Equipes Gaúchas Devem Ter Novos Adiamentos De Partidas 08/05/2024

Equipes gaúchas devem ter novos adiamentos de partidas – 08/05/2024 – Esporte

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Enquanto as equipes gaúchas defendem a paralisação do Campeonato Brasiliano e encontram resistência dos pares em aderir à medida, novos adiamentos de partidas deverão ser necessários diante da situação precária de jogadores e funcionários dos clubes provocada pelas chuvas no Rio Grande do Sul.

Os presidentes do Grêmio e do Juventude se manifestaram nos últimos dias em obséquio da paralisação, alegando que o momento não permite pensar em futebol, mas não encontraram o repercussão esperado nos demais times da série A dos outros estados.

“Não tem clima para futebol. Temos funcionários e atletas em que os familiares perderam tudo. O principal objetivo agora é ajudar toda a comunidade envolvida com as perdas nesta tragédia. Precisamos reestabelecer o mínimo da honra e sobrevivência dessas pessoas”, afirmou Fabio Pizzamiglio, presidente do Juventude.

O clube diz que está hipotecado somente em ajudar a população de Caxias do Sul e de todo o Rio Grande do Sul. “São centenas de pessoas desabrigadas, muitos bairros e casas ainda com grandes riscos de desabamento. Não existe nenhum psicológico para ter uma partida de futebol neste momento”, acrescentou o dirigente. Na véspera, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) havia anunciado o dilação das partidas das equipes gaúchas até o dia 27 de maio.

Presidente do Grêmio, Alberto Guerra agradeceu a oferta de equipes de São Paulo e do Rio de Janeiro para a utilização pelos gaúchos de seus CTs (Centros de Treinamento) e estádios, mas ressaltou que a volta aos treinos não é uma preocupação por ora. “Sei que foi com muito carinho e empatia que vários clubes ligaram oferecendo as instalações, sei que são sinceros, mas não é o momento agora. O momento é de sobrevivência”, declarou Guerra em entrevista na noite de terça-feira (7) ao Sportv.

“Não tem porquê pensar em treinar, onde vai treinar, quando vai treinar, com pessoas que perderam tudo, perderam familiares, perderam lar”, afirmou o dirigente. “Me recuso a falar de futebol neste momento.”, acrescentou o presidente gremista, que disse se sentir agredido ao ver comemorações de gols em outros estados, ao mesmo tempo em que boa segmento do Rio Grande do Sul está debaixo d´chuva.

Sem condições de treino nos últimos dias, jogadores das principais equipes gaúchas se voltaram à mobilização aos mais necessitados, ajudando a servir o almoço em centros sociais e até levando motos aquáticas para resgatar pessoas ilhadas.

A oferta de São Paulo, Palmeiras, Corinthians, Santos e Flamengo foi inclusive criticada por torcedores nas redes sociais, que a interpretaram porquê um posicionamento contra a pausa no campeonato, reforçando percepção da própria CBF que, ao questionar os clubes sobre a disposição em paralisar o campeonato, teve um retorno negativo da maior segmento dos presidentes.

Adson Batista, presidente do Atlético-GO, foi um dos poucos dirigentes de clubes da série A do Brasiliano que se posicionou publicamente contra a paralisação do torneio. “Um problema grande não justifica fabricar outro grande problema. Por que o país é continental, temos 20 clubes na série A, 17 vão ter que ser sacrificados?”, questionou Batista. “Parar para quê? Para ficarmos sofrendo, chorando? Não adianta”, emendou o dirigente, para a revolta de torcedores na internet.

Para Eduardo Cillo, coordenador de psicologia do COB (Comitê Olímpico Brasiliano), independentemente das motivações de cada um, a utilização das instalações em outros estados pode ajudar no processo de recuperação dos atletas.

“O melhor seria conseguir uma exigência opção de treinamento, de volta à preparação, exatamente para diminuir a sofreguidão, a angústia da quebra de rotina. E a gente tem que ver o que é provável, não o que é o ideal”, afirma Cillo.

Uma diferença de rotina, a princípio, culpa estranhamento, o lugar é dissemelhante, as pessoas são diferentes, mas, passados alguns dias, entra num ritmo de certa normalidade, defende o coordenador. “E aí, as cabeças voltam para o lugar”, diz ele, acrescentando que será necessário monitorar a evolução da situação no Rio Grande do Sul para que seja provável mensurar com alguma precisão o prazo para o retorno às atividades.

“Talvez, infelizmente, a situação piore ainda mais. Neste caso, necessitaremos de um período maior do que esses 20 dias [de adiamento]”, afirma Cillo. A expectativa é que a CBF faça novos anúncios conforme a evolução do quadro no estado.

Segundo Thiago Freitas, diretor da empresa de gerenciamento da curso de atletas Roc Nation Sports, diante da resistência dos clubes em parar o Brasiliano, é preciso levar em consideração o quanto pode ser interessante para os que estão em outras localidades terem três equipes competindo em condições inferiores de preparo, concentração e sem mando de campo –os estádios Extremo-Rio e Redondel do Grêmio tiveram os gramados encharcados pela chuva das chuvas.

“Apostaria em ao menos uma dezena de dirigentes propondo que clubes gaúchos se estabeleçam em outras praças e sigam atuando sem sua torcida em várias partidas”, diz Freitas.

De negócio com o economista Cesar Grafietti, ainda não é provável fazer qualquer mensuração em relação aos estragos financeiros sofridos pelos clubes e quanto aos investimentos necessários para a reconstrução. “É muito difícil fazer cálculos sérios sem entender o que precisa ser reformado e qual o proporção dos danos.”

Folha

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