Entenda Por Que O Jabuti Premia O Inesperado 27/11/2024

Entenda por que o Jabuti premia o inesperado – 27/11/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

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A vitória de “Sempre Paris”, de Rosa Freire D’Aguiar, uma vez que livro do ano no Jabuti 2024 reafirma o que já se espera do prêmio: o inesperado.

O editor Walter Porto explica que esse fenômeno decorre do sistema de notas em que a premiação literária mais conhecida do Brasil se apoia. Segundo ele, a escolha do principal prêmio da noite é resultado da mais fria matemática. Os jurados dão notas aos livros da categoria que estão julgando e a obra com a maior nota entre todos é a vencedora.

Sem conversar entre si, os jurados preenchem os números e seguem a vida até a grande revelação na maior noite da literatura brasileira. Obedecendo à objetividade, o Jabuti descarta interpretações de que procura priorizar alguns gêneros em detrimento de outros.

A matemática explica o resultado final, mas não o justifica. Essa secção fica para cada leitor que se dispuser a reprofundar no que é considerado o melhor da literatura brasileira.


Acabou de Chegar

“Solenoide” (trad. Fernando Klabin, Mundaréu, R$ 146, 784 págs.) é o enciclopédico romance da eterna aposta do Nobel, Mircea Cartarescu. O responsável se tornou publicado quando, em 1977, leu seu poema “A Queda” em um sarau. Em “Solenoide”, ele imagina uma veras escolha em que seu poema foi mal recebido. “A partir daí, esse alter ego fracassado se compara continuamente ao que sabemos ser a veras de Cartarescu e a despreza”, conta o crítico Alex Castro.

“Alamedas Escuras” (trad. Irineu Franco Perpetuo, Ars et Vita, R$ 96, 408 págs.) reúne contos que foram escritos pelo russo Ivan Búnin durante seu exílio em Paris na Segunda Guerra Mundial. Para a sátira Raquel Toledo, a obra “reflete a ânsia de Búnin por liberdade e a força do libido que resiste aos anos e às intempéries da vida”.

“Um Ditador na Risco” (trad. Bernardo Joffily, Companhia das Letras, R$ 74,90, 144 págs., R$ 39,90, ebook), de Ismail Kadaré, conta versões de um incidente histórico que ocorreu em 23 de junho de 1934: uma relação telefônica feita por Stálin ao poeta russo Boris Pasternak. A intenção do telefonema foi tratar da prisão do também poeta Óssip Mandelstam. Segundo a sátira de Gabriel Trigueiro, a obra sugere que há um tanto em generalidade entre a figura de um tirano e um redactor.


E mais

Antes de ser assassinado por denunciar a pesca ilícito na Amazônia, o jornalista Dom Phillips trabalhava no livro “Uma vez que Salvar a Amazônia”. Agora, a pilastra Quadro das Letras conta que a obra foi concluída por amigos de Phillips e será publicada pela Companhia no Brasil. Eliane Brum e Jon Lee Anderson são alguns dos jornalistas que assumiram cada um a redação de um capítulo.


Na última segunda, o jornalista Naief Haddad e o fotógrafo Bob Wolfenson lançaram o livro “África em São Paulo”. A obra é fruto de um encontro fortuito dos dois com Seio Diop, uma senegalesa pioneira no negócio de produtos africanos na rossio da República. A mulher ilustra a toga do livro que reúne histórias de pessoas que, assim uma vez que ela, deixaram o continente africano e escolheram a capital paulista uma vez que seu novo lar.

Em seu novo livro, o investigador político Rubens Figueiredo leva ao pé da letra a frase popular “o brasílio precisa ser estudado” e estuda os brasileiros. “Sofrendo Feliz da Vida” (MM, 152 págs.) questiona uma vez que um povo com tantas carências consegue rir de si mesmo. Para o jornalista Fábio Zanini, Figueiredo bebe na manadeira de Oswald de Andrade e seu “Manifesto Canibal”.


Além dos Livros

A Bienal do Livro vai voltar ao Rio de Janeiro enxurro de novidades. No ano em que a cidade se tornará a Capital Mundial do Livro, organizadores do evento se propuseram a montar um parque de diversões literário, com roda gigante, escape room e labirinto.

A grande editora americana HarperCollins propôs a alguns dos seus autores um contrato para que uma empresa de lucidez sintético possa usar os seus livros para treinar a sua utensílio. A empresa de tecnologia, cuja identidade é secreto, oferece US$ 2.500 (murado de R$ 14.500) por cada livro selecionado para treinar a sua IA.

O redactor americano Percival Everett ganhou o National Book Award de ficção, prêmio literário mais prestigiado dos Estados Unidos, por “James”, sua releitura de um clássico de Mark Twain, “As Aventuras de Huckleberry Finn”. Em seu exposição de congratulação, o responsável apontou seu insatisfação com a reeleição de Trump.

Folha

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