Uma consulta médica sem transpor de vivenda, usando somente o celular ou outro dispositivo eletrônico conectado à internet. Impulsionada pela pandemia, a teleconsulta ganhou espaço e passou a ser vista uma vez que uma forma de expandir o aproximação e oferecer comitiva a pacientes das redes públicas e privadas de saúde. Mas a modalidade é mesmo confiável e eficiente?
Estudos em todo o mundo buscam responder a essa pergunta, assim uma vez que investigar em que situações deve ou não ser usada. Uma dessas pesquisas investiga a teleconsulta para pacientes com diabetes tipo 2 no sistema público de saúde brasílico. O trabalho foi transportado pelo Hospital Boche Oswaldo Cruz, uma vez que segmento do Programa de Pedestal ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) e foi publicado na revista científica The Lancet.
O estudo compara o comitiva de pacientes com diabetes tipo 2 por teleconsultas com endocrinologistas com o mesmo tipo de comitiva feito presencialmente por esses profissionais. A peroração é que as teleconsultas se mostraram tão eficazes quanto os encontros presencias.
“É importante ter um estudo que mostre que realmente está comprovado que a teleconsulta é segura. Dá um embasamento para outros profissionais, para médicos que vão fazer a consulta, para gestores de saúde”, diz uma das autoras do estudo, Daniela Rodrigues.
A gerente de pesquisa do Hospital Boche Oswaldo Cruz, Rosa Lucchetta, complementa que o estudo não mostra que a teleconsuta é melhor do que a presencial, mas somente que é também segura.
“A pesquisa teve o objetivo de mostrar que a teleconsulta é tão boa quanto a consulta presencial. A gente não está substituindo [a presencial] por um método mais alcançável em que a população pode perder em benefícios de saúde, em segurança do seu tratamento. A gente, em hipótese alguma, está falando que teleconsulta é melhor do que o presencial”, reforça.
Por meio do Proadi-SUS, hospitais sem fins lucrativos de referência direcionam recursos que seriam pagos em impostos para estribar e aprimorar o SUS por meio de projetos de capacitação de recursos humanos, pesquisa, avaliação e incorporação de tecnologias, gestão e assistência especializada demandados pelo Ministério da Saúde. Hoje, o programa reúne seis hospitais: Hospital Boche Oswaldo Cruz, BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, HCor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês..
Diabetes e teleconsulta
O estudo acompanhou 278 pacientes, majoritariamente mulheres (60%), com idades entre 54 e 68 anos. Todos são pacientes do SUS em Joinville (SC). A cidade foi escolhida por possuir uma estrutura de telemedicina no serviço público.
Já a escolha por pesquisar pacientes com diabetes tipo 2, o chamado diabetes mellitus, se deu por conta do número de pessoas que convivem com a doença e pelas consequências, tanto para os pacientes quanto para o sistema de saúde, que a falta de comitiva adequado pode gerar.
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, existem mais de 13 milhões de pessoas vivendo com a doença no Brasil, o que representa 6,9% da população vernáculo. Rodrigues explica que a doença exige um comitiva uniforme, um pouco em que a teleconsulta pode ajudar. Aliás, caso não seja feito o comitiva com os cuidados adequados, a doença pode levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos. Em casos mais graves, o diabetes pode levar à morte.
“O diabetes é uma doença que, além de aumentar a chance de as pessoas morrerem se não for controlado, tem também um ressaltado índice de morbidade, ou seja, de gerar complicações. Isso impacta não só na qualidade de vida da pessoa, uma vez que também sobrecarrega os sistemas de saúde, público e privado. Portanto essa foi a exigência sensível para ser estudada”, diz Rodrigues.
Puderam participar do estudo pacientes que já estavam em tratamento no SUS. Eles foram distribuídos em dois grupos: um deles teve consultas presenciais, e o outro, teleconsultas. Ambos os grupos tiveram as mesmas quantidades de consultas e foram tratados somente com medicamentos e exames disponíveis na rede pública. Ao final do estudo, mostrou-se que o comitiva remoto com médico técnico foi também eficiente.
O estudo é um dos poucos no mundo, segundo as pesquisadoras, que se trata de um experimento médico randomizado, ou seja, os pacientes foram distribuídos nos grupos de forma aleatória, o que confere maior segurança aos resultados.
“Você tem, na medicina, um procedimento que a gente coloca uma vez que o padrão ouro. Indiscutivelmente, é a consulta presencial”, diz Rodrigues. “Eu penso na teleconsulta uma vez que uma maneira de aumentar o aproximação. Se a gente imaginar uma população ribeirinha que precisa de uma avaliação do endocrinologista, ela não vai mais precisar se transladar três, quatro horas, em um paquete, para ter aproximação”, defende
A pesquisadora acrescenta que não somente as populações isoladas são beneficiadas, mas também aqueles que vivem em grandes cidades, que enfrentam congestionamentos e falta de transporte público eficiente, por exemplo.
Telessaúde
No Brasil, o SUS foi pioneiro na implementação da chamada telessaúde, em 2006, com a geração do Programa Telessaúde Brasil Redes. Trata-se de uma das principais estratégias do Programa SUS Do dedo.
Com a pandemia, o uso de tecnologias passou a ser mais disperso. Em 2022, o Parecer Federalista de Medicina (CFM), publicou solução que define e regulamenta a telemedicina, uma vez que forma de serviços médicos mediados por tecnologias de notícia. “A telemedicina, hoje, é um instrumento de muita valia, dá um aproximação a um grupo enorme de pessoas”, diz foi o 1º vice-presidente do CFM, Emmanuel Fortes.
Fortes também defende que a telemedicina não deve substituir totalmente os atendimentos presenciais, mas complementá-los. “Tem algumas coisas que a mensuração feita à intervalo não consegue saber, uma vez que a cor real do paciente e o odor que o paciente exala. Isso tudo tem valia”, diz e ressalta: “Uma emergência tem que ser atendida nos estabelecimentos assistenciais, nos hospitais”.
Ainda segundo Fortes, a telemedicina não deve substituir a alocação de médicos em áreas remotas. “A gente recomenda que a contratação de médicos dê preferência para esses locais mais distantes e remotos”, defende.
Integração
As teleconsultas não são ofertadas de maneira isolada dentro do SUS, fazem segmento de uma rede de atendimento, tanto mediada por tecnologia quanto presencial, que envolve as secretariais estaduais e municipais de saúde, além de universidades, que prestam suporte. Segundo a pesquisadora e professora titular da Instauração Oswaldo Cruz (Fiocruz), Ilara Hämmerli, que é Integrante do Grupo temático de Informações em Saúde e População da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), o serviço não deve ser ofertado isoladamente.
“A gente sabe que o médico solitário no seu consultório, seja ele presencial ou mediado pela internet, sozinho, ele ajuda naquele momento, mas ele não dá conta da complicação os processos de saúde e doença”, diz. Isso porque os atendimentos exigem, muitas vezes, exames e encaminhamentos para atendimentos presenciais, e é necessário que a rede esteja estruturada para essa oferta.
“A gente tem que prometer, para um projeto de indumento cidadão, um processo de indumento que respeite a saúde, que cuide da população brasileira, a integralidade da atenção. Ou seja, começa na atenção básica, mas, mal [o paciente] precisar de um vistoria ou de alguma coisa, ele tem para onde ser guiado. E se ele precisar de uma internação ou de alguma coisa mais complexa, ele tenha reservado o aproximação a esse hospital. Esse é o grande repto, no momento, a integração dos processos de telessaúde no SUS uma vez que um todo, prometer essa integralidade da atenção à saúde”, explica.
A viabilidade da telessaúde passa ainda por prometer aproximação a tecnologias a toda a população brasileira e também capacitar as pessoas para que saibam usar esses dispositivos de forma eficiente. Dados do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), mostram que somente 22% dos brasileiros com mais de 10 anos de idade têm condições satisfatórias de conectividade.
Passa ainda, segundo Hämmerli, por prometer a segurança dos dados dos pacientes e mesmo a segurança vernáculo, evitando que informações importantes de saúde, exames e diagnósticos sejam compartilhados em aplicativos de grandes empresas de tecnologia, as chamadas Big Techs.
“É uma estratégia de Estado preciosa, mas que a gente precisa entender todas as salvaguardas e tudo que envolve a complicação desse processo. Não dá para a gente encontrar que telemedicina ou telessaúde ou saúde do dedo é somente botar a infraestrutura de uma operadora de internet, ter um médico ou um profissional de saúde fazendo o atendimento mediado pela tecnologia. Isso é importante, é necessário, mas não é suficiente para dar conta dos desafios complexos que hoje a atenção à saúde requer”, afirma Hämmerli.
Ministério da Saúde
De tratado uma vez que Ministério da Saúde, a Rede Brasileira de Telessaúde conta com 27 núcleos, chegando a todos os estados brasileiros. Entre 2023 e 2024 foram realizados aproximadamente 4,6 milhões de teleatendimentos, uma vez que teleconsultas, telediagnósticos, emissão de laudos à intervalo e teleconsultorias entre profissionais.
Os serviços de telessaúde cresceram significativamente desde a pandemia de Covid-19. Na Atenção Especializada à Saúde, o número de consultas aumentou, de 2022 para 2024, 99,8%, saindo de 679.265 para 1.138.828 atendimentos. O número de atendimentos em 2024 superou até mesmo os de 2021 (1.080.318), ano de pandemia.
A pasta tem uma vez que meta implantar dois Núcleos de Telessaúde por estado até 2026. Aliás, pretende ampliar o número de Pontos de Telessaúde nos diversos serviços de saúde e em regiões de vazio assistencial; fortalecer a integração entre os serviços remotos e presenciais; e expandir o uso da telessaúde para todas as regiões e perfis populacionais, principalmente os mais vulneráveis.
Segundo o Ministério, a telessaúde “é uma estratégia forçoso para ampliar o aproximação às ações e serviços de saúde e reduzir desigualdades regionais, levando atendimento e orientação especializada a locais de difícil aproximação. Ela complementa o atendimento presencial, ampliando a capacidade resolutiva da rede, sem substituí-la”, diz a pasta em nota.
Ao todo, o Ministério da Saúde destinou, em 2024, R$ 464 milhões para a transformação do dedo do SUS, incluindo a expansão da telessaúde, com adesão de 100% dos estados e municípios ao Programa SUS Do dedo.