Anunciado nesta terça-feira (6) porquê uma das novidades do regulamento para o Campeonato Brasílio 2024, o aumento no número de jogadores estrangeiros que podem ser utilizados por partida é visto pelos clubes porquê uma forma de minimizar o impacto causado pela saída precoce de atletas brasileiros para o exterior.
A medida foi aprovada por unanimidade pelos clubes durante o Recomendação Técnico da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). A partir da edição deste ano do Vernáculo, nove jogadores de fora do país podem ser usados por cada equipe em cada jogo. Até 2023, o limite era cinco por partida.
“Os jogadores brasileiros saem muito jovens para o exterior, o que faz com que a gente acabe perdendo muito talento. Os sul-americanos, que são os principais estrangeiros que estão no Brasil, podem vir e repor essas perdas”, comenta o presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch.
“É um momento importante para o futebol brasílio, pois possibilita aos clubes ter um leque ainda maior de oportunidades no mercado sul-americano, em tão evidente e evidente desenvolvimento, nos trazendo opções extremamente interessantes de grandes jogadores”, opina o presidente do Internacional, Alessandro Barcellos.
“Também não acho que isso atrapalhe o surgimento de novos talentos no país, por exemplo, pois as categorias de base são a verdadeira núcleo de nossas raízes, tanto de secção técnica quanto financeira”, acrescentou o dirigente.
Apesar do suporte dos clubes, a Fenapaf (Federação Vernáculo dos Atletas Profissionais de Futebol) levou à CBF um estudo que apontou mais de 140 estrangeiros nas Séries A e B do Campeonato Brasílio e usou os dados para se mostrar contra o novo aumento.
Antes da novidade solução, os clubes já podiam contratar mais de nove jogadores estrangeiros, porém há um limite no número de atletas que podem ser relacionados para cada partida, que agora será de nove.
Grama sintética
Os 20 clubes da Série A do Campeonato Brasílio também aprovaram uma mudança em relação ao uso de gramados sintéticos. Agora, os times que utilizam esse tipo de campo são obrigados a liberar seus estádios para as equipes visitantes caso elas queiram realizar um treino no sítio um dia antes dos jogos.
Por enquanto, a medida vale somente para o Campeonato Brasílio e não para outras competições da CBF, porquê a Despensa do Brasil, por exemplo.
Durante a votação, o Botafogo chegou a se manifestar contrário a medida, mas, quando o placar terminou com 19 a 1, o time carioca resolveu mudar de teoria para a decisão ser por unanimidade.
A decisão, porém, é válida somente para a temporada 2024. Para as próximas edições, um novo debate será feito pelos clubes. Ainda há muita divergência, sobretudo relacionada à possibilidade desse tipo de gramado oferecer um maior risco de lesões para os atletas.
De conciliação com Flávia Magalhães, médica que atua há mais de 20 anos no esporte, com trabalhos realizados para CBF, Conmebol e clubes porquê Atlético-MG, “não há consenso na literatura científica sobre o maior número de lesões em grama sintética do que em grama originário”.
Segundo ela, “variáveis independentes, porquê tipo de calçado, clima, esportes de contato ou sem contato e desgaste do campo dificultam um estudo primoroso, com dados elegíveis para a ciência”.
Flávia afirma, ainda, que “as gramas artificiais começaram a ser introduzidas no esporte em 1960 e, desde portanto, há grande evolução nos materiais produzidos no que diz saudação à espaço e à versatilidade dos pisos. Há uma discrepância entre a percepção de lesões pelos jogadores e a comprovação científica”.
Além da reclamação dos atletas, alguns clubes dizem que esse tipo de gramado desequilibra a disputa do campeonato. “Eu acho que o gramado sintético deveria ser proibido no Brasil o mais rápido provável, é uma vantagem competitiva enorme para quem utiliza esse campo mandando seus jogos”, diz o presidente do Cuiabá.
“É verdade que no Brasil existe uma dificuldade em melhorar os gramados naturais, mas não é um tanto difícil de se fazer. Na Redondel Pantanal, por exemplo, o Cuiabá triplicou o investimento no gramado justamente para deixar o campo em ótimas condições”, acrescentou Cristiano Dresch.
Mudanças no VAR
A CBF também anunciou que, durante os jogos do Campeonato Brasílio, os árbitros passarão a explicar suas decisões tomadas a partir das análises feitas pelo VAR (avaliador de vídeo).
Os anúncios serão feitos pelo microfone já usados pelos árbitros de campo. A medida foi aprovada pela Fifa, que também já utilizou o recurso em competições organizadas pela entidade máxima do futebol.
No Brasil, a novidade foi testada recentemente na final da Supercopa feminina, quando o Corinthians levou o título ao vencer o Cruzeiro na decisão, por 1 a 0, em fevereiro.
