Existe Meio Termo Entre Abortistas E Antiabortistas? 02/02/2024 Gustavo

Existe meio-termo entre abortistas e antiabortistas? – 02/02/2024 – Gustavo Alonso

Celebridades Cultura

Há algumas semanas cá nesta Folha a jornalista Anna Virginia Balloussier se perguntou se é provável possuir um debate honesto sobre monstruosidade. Trata-se de um tema que, há pelo menos 15 anos, polariza o debate político pátrio, porquê se dele dependesse o sorte da país.

Segundo Balloussier aponta corretamente, ainda prevalece em boa secção da esquerda, a teoria de que quem se contrapõe ao monstruosidade padece de detença civilizacional. Por outro lado, conservadores, religiosos e direitas mais intransigentes tratam a mulher que aborta porquê assassina.

Tal porquê várias questões do nosso tempo, o debate se mostra polarizado e ambos lados entendem o outro não porquê opoente político, através do qual se poderia chegar a um meio-termo, mas porquê inimigos, cujas visões de mundo precisam ser eliminadas.

No entanto, a discussão sobre monstruosidade não é simples e, porquê diz a jornalista, “não há projéctil de prata para fechar a querela. Há muitas hipóteses, mas não consenso científico, que dirá metafísico”.

Se dependesse de mim, o monstruosidade seria totalmente um libido da mulher, porquê é nos países nórdicos. Mas, goste-se ou não, o Brasil não é a Suécia e os valores religiosos e morais têm grande peso político em largas camadas da população.

Instigado pela poste de Balloussier, estimulei-me a pensar o que seria um debate honesto sobre o tema, e qual seria um encaminhamento provável para a questão. Para tal interlocução de ideias e argumentos sobrevir é preciso, a meu ver, que ambos os lados legitimem a verdade do outro.

Considerar o argumento moral porquê não válido é recair no autoritarismo geral em muitos muito pensantes progressistas. O Estado é secular, dizem. Sim, mas as pessoas não são. E, para esses cidadãos, sua moral, religiosa ou não, deve ser levada em conta.

Por outro lado, não se pode expor que os conservadores, religiosos e direitistas mais renhidos tenham ganhado a discussão. Se dependesse deles, o monstruosidade seria completamente proibido no país. Mas não é o que acontece. O monstruosidade já é permitido no Brasil em determinadas circunstâncias, porquê no caso de estupro ou feto anencéfalo. Logo, o argumento religioso supostamente pró-vida não prevalece por si só. Tal posição deve ser contemporizada com a veras da mulher atual e com o nosso momento histórico.

Pensando assim, porquê poderíamos ampliar o caminho do meio já existente? Seria provável pensar numa saída conciliatória, que faça dialogar defensores do monstruosidade e seus contrários? Nessas horas é bem-vinda a utopia. Ela dificilmente atenderá os interesses intransigentes dos polarizados, mas pode servir para alargar o que entendemos por monstruosidade lítico, sem com isso transgredir completamente valores morais largamente enraizados na sociedade. Segue portanto a minha utopia conciliatória, que quiçá poderá ser legalizada qualquer dia, ampliando o que entendemos por monstruosidade.

Porquê sabemos, para possuir uma garoto, é preciso pai e mãe. Atualmente toda a responsabilidade sobre o monstruosidade é posto nos ombros da mãe, que carrega as pechas lítico e moral sobre o tema. Seria desejável que implicássemos os homens nessa conta, de forma a superar o frequente machismo do debate.

Mas aí enfrentamos uma questão espinhosa, que é a desigualdade biológica dos seres. São mulheres que engravidam, não homens. Uma constatação óbvia, mas que dificulta mourejar com o monstruosidade pensando exclusivamente no corpo da mulher.

Imaginemos um mundo em que as mulheres pudessem fazer o monstruosidade legalmente, desde que fosse em libido geral com seu parceiro. Não se assustem, progressistas! Estou propondo um expansão do monstruosidade lítico. E colocando o ônus da questão no ombro de ambos, varão e mulher. Mas isso seria um revinda da tarifa, dirão os abortistas. Por fim, minha proposta submeteria a mulher ao varão. A meu ver, não. Trata-se exclusivamente de também responsabilizar o varão na prática abortista.

Mas porquê vamos detrás dos homens que, em nossa sociedade, somem por aí abandonando crianças? Ora, hoje em dia conseguimos fazer até pai que não paga pensão ir para a prisão! Qual a dificuldade de chegarmos ao pai do feto? Bastaria que a mulher, para fazer monstruosidade lítico em hospital público, dissesse o nome do pai, de forma a tornar a prática lítico. Ao judiciário, o mesmo que ofídio pensões ausentes, caberia um prazo limitado para encontrar o pai. Se o parelha topasse o monstruosidade, qualquer hospital público faria a prática sem maiores questionamentos.

E se varão não quisesse o monstruosidade? Ora, portanto a mulher ficaria comprometida a entregar a garoto ao pai para que ele a crie. Estamos acostumados a ver mães solo, mas quase nunca pais solo. Quem é “pró-vida”, que assuma os custos, afetivos e financeiros, seja varão ou mulher.

Isso resolveria completamente a militância? Evidente que não. É provável que ambos os lados fiquem insatisfeitos. Feministas se decepcionariam com a itinerário da tarifa “meu corpo, minhas regras”. Religiosos e conservadores se decepcionariam por não conseguir valer sua noção intransigente de vida. Mas isso é fazer política. Se esta minha proposta utópica vigorasse, a noção de monstruosidade provável no país seria alargada.

E haveria conservadores e religiosos a topar esse expansão? Evidente que há. Basta ver que uma figura da relevância do pastor Edir Macedo, o todo-poderoso da Igreja Universal, já deu várias declarações pró-aborto. Por que não montar uma frente pró-aborto que incorpore evangélicos?

Nossa polarização política tem um quê de fake news que contamos para nós mesmos. Talvez por isso nunca se viu uma feminista querendo conversa com Edir Macedo, e vice-versa. Nas redes sociais, ganham curtidas e coraçõezinhos aqueles que bradam radicalismos, sem nunca buscar pontes possíveis. Uma pena. Um debate honesto envolve admitir o outro porquê parceiro da discussão.

Folha

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