Elon Musk: Com Bilionário No Comando, Bots E Ia Infestam

Elon Musk: com bilionário no comando, bots e IA infestam X – 04/09/2024 – Tec

Tecnologia

Bots e respostas automatizadas produzidas pelo ChatGPT circulam sem restrição no X, uma vez que Elon Musk desmontou a equipe de moderação de teor da rede social e desmantelou as ferramentas de verificação usadas por jornalistas e pesquisadores, desde que comprou a plataforma em outubro de 2022.

A gestão de Musk completou 22 meses três dias antes de a plataforma ser bloqueada no Brasil, durante madrugada de sábado (31). Uma das promessas do bilionário, durante o processo de compra, foi de perfazer com a farra de robôs que, na avaliação dele, empesteava o vetusto Twitter.

Bots que respondem autoridades públicas com indícios de uso de perceptibilidade sintético (IA) são um exemplo da crise atual. Os perfis, verificados, têm preferência no algoritmo da rede e aparecem no topo da lista de respostas às publicações de chefes de Estado.

A reportagem encontrou 20 contas que faziam milhares de postagens em diversos idiomas. Em algumas delas, apareciam frases comuns em respostas do ChatGPT, uma vez que “até a data limite do meu conhecimento” e “uma vez que um padrão de linguagem de IA”.

Um desses perfis, o do israelense Tomer Rozenberg, em um só dia fala galicismo com o premier canadense Justin Trudeau, comenta em português feitos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e conversa em teuto com o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom.

Rozenberg afirmou à Folha que produz respostas a autoridades de todo o mundo com o ChatGPT. Com a tática, o repórter de autoajuda conseguiu 20 milhões de visualizações e 3.700 seguidores em três meses. Ele espera usar esses ativos para vulgarizar seu trabalho.

O perfil do presidente Lula é um dos preferidos pelas contas automatizadas. Dos 163 tweets que o petista fez nos 23 primeiros dias de julho, 97 tinham respostas de perfis estrangeiros auxiliados pelo ChatGPT.

Entre as 18 contas que interagem com Lula usando IA encontradas pela Folha, havia indianos, sauditas, um prateado, um americano e o israelense Rozenberg.

Responder contas de grande projeção, seja de forma automática ou manual, é um método divulgado para atrair atenção para o próprio perfil, segundo Guilherme Felitti, fundador da empresa de estudo de dados NoveloData.

“Sempre que alguém furar um post de qualquer notoriedade, as respostas dos verificados estarão lá e uma região de desconhecidos poderá vê-las”, afirma.

“Alguém cria scripts para ler o post original e gerar uma versão repaginada da mesma publicação”.

A reportagem acompanhou por três dias a viagem do robô “TopDastan”, que vagava pelo X distribuindo respostas automáticas em inglês e arábico. A conta frequentemente repetia “uma vez que um padrão de linguagem de IA” e “Olá, em que eu posso te ajudar?” (No original: أنا هنا للمساعدة، ما الذي تحتاج إليه؟)

No período entre 20 e 22 de julho, o bot respondeu a 991 publicações de 293 perfis do Twitter e abordou assuntos uma vez que esportes, política, notícias, saúde, bem-estar, religião, cultura e tecnologia. A tática rendeu à conta muro de 1,7 milhão de impressões em 72 horas.

Outras contas falsas distribuem mensagens privadas na rede social de Musk. Ao passar dois meses com a caixa de ingresso ensejo, a Folha recebeu 13 contatos de perfis com fotos femininas, tal qual objetivo era vulgarizar teor sexual explícito, NFTs (cláusula do dedo hoje depreciado) e jogos de apostas.

Quando comprou o logo Twitter, em outubro de 2022, por US$ 44 bilhões, Musk citou a presença de bots para pejorar a plataforma. O empresário chegou a responder dados da rede social, que afirmava que exclusivamente 5% das contas ativas eram de robôs, e disse que o número passava de 20%.

Desde a compra pelo bilionário, não houve atualização desses números. Procurado via assessoria de prensa, o X afirmou “estar ocupado”.

O professor da USP Marcio Moretto, que coordena o Monitor do Debate Político no Meio Do dedo em conjunto com o professor de gestão de políticas públicas Pablo Ortellado, afirma que seu grupo de pesquisa enfrenta dificuldades inéditas para coletar dados em redes sociais. “Não estamos conseguindo produzir relatórios uma vez que fizemos nas eleições anteriores”, afirma.

A situação se repete em outros grupos de pesquisa e jornalistas que estudam comportamento de pessoas e robôs nas redes sociais também em outros temas.

A partir do início de 2023, Musk anunciou uma série de restrições à API do X, afirmando que a utensílio de troca de dados, logo gratuita, estava sendo usada por “fraudadores e manipuladores de opinião”.

“Não há processo de verificação ou dispêndio, logo é fácil gerar 100 milénio robôs para fazer coisas ruins. Um entrada custando US$ 100 mensais deve limpar muito as coisas”, disse, em fevereiro daquele ano.

A decisão acabou tornando mais difícil a extração de dados para pesquisadores. Antes, era provável acessar a API solene do Twitter de forma gratuita para verificar relações entre perfis e identificar padrões de mobilização. Agora, até o projecto vital, que custa US$ 100 mensais, seria insuficiente para levantamentos conclusivos, segundo especialistas consultados pela Folha.

Exclusivamente empresas gigantes de pesquisa em redes sociais que selaram parcerias com o X, uma vez que Sprinklr e Meltwater, conseguem fazer análises relevantes do que se passa na rede social de Musk, de negócio com Luís Fakhouri, diretor de estratégia da empresa de estudo de dados Palver.

Programadores com um mínimo de conhecimento técnico, por outro lado, podem fazer bots mesmo sem entrada à API.

“Existem códigos disponíveis na internet e várias formas de se passar por um humano para executar essas ações em tamanho”, explica o diretor de resultado da Palver, Enzo Robaina.

As contas de robôs podem ser operadas por fazendas de bots, plataformas especializadas em gerar e gerir perfis falsos e automatizados. O método sai mais barato do que usar a API solene, que identifica contas automatizadas com um selo de robô, segundo Robaina.

Para Felitti, da NoveloData, a vantagem para Musk trazida pela existência dos bots seria a projeção do sucesso mercantil da rede social.

“Contas automatizadas inflam as estatísticas de uso a partir das quais as campanhas publicitárias são vendidas”, diz.

Em abril de 2024, Musk escreveu que a perceptibilidade sintético torna a fiscalização das contas mais difícil e que mais uma cobrança para novos usuários publicarem poderia resolver o problema.

“É a única maneira de sustar o ataque implacável de bots.”



Folha

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