Evento No Rio Destaca Modernização E Relevância Do Ibge Para

Evento no Rio destaca modernização e relevância do IBGE para o país

Brasil

A Conferência Vernáculo do Agentes Produtores e Usuários de Dados, oportunidade nesta segunda-feira (20) pelo Instituto Brasiliano de Geografia e Estatística (IBGE), representa um momento histórico para o órgão, que é reconhecido pela primazia dos serviços, disse o presidente da instituição, Márcio Pochmann. O evento vai até sexta-feira (2) na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Segundo Pochmann, a reconstrução, e sobretudo a modernização que está havendo no IBGE, vai torná-lo ainda mais relevante para o país e para as políticas públicas.

Pochmann lembrou que o IBGE passou por dificuldades no governo anterior, com redução de orçamento, falta de reajuste para os funcionários, o que significou perda salarial significativa para os  servidores. Aliás, a falta de concursos públicos levou ao esvaziamento do quadro funcional, seja por aposentadorias ou por ofertas melhores do que a instituição poderia oferecer.

De congraçamento com ele, a recomposição dos salários já foi feita e que há um concurso em curso. “Essa é a recuperação e a modernização que precisamos fazer, e a modernização nesse sentido está basicamente na oportunidade que temos discutido com todos os agentes e produtores de dados de um novo marco legítimo para as estatísticas, para a geociência e para os dados brasileiros.” Pochmann disse que é provável trespassar, no término desta semana, um documento mostrando “convergência dos produtores e usuários de dados em relação ao que o Brasil precisa oferecer neste segundo quarto do século 21, porque o primeiro se esgota no ano que vem”.

Para a reitora da Uerj, Gulnar Azevedo, o IBGE é uma instituição que o país tem que preservar, e é necessário mostrar o quanto o Brasil precisa dela. Gulnar ressaltou que é uma satisfação e uma alegria poder estreitar relações com o IBGE. “Temos vários colegas, trabalhadores da Uerj, professores e estudantes que fazem pesquisas usando dados e participando da organização, do desenvolvimento de pesquisas do IBGE, mas agora vamos dar um salto maior.”

A reitora destacou que a escolha da Uerj para realização da conferência foi adequada, uma vez que a base da universidade é a procura do conhecimento. “Levante é o nosso papel. A universidade tem que mostrar que os dados reais coletados com tanta dificuldade, mas com tanto interesse e desempenho de vocês, são fundamentais para planejarmos o país e melhorarmos as condições de vida, saúde e ensino de toda nossa população”, completou Gulnar.

Cepal

O secretário executivo da Percentagem Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), José Manuel Salazar, que representou o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, defendeu a integração de dados de países da região e disse que as informações precisam ser usadas de maneira responsável.

Entre os dados relevantes, Salazar destacou que, de 2014 a 2023, o desenvolvimento médio da região foi de -0,8% por ano, menos da metade de 2% da região cresceu na famosa dez perdida nos anos 80.

“Por isso, estamos argumentando que a região necessita intensificar urgentemente os esforços de desenvolvimento econômico, principalmente por meio de políticas de desenvolvimento produtivo para promover uma grande transformação produtiva que resulte em maior sofisticação tecnológica, maior diversificação e maior produtividade. Não se trata de qualquer desenvolvimento, queremos um desenvolvimento mais inclusivo”, completou.

INSS destaca parceria

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, destacou que o IBGE faz a retrato real do Brasil desejado e que, por isso, é importante que a Previdência trabalhe em parceria com o órgão.

De congraçamento com Lupi, o volume de dados gerados na extensão é muito grande, e as informações precisam ser analisadas incessantemente. “A minha extensão da Previdência Social é hoje responsável por mais de 40 milhões e 200 milénio pagamentos mensais de benefícios. Somos uma Argentina em benefícios diretamente pagos”, afirmou o ministro, de modo a indicar a dimensão da Previdência no Brasil.

Ao fechar a apresentação, Carlos Lupi e Márcio Pochmann assinaram congraçamento de cooperação entre o ministério e o IBGE. “[É] para que se possa fazer uma inter-relação maior sobre o horizonte da Previdência. Os dados reais de uma vez que é o envelhecimento da população brasileira, uma vez que trabalhar para ajudar a lastrar esse sofrimento que o povo brasílico tem. Hoje temos uma média salarial de R$ 1.860. É muito baixa ainda, mas é o que é provável nessa verdade da legado de um país destruído. E queremos cada vez mais progredir neste convênio”, afirmou Lupi.

“Hoje assinamos um convênio macro, universal. O INSS [Instituto Nacional do Seguro Social] depois vai fazer um adendo a oriente convênio para que possamos utilizar cada vez mais essa instituição réplica para os dados do Brasil, a maior da América Latina e a que consegue nos dar uma retrato real do Brasil [em] que vivemos”, acrescentou.

O secretário de Gestão da Informação, Inovação e Avaliação de Políticas Educacionais, Evânio Antônio de Araújo Júnior, que representou o ministro da Instrução, Camilo Santana, disse que é preciso gerar instrumentos e ferramentas para dar visibilidade aos desafios das cidades para reduzir desigualdades sociais, enfrentar mudanças climáticas e estimular o aprofundamento da democracia com a participação da sociedade.

Segundo Evânio, um levantamento apontou diferenças na cidade de São Paulo, e uma delas é a da idade média com que as pessoas morrem. “Em um região rico da cidade de São Paulo, o chamado Jardim Paulista, a idade média ao morrer é de 80 anos e em um região da periferia no extremo da zona leste, chamado Cidade Tiradentes, é de 59 anos. Temos 21 anos de diferença dentro da mesma cidade”, citou o secretário uma vez que um dos dados que precisam ser analisados para a construção de políticas públicas.

Danilo Cabral, da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), destacou que é importante colocar a estudo de tais dados à disposição dos responsáveis pela formulação de políticas regionais. “Estamos cá levando fisicamente também o IBGE para dentro da Sudene para que possamos usar esse conjunto de informações para a formulação de políticas e para o desenvolvimento de indicadores e colocar isso à disposição da sociedade.”

Durante o evento, Pochmann e o diretor-presidente do Instituto Cidades Sustentáveis (ICS), Jorge Luiz Abrahão, assinaram um convênio de cooperação entre as duas instituições para a integração de estudo de dados.

Até sexta-feira, especialistas, representantes das grandes empresas transnacionais da tecnologia, gestores públicos, empresas públicas de dados, órgãos multilaterais e movimentos sociais, acadêmicos e estudantis e organizações da sociedade social estarão reunidos na Conferência Vernáculo do Agentes Produtores e Usuários de dados, que tem o tema Soberania Vernáculo em Geociências, Estatísticas e Dados: Riscos e Oportunidades do Brasil na Era Do dedo.

Em parceria com a Uerj, a conferência tem seis mesas temáticas e 23 grupos de trabalho, e nesse período reunirá mais de 500 técnicos, além de mais de 100 palestrantes e coordenadores de mesas e grupos.

Fonte EBC

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