Durante partida pela 27ª rodada do Campeonato Espanhol no último sábado (2), no estádio Mestalla, em Valência, o zagueiro guineense Mouctar Diakhaby, do time da morada, sofreu uma das lesões mais graves que existe no futebol, depois o meio-campista Aurélien Tchouaméni, do Real Madrid, tombar involuntariamente sobre sua perna em uma disputa de globo.
Devido ao impacto causado pelo peso do opoente, o patrono sofreu uma luxação que resultou no rompimento do ligamento cruzado anterior e ulterior do joelho recta. Diante da sisudez da lesão, especialistas não descartam a hipótese de aposentadoria precoce do jogador de 27 anos.
“Ao contrário do dito popular, quando dizem que foi ‘só uma luxaçãozinha’, onde as pessoas leigas confundem com um pequeno traumatismo ou um pequeno estorcegão, a luxação é uma lesão gravíssima, principalmente no joelho, que acontece por um traumatismo de subida força, uma vez que acidentes automotivos”, diz o ortopedista Luciano Pacheco.
O ortopedista Tiago Baumfeld acrescenta que a lesão ocorre quando a tíbia perde o contato recitar com o fêmur, levando a um deslocamento rotacional do joelho para o lado ou para trás. “Nesse deslocamento, ocorre a ruptura de vários ligamentos, uma vez que do cruzado anterior e do cruzado ulterior”, afirma Baumfeld, que foi supervisor médico do Cruzeiro entre 2020 e 2021.
Segundo o fisioterapeuta Avelino Buongermino, que atuou por 13 anos uma vez que coordenador de fisioterapia do Santos, a função do ligamento é estabilizar o joelho, evitando que a fala saía do lugar devido à repetição dos movimentos.
“Quando se tem uma lesão associada dos dois ligamentos ao mesmo tempo, vai ser complicada a estabilização desse joelho sem um procedimento cirúrgico”, afirma Buongermino. “Será necessária a reconstrução desses ligamentos para o desportista voltar à prática esportiva.”
O Valencia informou que a cirurgia será realizada nesta quinta-feira (7), no hospital privado Jean Mermoz em Lyon, na França. O procedimento será transportado pelo cirurgião Bertrand Sonnery–Cottet, que já operou jogadores uma vez que Benzema, Ibrahimovic, Ansu Fati e Agüero.
Por desculpa da sisudez da lesão, Baumfeld não descarta o risco de o jogador guineense ter de pendurar as chuteiras antes do previsto. “Dependendo das lesões associadas, de cartilagem, do menisco, e do intensidade de instabilidade residual depois a reconstrução ligamentar, essa pode ser uma lesão que vai impedir o desportista de retornar aos gramados em subida performance”, afirma o perito.
“Muitos atletas voltam a jogar depois de sofrerem lesões assim. Porém, no mesmo nível, é muito difícil”, diz Sérgio Mainine, ortopedista do Hospital Ifor (Instituto de Fratura Ortopedia e Restauração). “É bastante preocupante o porvir desse jogador”, acrescenta.
Médico do tenista espanhol Carlos Alcaraz, Juan José López Martínez tem uma visão ainda mais conservadora. “Primeiro, é preciso fazer com que o paciente consiga voltar a caminhar. Trata-se de uma lesão gravíssima e, por isso, corre sério risco de não poder voltar a jogar futebol. Essa lesão danifica a cartilagem, que é uma estrutura que não se regenera”, disse Martínez em enunciação à publicação ‘Estadio Deportivo’.
Embora pouco generalidade, não é a primeira vez que uma lesão do tipo acontece no esporte. Em agosto de 2008, o atacante Maikon Leite, portanto defendendo o Santos, passou por um problema parecido e rompeu todos os sete ligamentos do joelho recta depois de se germinar contra o goleiro Bruno, do Flamengo, em duelo na Vila Belmiro pelo Campeonato Brasílio.
Buongermino esteve avante do tratamento de recuperação do jogador e diz que, apesar de ter uma das lesões mais graves do futebol, o zagueiro do Valencia deve conseguir retomar a prática esportiva dentro de um prazo entre nove e 12 meses.
“Com as avançadas técnicas cirúrgicas e os protocolos de recuperação, o desportista tem grandes chances de retornar a prática do esporte”, afirma o perito.
O tempo de recuperação de Maikon Leite ficou inferior do previsto e durou aproximadamente oito meses, com o retorno aos gramados em abril de 2009.
“Muita gente falou que eu não voltaria. Se fosse há dez anos, ou se eu estivesse com 30 anos, ficaria muito difícil”, afirmou Leite na ocasião em entrevista à Folha. “Me agarrei à vontade de jogar. Não faltou espeque, mas zero adiantaria se eu não tivesse vontade.”
Depois da passagem pelo Santos, o atacante passou ainda por uma série de clubes uma vez que Athletico-PR, Palmeiras, Náutico e Figueirense e segue em atuação até hoje —defende o Batalhão, time da Polícia Militar de Tocantins.
Buongermino explica que, depois a cirurgia, será necessário um período de imobilização antes de iniciar o trabalho de recuperação. Ele recorda que Maikon Leite teve de permanecer muro de 30 dias em cadeira de rodas, para depois passar a se locomover com o auxílio de muletas e gradativamente iniciar a fisioterapia.
“Na fisioterapia, é importante controlar o processo inflamatório, diminuir o quadro de dor e lucrar amplitude de movimento e reequilíbrio muscular”, afirma o perito, acrescentando que cada desportista tem uma resposta dissemelhante ao tratamento.
O objetivo inicial, afirma Buongermino, é fazer com que o paciente volte a conseguir permanecer em pé, para em seguida passar a caminhar sem o auxílio de muletas.
Diakhaby publicou na segunda-feira (3) uma mensagem no X (idoso Twitter) em que agradeceu as mensagens de espeque e o tratamento que recebeu do clube e dos médicos.
“As lesões infelizmente fazem secção do jogo e do esporte de cimo nível”, escreveu o zagueiro. “A guerra será longa, mas estou pronto para isso e farei o verosímil para retornar o mais rápido verosímil aos campos e ainda mais possante.”
Também por meio de uma publicação na rede social, Tchouaméni disse “sentir profundamente o ocorrido”. “Libido a você uma rápida recuperação”, acrescentou o francesismo.
Formado no Lyon, Diakhaby chegou ao Valencia em 2018 por 15 milhões de euros (R$ 80,6 milhões). Ele disputou 177 jogos com a equipe espanhola, atualmente nono disposto na La Liga.
