Espanha: Bandeirinha Fica Ensanguentada Ao Bater Em Câmera 27/02/2024

Espanha: bandeirinha fica ensanguentada ao bater em câmera – 27/02/2024 – O Mundo É uma Bola

Esporte

Na Fórmula 1, a bandeira vermelha significa interrupção da corrida, geralmente pela ocorrência de um acidente de proporção mais grave que deixa a pista sem condições de segurança ideais.

No futebol, até a dezena de 1980, também existiu uma bandeira vermelha, que era empunhada por um dos assistentes do louvado, o número 1, que substituiria o juiz em caso de lesão. O outro, o número 2, carregava uma da cor amarela.

Depois disso, determinou-se que o quarto louvado assumiria as funções em campo quando o principal não pudesse continuar, e os assistentes de campo, comumente chamados de bandeiras ou bandeirinhas, passaram ambos a usar instrumentos que se dividiam nas cores vermelha e amarela. É assim até hoje.

Na rodada mais recente do Campeonato Espanhol, houve um acidente que teve uma “bandeira vermelha” que resultou na paragem do jogo, mesmo sem relação alguma com a da F1.

Aos 12 minutos do primeiro tempo, em Sevilha, o atacante prateado Chimy Ávila recebeu um lançamento e tocou na saída do goleiro para fazer Betis 1 x 0 Athletic Bilbao.

Na lateral do campo, a assistente Guadalupe Porras Ayuso, sem verificar irregularidade na jogada (porquê um impedimento), virou-se para iniciar sua corrida em direção ao meio do campo, porquê é praxe nessas ocasiões.

Veio portanto o impacto. Um cinegrafista estava quase dentro do campo, muito ao lado de Guadalupe, e a cabeça dela chocou-se violentamente com a câmera de filmagem.

Houve a queda e verificou-se, no atendimento, que a bandeira estava com a face vermelha, toda ensanguentada, devido a um namoro –na testa ou na têmpora– resultante da colisão. Imagens bastante fortes.

A partida teve de ser interrompida até os médicos dos dois clubes constatarem que Guadalupe, 37, que chegou a permanecer inconsciente, não tinha condições de prosseguir.

Ela deixou o estádio em uma maca e foi levada de ambulância a um hospital para ulterior recuperação. Em seu lugar ficou o quarto louvado e a partida pôde ser reiniciada e concluída.

O ocorrido gerou indignação universal, principalmente nas redes sociais, pois não era tolerável que o cameraman estivesse onde estava, na extensão de trabalho da bandeirinha.

O risco de acidente era, desse jeito, muito elevado, bastando um negligência para que acontecesse –porquê aconteceu, para infortúnio de Guadalupe.

Sabe-se que a televisão tem um papel de suma relevância no futebol e nos esportes em universal, pois sem ela quem não vai ao estádio não tem porquê seguir o evento.

Outrossim, as emissoras que transmitem os campeonatos desembolsam altas somas (milhões de euros, no caso da Europa) para ter esse recta, e o que é pago é parcela significativa do que os clubes contam para fechar seus respectivos orçamentos.

Nesse contexto, é perfeitamente tolerável, e até desejável, que a TV ofereça o maior número provável de câmeras, para que todos tenham aproximação aos mais diferentes ângulos das jogadas. Quando mais, melhor. Mais qualidade, mais riqueza de detalhes.

Com um porém. Um porém principal. Que essas câmeras ofereçam transe zero aos participantes do jogo: atletas, comissões técnicas, equipe de arbitragem, gandulas, torcedores.

A súmula de Betis 3 x 1 Athletic Bilbao, feita pelo louvado Guillermo Cuadra, mostra que isso não ocorreu e, pior, que, mesmo depois do que se passou com Guadalupe, o cinegrafista continuou em extensão indevida.

Assim escreveu Cuadra:

“No momento em que isso aconteceu [o acidente com a bandeirinha], eu disse ao cinegrafista que ele saísse imediatamente da extensão, pois colocava em transe a integridade física dos participantes. Nesse caso foi com a assistente, mas ele também se posicionava na extensão de trabalho [de aquecimento] dos jogadores”.

“Mais tarde, no segundo tempo, o cinegrafista apareceu novamente na mesma extensão, e em uma ocasião (…) percebi que estava incomodando os jogadores e preparadores físicos que faziam exercícios de aquecimento”.

Parece inacreditável, tendo-se pretérito menos de uma hora da trombada que vitimou Guadalupe, que os seguranças não tenham sido orientados a agir para impedir que problema similar pudesse ocorrer. Não era outro dia, não era outro jogo. Estava tudo recente.

Passivos, além dos seguranças, foram o louvado, os representantes de LaLiga (organizadora do campeonato), os treinadores, seus estafes e os jogadores, que, notando que o profissional de TV –ele sem noção e/ou seus chefes sem noção– continuava circulando ali, zero fizeram.

Deveriam se pronunciar indignados, parar a partida, mobilizar-se até que o cidadão se mancasse e definitivamente saísse dali.

Tremenda falta de bom tino e insensatez desmedida. Reverência nenhum à bandeirinha Guadalupe (que poderia ter tido uma lesão no olho, perdido dentes), naquele momento relegada a um leito de hospital.

Fazendo novidade menção à F1, deve ser dada uma bandeira preta, a da desclassificação (nesse caso, porquê pessoas), para todos eles. É o que merecem.

Folha

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