Exposição Em Sp Mostra Computação Quântica E Inteligência Artificial

Exposição em SP mostra computação quântica e inteligência artificial

Brasil

A vanguarda da ciência e a frase artística contemporânea se encontram mais uma vez no tradicional Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File), que ocorre a partir desta quarta-feira (3) no Núcleo Cultural Fiesp, na capital paulista.

O evento, que explora a intersecção entre arte e tecnologia e fomenta espaços de exposição e de debates sobre inovações artísticas impulsionadas por tecnologias inovadoras, está completando 25 anos de existência. Nesta edição, trabalha mormente com a computação quântica e a lucidez sintético sintética.

Com o tema QUBIT AI – quantum & synthetic ai, a mostra tem curadoria de Ricardo Barreto e Paula Perissinotto.

“O Qubit é relativo à computação quântica e o AI é relativo à lucidez sintético”, explicou Paula Perissinotto, co-organizadora e co-curadora do festival. “O Qubit é o bit da computação quântica [uma unidade básica de informação usada para codificar dados em computação quântica]. Normalmente, a computação tem porquê bit [menor unidade de informação em sistemas digitais] o 0 ou 1. Já a computação quântica tem o Qubit, que é mais do que 0 e 1, ele é o 0 ou 1 sobreposto, inextricável, enfim, é outra computação. Os sintéticos, por sua vez, são as inteligências artificiais, obras que foram construídas por lucidez sintético com comando humano”, disse ela em entrevista à Sucursal Brasil.

São Paulo (SP) 03/07/2024 - Marc Vilanova - Cascade - A vanguarda da ciência e a expressão artística contemporânea se encontram mais uma vez no tradicional Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File), que acontece a partir desta quarta-feira (3) no Centro Cultural Fiesp, na capital paulista.
Foto: Eloise Coomber/Divulgação
São Paulo (SP) 03/07/2024 - Marc Vilanova - Cascade - A vanguarda da ciência e a expressão artística contemporânea se encontram mais uma vez no tradicional Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File), que acontece a partir desta quarta-feira (3) no Centro Cultural Fiesp, na capital paulista.
Foto: Eloise Coomber/Divulgação

São Paulo – Vanguarda da ciência e frase artística contemporânea se encontram no tradicional Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File) na capital paulista – Foto Eloise Coomber/Divulgação

Essas duas tecnologias têm se evidenciado muito no cenário contemporâneo: enquanto a computação quântica é o início de uma revolução emergente em todo o mundo, a lucidez sintético sintética já é uma revolução de indumento, oferecendo aos artistas novo modo de fazer e de entender a arte, abrindo espaço para novas formas, conceitos e expressões artísticas.

“As pessoas vão encontrar cá [na exposição] uma classe de tudo. Uma classe do dedo, que já faz secção do File e que agora está se revelando quase porquê um pretérito, até experiências estéticas ainda muito rudimentares no que tange à computação quântica, que são os primórdios da computação quântica. Outrossim, há também um computador quântico que estará cá porquê objeto e que, na verdade, é uma carcaça enorme de refrigeração que guarda uma coisa pequenininha. E também cá as pessoas vão encontrar bastante teor produzido, os chamados sintéticos, tanto estéticos quanto clipes, filmes, experiências arquitetônicas sintéticas e sonoras”, afirmou Paula.

Os visitantes da mostra poderão não só contemplar diversas dessas experimentações porquê também interagir com algumas instalações, vídeos e esculturas digitais.

São Paulo (SP) 03/07/2024 - Paul Gründorfer & Leonhard Peschta - The Sea - A vanguarda da ciência e a expressão artística contemporânea se encontram mais uma vez no tradicional Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File), que acontece a partir desta quarta-feira (3) no Centro Cultural Fiesp, na capital paulista.
Foto: Paul Gründorfer & Leonhard Peschta/The Sea/Divulgação
São Paulo (SP) 03/07/2024 - Paul Gründorfer & Leonhard Peschta - The Sea - A vanguarda da ciência e a expressão artística contemporânea se encontram mais uma vez no tradicional Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File), que acontece a partir desta quarta-feira (3) no Centro Cultural Fiesp, na capital paulista.
Foto: Paul Gründorfer & Leonhard Peschta/The Sea/Divulgação

São Paulo – Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File), no Núcleo Cultural Fiesp, na capital paulista – Foto Paul Gründorfer & Leonhard Peschta/The Sea/Divulgação

Obras

Algumas das obras em exposição são bastante interativas ou imersivas. Entre elas a instalação Ego, em que sua imagem é projetada e distorcida na parede porquê se fosse um esboço primitivo, mas sempre acompanhando os movimentos de seu corpo. Outra obra é The Forgettable Art Machine, que tomada a imagem do público e inicia um processo de estudo dentro de seu banco de dados, encontrando a imagem de alguma obra de arte ou retrato que se assemelhe àquela que foi produzida por você.

“Há ainda uma experiência dos sintéticos sonoros, onde a pessoa coloca um fone de ouvido e pode circunvalar por três vídeos, mudando o som a cada passo que dá em frente de outro vídeo. Há também a obra do Marc Vilanova, uma experiência estética do dedo, em que ele fez tomada de sons de catadupa, a vibração desse som movimenta fibras óticas e cria toda uma relação. Essa obra é interativa, as pessoas podem tocar, sentir a vibração e também produzir uma forma estética. Tem também a gaiola, que é uma experiência de veras virtual muito interessante e que te transporta para dentro dela”, acrescentou a curadora .

Em entrevista à Sucursal Brasil, o artista espanhol Marc Vilanova explicou sua obra chamada Cascade, que é uma reflexão sobre porquê as mudanças climáticas afetam o ecossistema. “Cascade é uma instalação em que trabalho com frequências infrassônicas. As cachoeiras produzem sons que são muito baixos. Os humanos não podem ouvi-los, mas há espécies, porquê as aves, que ouvem essas ondas infrassônicas da catadupa e as utilizam para velejar quando fazem migrações de larga intervalo”.

“O que fiz cá foi gravar com um gravador peculiar essas ondas infrassônicas das cachoeiras. Fui ao Niágara, no Canadá, em procura de grandes cachoeiras e quero também ir para Foz do Iguaçu, cá no Brasil. O que faço é tentar reproduzir essas frequências por caixas de som. E essa vibração é traduzida em fibrilha óptica, luminescente, que desce, permitindo ver o som tombar, ver as vibrações do som caírem pela fibrilha óptica. Você consegue ver esse som, sentir esse som e tocá-lo. O público está convidado a interagir com a peça, atravessá-la e tocar essas vibrações com a pele”.

Arte e ciência

São Paulo (SP) 03/07/2024 - Matthias Oostrik – AIIA The Forgettable Art Machine – Países Baixos - Vertical - A vanguarda da ciência e a expressão artística contemporânea se encontram mais uma vez no tradicional Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File), que acontece a partir desta quarta-feira (3) no Centro Cultural Fiesp, na capital paulista.
Foto: Thales Leite/Divulgação
São Paulo (SP) 03/07/2024 - Matthias Oostrik – AIIA The Forgettable Art Machine – Países Baixos - Vertical - A vanguarda da ciência e a expressão artística contemporânea se encontram mais uma vez no tradicional Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File), que acontece a partir desta quarta-feira (3) no Centro Cultural Fiesp, na capital paulista.
Foto: Thales Leite/Divulgação

São Paulo – Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File), no Núcleo Cultural Fiesp, na capital paulista – Foto Thales Leite/Divulgação

Além da experiência estética, o festival também explora a experiência científica. Uma delas, por exemplo, é a obra Retrato Quântica, da pesquisador brasileira Gabriela Barreto Lemos, pesquisadora e professora na Universidade Federalista do Rio de Janeiro. Ela demonstra um experimento científico que usa dois feixes de fótons infravermelhos entrelaçados quanticamente: o primeiro é direcionado para uma placa de silício gravada com a imagem de um gato. O segundo é enviado para uma trajetória dissemelhante, sem interação com a placa de silício.

Foi a primeira vez que uma imagem foi capturada por um lio de luz sem que ele tenha interagido com o objeto fotografado.

“Produzimos ali uma foto, a imagem de um objeto pelo qual a luz captada pela câmera não passou. Geralmente, para se fazer uma foto, você joga uma luz em um objeto e essa luz é refletida e captada pela câmera ou pelo seu olho. Mas, nesse caso, a gente tinha dois feixes de luz, na verdade fótons, emaranhados. Um deles passa pelo objeto a ser fotografado e o outro gera imagem. Logo, o que é captado pela câmera nunca passou pelo objeto e a luz que passou pelo objeto não vai até a câmera. É porquê se fosse uma foto deslocalizada no espaço”, explicou a pesquisador.

Cá, essa técnica inovadora foi apresentada porquê arte, mas ela tem potencial para ser utilizada e aplicada em áreas porquê a medicina para diagnósticos de imagem. Para Gabriela, é interessante porquê um trabalho desenvolvido para progresso científico de uma extensão que, em teoria, não estaria em uma exposição de arte, acabe em uma mostra artística. “Ela acaba cá instigando a pergunta do que seria uma novidade geração de retrato e vídeo. O que seria a imagem da pós-revolução tecnológica quântica? Já me perguntaram se ela é analógica ou do dedo. Mas essa discussão não faz sentido porque é de outra ordem, outra lógica. Estou cá só mostrando um pouco a teoria, mas o que está por trás tem uma mudança até de paradigma de porquê a gente pode fazer imagens técnicas e científicas de coisas que nos interessam e que são inacessíveis com as câmeras que temos disponíveis”, afirmou.

Todas essas obras poderão ser vistas gratuitamente no festival até o dia 25 de agosto. Mais informações podem ser obtidas no site do File ou do Núcleo Cultural Fiesp.

Fonte EBC

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