Tenho sido questionada sobre recomendações de voto para candidatas ou candidatos à vereança e prefeitura em diversos municípios. Voto em Santos, no litoral de São Paulo, e esteio há muitos anos uma candidatura que me contempla e sobre a qual tratei nas redes sociais. Mas, porquê estou no exterior, pela primeira vez na minha vida não votarei nesse próximo domingo. Fica a torcida para que a lar legislativa santista seja muito representada.
Em relação a outras cidades, acredito que votar em mulheres e/ou pessoas negras comprometidas com a transformação social é fundamental para fortalecer a democracia e promover a representatividade em um país tão marcado por desigualdades históricas. A representatividade política é precípuo para que se possa democratizar o entrada à cidadania e prometer que grupos historicamente silenciados tenham a oportunidade de expressar suas demandas.
Dito isso, se estivesse na sua cidade, entendendo as limitações de orçamento e cultura, buscaria candidaturas comprometidas com a resguardo do meio envolvente, com propostas para a implementação de programas verdes nas vias públicas, construção de parques, reflorestamento e limpeza de rios, lagos e mares. As queimadas recentes, que afetaram áreas urbanas e rurais, são um alerta final sobre a urgência dessas pautas nas eleições.
A atuação pública em questões ambientais muitas vezes confronta os interesses de latifundiários, donos de terras improdutivas e grileiros, tornando fundamental o esteio a candidaturas que enfrentem esses desafios com firmeza. Votaria também em candidaturas que desenvolvam políticas de fortalecimento de comunidades indígenas e ribeirinhas, que são as guardiãs dos territórios ameaçados.
Outro ponto importante é o compromisso com a moradia. A população negra é a mais afetada pela precariedade habitacional no Brasil, e políticas urbanísticas que assegurem condições dignas de moradia são, portanto, políticas antirracistas. Em áreas rurais, votaria em candidaturas que entendem as consequências de uma distribuição de terras historicamente injusta e racista.
Eu também estaria atenta a candidaturas que propõem a geração e o fortalecimento de centros de protecção para mulheres vítimas de violência, além de políticas públicas que garantam o entrada ao monstro permitido e seguro. Precisamos de candidaturas que não tenham receio de discutir claramente a preço de políticas para as mães, um grupo tão fundamental e, ao mesmo tempo, frequentemente invisibilizado —por incrível que pareça.
Nesse domingo, votaria em candidatura que apoia centros de referência para protecção da população LGBTI+, porquê também daria muito valor a candidaturas que desenhem programas de protecção e oportunidades para a população imigrante, em peculiar a população imigrante retinta, tal qual a haitiana e de secção da África, que, por possuir a pele preta, conta com ainda maior hostilidade neste país do racismo antinegro.
A instrução de qualidade é uma base fundamental para a transformação social. É crucial concordar candidaturas que proponham investimentos em instrução pública, com foco na formação de professores, infraestrutura escolar e entrada a materiais didáticos que estimulem a formação de uma consciência sátira. Outrossim, é importante buscar políticas que promovam uma instrução inclusiva, que valorize a variação e os diferentes contextos e idade dos alunos e alunas.
Já em um país onde a violência policial atinge desproporcionalmente jovens negros, não me entusiasmaria com candidaturas de quem principal lema seja o compromisso com mais armas, mais prisões, mais calabouço.
De outro lado, diante da instabilidade cevar no Brasil, é precípuo concordar candidaturas que se comprometam com políticas de distribuição de provisões e o incentivo à lavra familiar, que é responsável por grande secção dos provisões consumidos no país. Programas de hortas comunitárias e feiras de pequenos produtores também são pautas importantes.
A mobilidade urbana atingível e eficiente é um recta de todos, mas muitas cidades brasileiras ainda enfrentam desafios nessa dimensão. Votar em candidaturas que proponham melhorias no transporte público, com transporte limpo e atingível para pessoas com deficiência, é crucial para reduzir as desigualdades de entrada à cidade.
Esporte, cultura, creche, enfim, é impossível esgotar todas as pautas em um texto. Confesso que o cenário atual é desanimador; muito inferior nível nos debates, agressões, mas é preciso proceder, sobretudo apoiando quem verdadeiramente tem projeto de sociedade, não projeto de poder.
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