Anos detrás, quando comecei a redigir sobre os esforços do Vale do Silício para substituir trabalhadores por perceptibilidade sintético, a maioria dos executivos de tecnologia ao menos tinha a honestidade de mentir sobre isso.
“Não estamos automatizando trabalhadores, estamos os aprimorando”, diziam os executivos. “Nossas ferramentas de IA não vão destruir empregos. Serão assistentes úteis que libertarão os trabalhadores de tarefas mundanas e entediantes.”
Evidente que frases porquê essas —frequentemente ditas para tranquilizar trabalhadores inseguros e dar cobertura a planos corporativos de automação— diziam mais sobre as limitações da tecnologia do que sobre as intenções dos executivos.
Naquela era, a IA simplesmente não era boa o suficiente para automatizar a maioria dos empregos, e certamente não era capaz de substituir trabalhadores com ensino superior em setores de colarinho branco porquê tecnologia, consultoria e finanças.
Isso está começando a mudar. Alguns dos sistemas de IA atuais conseguem redigir códigos, produzir relatórios de pesquisa detalhados e resolver problemas complexos de matemática e ciência. Novos “agentes” de IA são capazes de executar longas sequências de tarefas e verificar seu próprio trabalho — porquê um humano faria.
E embora esses sistemas ainda fiquem aquém dos humanos em muitas áreas, alguns especialistas estão preocupados com o traje de que o recente aumento no desemprego entre graduados universitários pode ser um sinal de que as empresas já estão usando IA porquê substituta para alguns trabalhadores em início de curso.
Na última quinta-feira (5), tive um vislumbre de um porvir pós-trabalho em um evento realizado em São Francisco pela Mechanize, uma novidade startup de IA que tem o objetivo audacioso de automatizar todos os empregos —o seu, o meu, os dos nossos médicos e advogados, das pessoas que escrevem nossos softwares, projetam nossos edifícios e cuidam de nossos filhos.
“Nosso objetivo é automatizar completamente o trabalho”, disse Tamay Besiroglu, de 29 anos, um dos fundadores da Mechanize. “Queremos chegar a uma economia totalmente automatizada e fazer isso sobrevir o mais rápido provável.”
O sonho da automação totalidade não é novo. John Maynard Keynes, o economista, previu na dez de 1930 que as máquinas automatizariam quase todos os empregos, criando opulência material e deixando as pessoas livres para seguir suas paixões.
Isso, evidente, nunca aconteceu. Mas os avanços recentes na IA reacenderam a crença de que a tecnologia capaz de automatizar o trabalho em tamanho está próxima. Dario Amodei, CEO da Anthropic, alertou recentemente que a IA pode substituir até metade de todos os empregos de colarinho branco em nível inicial nos próximos cinco anos.
A Mechanize é uma das várias startups trabalhando para tornar isso provável. A empresa foi fundada neste ano por Besiroglu, Ege Erdil e Matthew Barnett, que trabalharam juntos na Epoch AI, uma firma de pesquisa que estuda as capacidades dos sistemas de IA.
Ela atraiu investimentos de nomes importantes do setor de tecnologia, incluindo Patrick Collison, fundador da Stripe, e Jeff Dean, cientista-chefe de IA do Google. Atualmente conta com cinco funcionários e está colaborando com grandes empresas de IA. (A startup não revelou quais, citando acordos de confidencialidade.)
A abordagem da Mechanize para automatizar empregos com IA se concentra em uma técnica conhecida porquê estágio por reforço —o mesmo método que foi usado para treinar um computador a jogar Go em nível sobrenatural quase uma dez detrás.
Hoje, as principais empresas de IA usam o estágio por reforço para melhorar as respostas de seus modelos de linguagem, realizando cálculos adicionais antes de gerar uma resposta. Esses modelos, muitas vezes chamados de modelos de “raciocínio” ou “pensamento”, tornaram-se surpreendentemente bons em tarefas específicas, porquê redigir código ou resolver problemas matemáticos.
Mas a maioria dos empregos envolve mais de uma tarefa. E os melhores modelos de IA atuais ainda não são confiáveis o suficiente para mourejar com cargas de trabalho mais complexas ou velejar por sistemas corporativos intricados.
Para resolver isso, a Mechanize está criando novos ambientes de treinamento para esses modelos — essencialmente testes elaborados que podem ser usados para ensinar aos modelos o que fazer em determinado cenário e julgar se foram bem-sucedidos ou não.
A Mechanize está começando com programação de computadores, uma ocupação em que o estágio por reforço já mostrou qualquer potencial. Mas espera que a mesma estratégia possa ser usada para automatizar empregos em muitas outras áreas de colarinho branco.
“Só saberemos realmente que tivemos sucesso quando criarmos sistemas de IA capazes de assumir praticamente todas as responsabilidades que um humano pode desempenhar em frente a um computador”, escreveu a empresa em uma postagem recente no blog.
Os fundadores da Mechanize não são ingênuos quanto à dificuldade de automatizar empregos dessa forma. Barnett disse que sua melhor estimativa é de que a automação totalidade levaria de 10 a 20 anos. (Erdil e Besiroglu estimam de 20 a 30 anos.)
Esses são prazos conservadores, pelos padrões do Vale do Silício. E valorizo o traje de que, ao contrário de muitas empresas de IA que trabalham secretamente em tecnologias para substituir o trabalho humano, a Mechanize está sendo transparente quanto ao que pretende fazer.
Mas também achei a proposta deles estranhamente desprovida de empatia com as pessoas cujos empregos estão tentando substituir, e indiferente à questão de se a sociedade está pronta para uma mudança tão profunda.
Besiroglu disse crer que a IA eventualmente criará uma “opulência radical” e riqueza que poderá ser redistribuída aos trabalhadores demitidos na forma de uma renda básica universal, permitindo-lhes manter um padrão de vida saliente.
Mas, porquê muitas empresas de IA que desenvolvem tecnologias substitutivas de trabalho, a Mechanize não tem propostas políticas novas para ajudar na transição para uma economia movida à IA, nem ideias brilhantes sobre porquê ampliar a rede de proteção social ou requalificar trabalhadores —unicamente o objetivo de tornar os empregos atuais obsoletos o mais rápido provável.
Em um momento da sessão de perguntas e respostas, perguntei: É ético automatizar todo o trabalho?
Barnett, que se descreve porquê libertário, respondeu que sim. Ele acredita que a IA vai aligeirar o desenvolvimento econômico e impulsionar avanços salvadores na medicina e na ciência —e que uma sociedade próspera com automação totalidade seria preferível a uma economia de ordinário desenvolvimento onde os humanos ainda tenham empregos.
“Se a sociedade porquê um todo se tornar muito mais rica, logo acho que isso compensa as desvantagens de as pessoas perderem seus empregos”, disse Barnett.
Muito, pelo menos eles estão sendo honestos.