Antes presente em quase todo o território brasílio e em grande secção da América do Sul, o tamanduá-bandeiras é uma das espécies ameaçadas de extinção no país e requer cuidados que vão além da preservação do seu habitat. Um estudo realizado por universidade federais indica que essa espécie, quando resgatada e em cativeiro, precisa de atenção próprio por seu risco aumentado de problemas cardíacos.
O trabalho, publicado no periódico acadêmico Journal of Zoo and Wildlife Medicine, identificou que os animais nessa quesito acabam desenvolvendo quadros de insuficiência cardíaca em razão da alimento inadequada.
A pesquisa foi realizada pela Universidade Federalista do Mato Grosso (UFMT), com participação da Universidade Federalista Rústico do Rio de Janeiro (UFRRJ). Para o professor do Departamento de Ciências Fisiológicas do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde da UFRRJ, Sávio Querido da Silva, as conclusões são um passo importante para a preservação da espécie, por reconhecer a predisposição dos tamanduás-bandeiras a doenças cardíacas, principalmente entre os animais resgatados, que foram obrigados a viver em criadouros artificiais ou que se tornaram cativos em zoológicos.
“Considerando que a cardiomegalia e outras doenças cardíacas são frequentes nessa espécie e podem levar à morte desses animais, o estabelecimento dos parâmetros próprios e confiáveis na ecocardiografia é o primeiro grande passo para termos segurança no diagnóstico de doenças cardíacas. Logo, a partir desse padrão, haverá maior eficiência no tratamento de animais doentes, que poderão ser recuperados em menor tempo, viabilizando a reprodução e manutenção de suas populações, seja em cativeiro ou na vida-livre”, afirma.
Dieta de insetos
Principal responsável pelo estudo, o professor do Hospital Veterinário da UFMT Pedro Eduardo Brandini Néspoli explica que a predisposição a doenças cardíacas da espécie ganha um risco aumentado devido à dificuldade de replicar a dieta desses animais em cativeiro.
“É uma alimento difícil de ser feita nessas condições. Você não tem uma vez que tomar formigas e outros insetos para dar para esses animais, portanto, você tem que fazer uma ração balanceada”.
Segundo o pesquisador, na pouquidade de um Núcleo de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) muito estruturado na região, o Hospital Universitário da UFMT atende muitos animais encaminhados pela Secretaria do Meio Envolvente e Infraestrutura (Sema) do estado. “Tínhamos um montão de um zoológico, que agora virou um Cetas, mas esses animais que estavam no zoológico começaram a adoecer. A dieta desses animais era muito complicada, porque comem formigas, cupins, insetos”.
Com o tempo, alguns animais começaram a apresentar quadros de insuficiência cardíaca. A partir de exames ecocardiográficos, — que utilizam ondas de ultrassom para produzir imagens do coração — a equipe de pesquisadores envolvidos no estudo constatou um aumento das cavidades cardíacas dos tamanduás-bandeiras avaliados, que poderia estar relacionado à redução da função de contração do coração dos animais.
“Uma vez que não tinha zero a saudação dos parâmetros desses animais na literatura, ficávamos na incerteza sobre até que ponto a contratilidade estava reduzida ou se isso era exclusivamente uma questão da espécie”, conta Néspoli à Sucursal Brasil.
Para estabelecer uma conferência, surgiu a urgência de fazer os exames em animais de vida livre: “Todos os indivíduos de vida livre que chegavam ao hospital e que não tinham alterações cardíacas, que as partes de pressão e tudo mais estavam normais, incluímos na pesquisa”.
Ao todo, os dados utilizados no estudo resultaram de seis anos de pesquisa, com início em 2017 e desfecho em 2022. As informações coletadas e exames realizados levaram à invenção de que, além do aumento das cavidades do coração, os índices de contratilidade usados para definir se há ou não uma mudança são muito próximos aos observados em animais de pequeno porte, uma vez que cães.
Néspoli também traz que com o estudo foi verosímil estabelecer um padrão para os índices de contratilidade da espécie e uma relação entre o peso do bicho e o tamanho esperado para as cavidades do coração. “Os parâmetros que precisamos para estimar se tem aumento de volume do órgão, se está com o aparelho mais franzino ou mais hipertrofiado, agora conseguimos ter uma com base nesse estudo. Logo, foi uma pesquisa de base para termos referências para poder fazer exames em outros animais”, complementa.
Espécie vulnerável
Em 2022, o tamanduá-bandeira foi categorizado uma vez que “vulnerável” de harmonia com a plataforma Salve, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Com distribuição na América do Sul, incluindo o Brasil, onde está presente na Amazônia, Caatinga, Encerrado, Mata Atlântica e Pantanal, a preservação da espécie enfrenta principalmente a subtracção de áreas conservadas, o atropelamento em estradas, as queimadas em florestas e a caça, conforme o pesquisador da UFRRJ.
Além da ação antrópica, Silva também destaca as mudanças climáticas, em próprio o aquecimento nos biomas brasileiros, uma vez que fator que favorece a subtracção da população desses animais, já que os tamanduás-bandeiras são muito sensíveis ao calor extremo, mais do que outras espécies de mamíferos no Brasil, conforme o professor.
“Se houvesse o cumprimento das leis de conservação vigentes no país, exclusivamente isso já seria um grande progresso para a manutenção numérica da espécie. Ou seja, o controle do desmatamento, a coibição, a prevenção e a punição de queimadas, a punição da caça e da comercialização de animais selvagens, entre outras ações, representariam um progresso enorme e vantajoso para a preservação dos tamanduás-bandeiras”, pontua.
Uma vez que medidas complementares para a estabilização populacional da espécie, o professor ainda cita a reordenação de corredores florestais, propiciando uma maior espaço para obtenção de víveres, e a “preocupação governamental em erigir pontos de passagem em rodovias federais, estaduais e municipais”.
*Estagiária sob supervisão de Gilberto Costa