contemporâneos”, mas erra ao optar pela preterição de alguns países relevantes nessa discussão, uma vez que Israel, e ao se centrar demais em figuras já associadas a atitudes autocráticas, não dando nomes a mais bois.

Até a próxima semana,

Isadora Laviola


Acabou de chegar

“Neca” (Companhia das Letras, R$ 59,90, 120 págs., R$ 29,90, audiolivro), romance de estreia de Amara Moira, apresenta a cultura travesti pela “língua das bichas”, o bajubá. Esse português falado pelas travestis da rua é, segundo a repórter Dani Avelar, uma coleção de expressões da comunidade LGBTQIA+ que vêm de palavras de origens africanas, indígenas e europeias.

“Ojiichan” (Fósforo, R$ 72,90, 168 págs.), de Oscar Nakasato, conta a história de Satoshi, jubilado compulsoriamente, esvaziado de sua vivenda e responsável por cuidar de sua mulher, Kimiko, que tem Alzheimer. O “sequestro do poder de escolha” dos idosos, uma vez que aponta o jornalista Diogo Bachega, é um tema recorrente no livro.

“Poemas em Coletânea” (trad. Leonardo Pinto Silva, Círculo de Poemas, R$ 104,90, 472 págs.) reúne oito livros do Nobel de Literatura norueguês Jon Fosse. A abordagem de diversos elementos e temas que também ressurgem em seus romances e dramaturgias comprovam a capacidade de Fosse de transitar entre os gêneros, mas, para a sátira Ana Luiza Rigueto, “não é na trova que o responsável alcança seu ponto de maior clarão literário”.


E mais

“O Pobre de Direita” (Cultura Brasileira, R$ 59,90, 224 págs.), novo livro do sociólogo Jessé Souza, observa a viradela à direita do votante brasílio, que se situa majoritariamente nas classes C, D e E. Em entrevista a João Gabriel de Lima, Souza afirma que muito dessa movimentação se dá pela procura das classes mais pobres por reconhecimento e autoestima, saciada por figuras políticas de direita e pela religião evangélica.

Antecipando os 60 anos da Rede Orbe, o jornalista Ernesto Rodrigues lança o primeiro livro de uma trilogia que mergulha nos bastidores da maior emissora de televisão do Brasil, a partir de 400 depoimentos de funcionários. “A Orbe Vol. 1 (Preeminência)” (Autêntica, R$ 129,80, 672 págs.) tem a ditadura militar uma vez que tema recorrente e, segundo o jornalista Mauricio Stycer, vai contra a teoria de que Roberto Pelágico abraçou de forma incondicional o regime.

O gaulês Édouard Louis se tornou um fenômeno literário e mercantil ao relatar, em diversas obras, a vida da qual fugiu. Essa literatura de ira e revolta se popularizou por penetrar espaço para vozes excluídas do mundo literário, mas, segundo a jornalista Tatiany Leite, culpa estranheza quando se observa que o mesmo público que ovaciona Louis não valida a literatura mercantil, que também agrega e produz identificação.


Além dos livros

Pela primeira vez, no ano que vem, a Fuvest cobrará unicamente livros de autoras mulheres uma vez que obrigatórios para entrar na USP. Essa iniciativa procura, entre outras coisas, revalorizar autoras marginalizadas do século 19 e mostrou uma vez que seus livros estavam em falta nas estantes. O Tela das Letras conta que a Livraria Brasiliana Guita e José Mindlin e a editora Carambaia fizeram uma parceria para editar três dos livros da lista numa coleção que sai no início de 2025.

Foi aprovada no Senado a Lei Cortez, que propõe a regulação de preços de livros recém-lançados e impede que eles sejam vendidos com descontos maiores que 10% no valor sugerido pelas editoras no seu primeiro ano. O texto segue para estudo na Câmara dos Deputados. O objetivo da norma, segundo seus defensores, é lastrar os preços do mercado editorial e impedir concorrência que livrarias apontam uma vez que desleais.

O vampiro é mais do que um monstro, é um vilão charmoso e aristocrático que provoca susto e sedução. Com o passar dos séculos e com o lançamento de obras uma vez que “Drácula” e “Lusco-fusco”, a demanda erótica por vampiros e monstros cresceu, e hoje é saciada pelos “monster romances”, que apresentam humanos em relações românticas com figuras assustadoras e inusitadas. Uma vez que a história de M.J. Edward, sobre uma observador que se apaixona pela Covid-19.

Folha

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