Excesso De Jogos E Shows é Principal Causa De Gramado

Excesso de jogos e shows é principal causa de gramado ruim – 22/02/2025 – Esporte

Esporte

O embate entre grama oriundo e grama sintética no futebol, reavivado nesta semana em seguida sintoma conjunta de jogadores, envolve questões esportivas, financeiras e ambientais.

No protesto contra os campos sintéticos, atletas evitaram referir o suposto risco maior de lesões no piso sintético –um pouco que, segundo profissionais da dimensão, não tem comprovação científica. A base da sátira do grupo é que o gramado usado nos estádios de Palmeiras, Athletico e Botafogo muda a dinâmica do jogo.

“Em nenhum momento falamos que a nossa disputa é por isso [risco de lesões]. O nosso ponto é totalmente técnico, sobre a dinâmica de jogo. O esporte é completamente dissemelhante, futebol de society [de gramado sintético], futebol de campo, com gramado oriundo, é totalmente dissemelhante”, disse o meia Lucas Moura, do São Paulo.

Profissionais do esporte assinalam que há, de vestimenta, diferenças entre os dois gramados que causam mudanças importantes no jogo. Isso porque o tipo de piso muda o comportamento da globo.

“A grama sintética tende a proporcionar uma superfície mais uniforme e rápida, o que pode açodar o ritmo da partida e modificar o comportamento da globo, tornando-a mais expedito e com quique dissemelhante. Isso pode exigir dos jogadores adaptações em suas técnicas de passe, domínio e transporte de globo”, afirmou Flávia Magalhães, médica do esporte com passagens por Atlético-MG, América-MG e CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

Júlio Tapume Serrão, coordenador do Laboratório de Biomecânica da Escola de Ensino Física e Esporte da USP (Universidade de São Paulo), acrescenta que a segurança dos jogadores em campo é um fator a ser considerado.

No sintético, ele explica, o pé do desportista tende a permanecer mais recluso à superfície, particularidade que aumenta a tração e permite que o tipo desenvolva mais força em seu movimento.

Por outro lado, a possibilidade de o jogador sentir uma espécie de trava no pé ao tentar se movimentar rapidamente é muito maior do que no oriundo, afirma Serrão.

“Quanto maior a velocidade do desportista, mais impactante ficam as diferenças do jogo entre os gramados”, disse Serrão.

No núcleo da discussão também está a dificuldade para se manter um gramado oriundo de qualidade em um estádio.

“A nossa disputa é para que se tenha gramado oriundo de qualidade. A gente não pode tapar o sol com a tamis. Não pode simplesmente [dizer]: ‘tem gramado ruim, vamos fazer gramado sintético, pronto, acabou’. Não. Tem que ter gramado bom. As pessoas perguntam se prefiro jogar em um gramado roto do que no sintético. Não. Prefiro jogar em um gramado oriundo bom”, afirmou Lucas Moura.

Nesse paisagem, a questão é financeira e de gestão. Engenheira agrônoma profissional em gramados, Maristela Kuhn afirmou que a qualidade ruim da grama de alguns estádios se deve principalmente à falta de manutenção, orçamento e fardo excessiva de uso.

Compactação do solo, decomposição de raízes, deficiência nutricional, subtracção no desenvolvimento foliar, aumento de pragas e doenças são alguns dos problemas que podem afetar os gramados dos estádios, acrescentou André Ferretti, engenheiro florestal e gerente de Economia da Biodiversidade da Instalação Grupo Farmacêutico.

“Se tiver uma manutenção óptimo do gramado, uma fardo de uso reduzida e shows menores, vai ter gramados bons, e isso tem muito a ver com orçamento. Existem gramados no Brasil que têm uma óptimo quesito ao longo do ano inteiro. São clubes da Série A que têm poucos shows, orçamento bom e óptimo manutenção”, afirma Maristela, que atende times do Campeonato Brasílico.

Ela diz ainda que uma opção a ser considerada é seguir o padrão de estádios nos Estados Unidos, em que já há um orçamento previsto para a troca do gramado logo em seguida a realização de um grande evento. “Quer uma fardo de uso elevada? Vai precisar ter um orçamento proeminente para poder restaurar ou trocar todo o gramado em seguida o uso.”

Nos últimos anos, os clubes brasileiros têm se válido cada vez mais de eventos sem qualquer relação com o futebol para aumentar a arrecadação, sendo forçados a mandar suas partidas longe de mansão.

O São Paulo, por exemplo, tem um congraçamento com a promotora de shows Live Nation para receber shows de artistas famosos no Morumbi que deve render muro de R$ 15 milhões ao clube em 2025.

Uma vez que base de verificação, jogando porquê mandante no último clássico contra o Corinthians no termo de janeiro pelo Campeonato Paulista, o São Paulo teve uma renda bruta de aproximadamente R$ 3,3 milhões, quando quase 55 milénio torcedores acompanharam a vitória do time da mansão por 3 a 1.

Em seguida um show da cantora colombiana Shakira no último dia 13, o gramado do Morumbi ficou penalizado.

“Tinham algumas partes que estavam com a coloração dissemelhante, mas a qualidade estava muito boa. E isso é uma prova que se tiver boa vontade, esforço, um pouquinho de investimento e bom tino, dá para cuidar do gramado”, afirmou Lucas Moura.

O dispêndio menor de manutenção do gramado sintético costuma ser assinalado porquê um de seus diferenciais.

O Athletico Paranaense, por exemplo, informou que a manutenção do gramado sintético da Ligga Estádio girava em torno de R$ 200 milénio por ano. Com a grama oriundo, somente o gasto com vontade elétrica para iluminação sintético chegava a R$ 1,2 milhão.

Ferretti citou ainda o impacto das mudanças climáticas entre as causas para a qualidade ruim dos gramados brasileiros.

Segundo ele, ao longo das últimas três décadas, houve um maior número de dias com poderoso calor —de menos de 10 dias por ano até o final dos anos 1980 para mais de 50 dias por ano atualmente— e uma mudança na quantidade e distribuição das chuvas, com uma redução de 10% a 40% na região nordeste, mediano e secção do sudeste, e aumento de 10% a 30% na região sul e em secção dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.

O engenheiro florestal afirmou que isso exige adaptações no manejo dos gramados, desde o solo e a rega, passando pela drenagem, adubação e tempo de folga entre jogos, até a variedade da grama utilizada.

“O mesmo impacto ocorre na cultura, o que exige adaptações no manejo das culturas, melhoramento genético das vegetação, mudança das espécies cultivadas, dentre outras práticas”, diz Ferretti.

Folha

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