Uma medalha na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) pode virar passaporte para entrar na faculdade. O desempenho na competição de conhecimento é um dos critérios de seleção do curso de graduação em matemática da tecnologia e inovação do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), inaugurado nesta terça-feira (2), no Rio de Janeiro, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O Impa Tech, uma vez que é sabido o curso, terá 100 alunos neste primeiro ano, chegando a 400 em quatro anos, quando os primeiros estudantes estiverem se formando. A graduação é financiada pelos ministérios da Ensino (MEC) e da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
O presidente Lula durante inauguração do Impa Tech e início das aulas da 1ª turma de bacharelado em matemática da tecnologia e inovação – Tomaz Silva/Escritório Brasil
Além da Obmep – que recebe participação também de alunos de escolas particulares – as olimpíadas brasileiras de Química (OBQ), Física (OBF) e Informática (OBI) são usadas para selecionar alunos, assim uma vez que a Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM, nível supra da Obmep) e a nota de matemática do Fiscalização Pátrio do Ensino Médio (Enem).
A segunda período do processo seletivo incluiu atividades em grupo e entrevistas individuais on-line.
Um dos estudantes que iniciam o ano letivo esta semana é Alexander Kahleul, de 19 anos. Ele é da cidade mineira de Januária, na região do Médio São Francisco, a mais de seis horas de carruagem ao setentrião de Belo Horizonte.
Alexander conseguiu a vaga depois de duas medalhas de prata na Obmep, em 2022 e 2023. À Escritório Brasil, ele diz que a matemática é para ele uma “oportunidade muito grande de desenvolvimento”.
“Eu acho que cá é o melhor envolvente que eu poderia encontrar no Brasil para seguir o sonho de estudar matemática”, considera o universitário, que viu o interesse pela ciência exata crescer justamente ao participar das olimpíadas.
“A matemática das olimpíadas aparece de forma muito dissemelhante do que é oferecido no tradicional. Não são somente procedimentos mecânicos, uma vez que geralmente é ensinado nas escolas. Temos que pensar e ter novas ideias e originalidade para resolver os problemas propostos”, completa Alexander.
Bolsa e moradia
O curso começa com um ciclo essencial de um ano e meio. Em seguida, os alunos escolhem entre quatro ênfases: matemática, ciência da computação, ciência de dados e física.
Porquê a seleção é comporta por competições e provas nacionais, é grande o número de estudantes selecionados de fora do Rio de Janeiro. Dos 52 estudantes já selecionados para a primeira turma, 44 são de outros 18 estados e do Região Federalista. A maior secção é de Minas, com dez representantes.
Para ajudar os estudantes a se manterem financeiramente durante a graduação, o governo federalista pagará uma bolsa de estudos de R$ 500, além de auxílio-alimentação de R$ 1.290 por mês.
Em parceria com o projeto, a prefeitura do Rio de Janeiro será responsável pela habitação de 60 estudantes. Estão sendo construídas moradias ao lado do Impa Tech. Enquanto as habitações não estão prontas, os alunos ficarão hospedados em um hotel em frente às instalações, com diárias também bancadas pela prefeitura.
Além de Alexander, outro universitário que ocupará um dos quartos é Lucas Paulo Gonçalves, de 17 anos, que deixou a cidade mineira de Iguatama, de menos de 7 milénio habitantes, para estudar no Rio de Janeiro. Ele foi selecionado pelo bom desempenho na prova de matemática do Enem 2023, com nota 875,6 (a nota máxima alcançada em 2023 foi 958,6).
Para Lucas, a matemática representa o horizonte da humanidade. “É o método de simbolizar a maior secção dos nossos problemas atualmente e de encontrar a solução para esses mesmos problemas representados pela matemática.”
Lucas conta que foi difícil deixar a família sendo tão jovem, mas não mostra desânimo com a novidade trajetória. “Mesmo tendo toda essa dificuldade, tem que lutar, batalhar e vencê-la.”
O diretor-geral do Impa, Marcelo Viana, aponta que a seleção de alunos por meio de resultados obtidos nas olimpíadas do conhecimento é uma forma de “buscar os jovens mais talentosos que o Brasil possui, em todos os cantos desse país de dimensões continentais”.
Até a inauguração do curso de graduação, o Impa era um meio de vantagem em cursos de mestrado, doutorado e formação de professores. O diretor-geral lembra que é ligado ao instituto o matemático Artur Ávila, único brasiliano da história a lucrar a medalha Fields, considerada o Oscar da Matemática.
Porto Maravalley
Os universitários terão à disposição uma estrutura com salas de lição, livraria e laboratórios. O Impa Tech funciona em um galpão reformado na zona portuária do Rio de Janeiro, o Porto Maravalley, um hub de inovação da cidade.
O nome do projeto da prefeitura carioca é uma referência à região conhecida uma vez que Porto Maravilha e ao Vale do Silício (Silicon Valley), na Califórnia – onde estão sediadas empresas uma vez que Apple, Google, Intel, Hewlett-Packard, Meta (Facebook) e Netflix.
Assim uma vez que o hub americano, a prefeitura que atrair empresas promissoras de tecnologia, as startups, e promover a integração com alunos do Impa Tech.
Flutuação
O diretor-geral Marcelo Viana afirmou que a procura por variedade é um dos objetivos do instituto.
O diretor-geral do Impa Tech, Marcelo Viana, durante inauguração do Impa Tech – Tomaz Silva/Escritório Brasil
Viana lembrou que o edital de seleção prevê ações afirmativas para 25% das vagas, ou seja, cotas para pretos, pardos, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência.
“Nós fizemos no nosso edital, buscamos o sumo de variedade. As barreiras sociais acabam tendo influência, mas o edital é todo voltado para isso e, de vestimenta, uma vez que a gente está escolhendo essencialmente alunos da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, que vai ao Brasil inteiro, logo nós já temos nessa definição por medalhistas um trabalho muito importante de procura por variedade, ser bastante inclusivo.”
De consonância com o Recenseamento 2022 do Instituto Brasílico de Geografia e Estatística (IBGE), pardos, pretos e indígenas somam 56% da população.
Dos 52 alunos que começam a graduação esta semana, 16 são mulheres. Uma delas é Isabelli Cristine da Silva, de 21 anos, de São José, município da Grande Florianópolis. Nos ensinos fundamental e médio, ela acumulou quatro medalhas na Obmep. Dessas, as duas do ensino médio renderam a vaga no Impa Tech, uma de prata e uma de bronze, em 2021 e 2022, respectivamente.
“Para mim, a matemática é tudo. Uma linguagem que consegue simbolizar todas as coisas. É muito interessante conseguir fazer uma faculdade que está disposta a ter muita inovação. Tem um mercado de trabalho muito grande para essa dimensão. Estou muito empolgada”, disse à Escritório Brasil a universitária que já está sentindo saudade de lar.
“Tenho um afilhado de 5 anos, é muito difícil permanecer longe dele, da minha mãe, mas a gente tem que fazer isso, passar detrás do horizonte melhor para todos eles.”
