Ex Jogador Argentino Reacende Debate Sobre Depressão 14/03/2024 Esporte

Ex-jogador argentino reacende debate sobre depressão – 14/03/2024 – Esporte

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O ex-jogador prateado naturalizado italiano Pablo Daniel Osvaldo trouxe à tona a questão da saúde mental no meio esportivo profissional ao publicar nesta quinta-feira (14) um vídeo nas redes sociais em que revela suportar de depressão e que a doença o levou ao vício em álcool e drogas.

O caso de Osvaldo se soma a uma série de outros ex-jogadores vitoriosos no futebol uma vez que Gianluigi Buffon, Thierry Henry e Nilmar, que também revelaram ter sofrido com o quadro depressivo, seja enquanto ainda estavam em atividade dentro de campo ou posteriormente se reformar dos gramados.

Segundo especialistas, a pressão por resultados e a urgência de mourejar com a frustração estão entre as principais causas do quadro depressivo em esportistas.

Revelado pelo Huracán e com passagem por clubes uma vez que Roma, Juventus, Porto e Boca Juniors, além da seleção italiana, Osvaldo afirmou que “há muito tempo” vem lidando com um quadro de depressão e que está “bastante desesperado”.

“Essa depressão me levou a desabar em algumas adicções. Álcool e drogas. A verdade é que estou em um momento em que minha vida está saindo do controle”, declarou Osvaldo na publicação.

O prateado de 38 anos disse ainda que o uso de entorpecentes agrava seu quadro depressivo e que está em tratamento psiquiátrico à base de medicamentos. “Praticamente vivo sozinho, trancado em moradia. Não saio para lugar nenhum. Não faço zero produtivo na minha vida. Às vezes nem tenho vontade de levantar da leito”, afirmou o ex-atacante, que atuou pela última vez defendendo as cores do Banfield em 2020.

Vencedor italiano com a Juventus na temporada 2013/14 e prateado com o Boca em 2015, Osvaldo disse também que, no pretérito, quando atuava na escol do futebol, era uma pessoa completamente dissemelhante, enxurrada de segurança e crédito. “Se alguém estiver passando por um tanto semelhante, peça ajuda, porque sozinho não se sai disso, eu pedi ajuda e ainda assim está sendo difícil transpor.”

Coordenador de psicologia esportiva do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Eduardo Cillo diz que a aposentadoria pode ser um gatilho para o desenvolvimento da doença. “A vida no esporte uma vez que desportista se encerra relativamente cedo, mas ainda tem muita vida depois. Portanto, se ele não se prepara para isso, chega um momento em que deixa de ter tanta visibilidade, reconhecimento, tantas pessoas por perto, a vida muda demais e fica um vazio.”

Cillo acrescenta que a frustração por não saber os objetivos traçados e a cobrança estável por resultados também estão entre as principais causas para a depressão no esporte.

“O nível de exigência é sempre muito superior. Outrossim, a dinâmica dos fatos também é muito acelerada, ou seja, independente do que tenha ocorrido recentemente, o desportista precisa já estar em preparação para a próxima disputa. Isso faz com que ele tenha que mourejar com a frustração com muita perseverança”, afirma o profissional.

O coordenador diz que o desportista que fica exposto a essa pressão estável por muito tempo pode desenvolver um quadro divulgado uma vez que incontrolabilidade, divulgado pela sensação de que zero do que ele faz é suficiente para estar muito prestes na procura por resultados. “Isso aproxima o cérebro humano de um estado de depressão.”

O traje de se tratar de uma doença que surge, muitas vezes, de maneira silenciosa reforça a valor da presença de um psicólogo que acompanhe os atletas no dia a dia, afirma André Luis Aroni, psicólogo do Guarani. “O trabalho deste profissional faz o desportista entender que a pressão de saber bons resultados não é necessariamente ruim, e pode o ajudar a desenvolver ferramentas para compreender isso”, diz Aroni.

Pesquisadora e coordenadora do Leme (Laboratório de Estudos em Mídia e Esporte) da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), Leda Costa afirma que o incremento do esporte uma vez que um negócio e a cobertura midiática ostensiva é um vista suplementar que pode trenar pressão sobre a saúde mental dos esportistas.

“O panteão midiático do esporte é talhado aos vencedores. Aos derrotados, nem sempre esse panteão é descerrado. E quando é, ocorre de uma forma sátira”, diz a pesquisadora. Ela lembra que, à cobertura jornalística tradicional, se somou nos últimos anos a exposição e a interação trazida pelas redes sociais, com ‘haters’ que ficam unicamente no aguardo de uma rota para se manifestar com duras críticas contra os atletas.

No Brasil, o ex-atacante Nilmar também sofreu com a depressão. No caso da cria do Internacional, a doença se manifestou enquanto ele ainda estava em atividade, defendendo o Santos, em 2017. Por decisão própria, Nilmar optou por rescindir o contrato com o Santos para buscar tratamento e se aposentou precocemente, aos 33 anos.

A passagem pelo Al Nasr, dos Emirados Árabes Unidos, foi indicado pelo ex-jogador uma vez que uma provável desculpa para a depressão. O clube queria negociá-lo para se enquadrar na prestação de estrangeiros e, uma vez que o desportista resistiu, foi semoto da equipe principal.

O ex-goleiro italiano Gianluigi Buffon, vencedor da Despensa-2006, é outro que teve de mourejar com o quadro. Ele revelou em sua autobiografia que sofreu de uma grave depressão entre 2003 e 2004.

“Não estava satisfeito com minha vida e com o futebol e, portanto, com meu trabalho. Minhas pernas tremiam”, afirmou. “Pode ter milhares de razões, inclusive se você é rico e famoso. Pode não encontrar a companheira adequada, não vencer a Despensa dos Campeões, ou não conseguir reputar o que foi conquistado. Portanto você afunda em dúvidas. Foi verdadeiramente um período ruim”, relatou o ex-arqueiro.

Vencedor da Despensa de 1998 com a França, o ex-atacante Thierry Henry afirmou no início deste ano que, durante a curso uma vez que jogador, e depois de pendurar as chuteiras, também teve depressão. “Menti durante muito tempo porque a sociedade não estava preparada para escutar o que eu tinha a expressar.”

Henry falou que o quadro depressivo pode ter começado na puerícia, com a procura estável pela aprovação do pai, que frequentemente criticava seu desempenho em campo. A presença paterna “ajudou de certa forma o desportista”, mas “não ajudou tanto o ser humano.”

Folha

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