Não foram só os pilotos da F1 que enfrentaram dificuldades por justificação da chuva neste domingo (3) no autódromo de Interlagos, durante o GP de São Paulo. Fãs presentes no evento relataram filas e perrengues.
O setor Heineken Village, localizado no miolo do giro, entre o Ponta de Pato, Mergulho, Junção e Subida do Moca, foi tomado por vasa e poças d’chuva.
Imagens do público tentando se proteger da chuva intensa, que também caiu no sábado (2) durante a corrida sprint e provocou o protraimento da sessão de classificação, foram publicadas nas redes sociais. Alguns fãs entraram até embaixo de tampas de lixeira para se proteger. Além da vasa, o público enfrentou longas filas para retirar ingressos na bilheteria.
Para entrar nos diferentes portões do autódromo, também houve muitas filas. Na arquibancada G, de quem aproximação era no mesmo portão da fan zone, espectadores relataram problemas na separação dos setores.
Nas suítes, que ficam próximas à Ferradura, os convidados precisaram transpor da segmento externa, já que a cobertura ficou encharcada.
Neste domingo, com a remarcação da sessão classificatória para as 7h30, filas já se formavam nos periferia do autódromo às 5h. Muitos fãs ficaram do lado de fora.
Procurada pela reportagem, a organização do GP São Paulo não respondeu aos questionamentos da Folha sobre os problemas enfrentados pelos torcedores até a publicação deste texto.
Extensão da torcida
Bandeiras da Argentina, Chile, Colômbia e Uruguai marcaram a fan zone do GP São Paulo. O espaço, novidade na programação do evento, foi montado na extensão do kartódromo Ayrton Senna, e ofereceu simuladores, desafios de pit stop, além de entrevistas com personalidades do automobilismo e bate-papo com os atuais pilotos da categoria.
Na sexta-feira (1), um vídeo exibido nos telões com a música de preâmbulo da F1 em versão samba anunciava: era início da 21ª lanço da temporada de 2024. Pela manhã, Alex Albon, Franco Colapinto, Yuki Tsunoda, Liam Lawson, Lando Norris, Oscar Piastri, Felipe Drugovich, Valteri Bottas e Guanyu Zhou subiram ao palco para participar do Driver’s Engagement.
Já no final da tarde, um mar de camisetas e bonés vermelhos tomou conta da fan zone no kartódromo. Cartazes traziam pedidos de autógrafos e exibiam frases escritas em italiano, porquê “forza Ferrari”.
Os torcedores aguardavam a dupla da equipe italiana Chales Leclerc e Carlos Sainz. Ao longo da programação de entrevistas que antecedeu o bate-papo com os ferraristas, Alessandro Alunni Bravi, diretor administrativo da suíça Kick Sauber, tentou invadir o público e cumprimentou os presentes com “ciao ragazzi”.
Na sequência, ouviam-se gritos que clamavam pela contratação do brasiliano Gabriel Bortoleto, vencedor da F3 em 2023, seu ano de estreia. “Ele é um dos novatos mais impressionantes”, disse Bravi.
Quem também subiu ao palco foi Emerson Fittipaldi, bicampeão mundial da F1 e legado da McLaren. O ex-piloto, contente com o resultado da qualificação da equipe na Sprint, relembrou um dos seus momentos mais marcantes no esporte: quando entrou na reta dos boxes, em Interlagos, e viu a torcida levantar das arquibancadas e vibrar com a vitória em morada –conquista que completou 50 anos em janeiro.
Questionado sobre um recomendação para a novidade geração que disputa provas no autódromo, não hesitou em proferir “acelere”.
Depois, foi a vez de Leclerc e Sainz, que arriscaram algumas palavras em português, porquê “boa noite”, “obrigado”, “coxinha” e “brigadeiro”. Fãs emocionadas choraram e, no final, disputaram o boné arremessado pelo espanhol.
No sábado de manhã, muitas pessoas ainda aguardavam na fileira para entrar na fan zone quando Max Verstappen e Sergio Peréz iniciaram a programação do Driver’s Engagement, seguida pelos pilotos da Haas e Alpine.
Perto do meio-dia, outra povo se concentrava em frente ao palco. Dessa vez, a espera era pela dupla da Mercedes George Russell e Lewis Hamilton, sete vezes vencedor mundial e cidadão honorário brasiliano.
Mais uma vez, muitos cartazes foram vistos na plateia. Na grade, um deles dizia: “Lewis, seu autógrafo no meu boné é porquê carregá-lo, juntamente com Senna, comigo sempre”. Hamilton e Russell quebraram o protocolo e desceram até a plateia para autografar.
O edital é de Nikoly Silva, 23, que viajou de Almirante Tamandaré, na região metropolitana de Curitiba (PR) para a capital paulista e chegou às 6h para ver o ídolo. “No GP do Canadá em 2017, fiquei hipnotizada com a reação genuína de Lewis ao receber o cimeira de Senna. Juntei as minhas duas paixões”, disse à Folha.
Ayrton Senna, cuja morte completa 30 anos em 2024, não foi homenageado somente por Nikoly. Mesmo com a chuva que levou ao cancelamento da classificação do Grande Prêmio, Alok, atração deste sábado, projetou a assinatura e o rosto do piloto com drones no firmamento durante o show no kartódromo.
“A frase que mais emocionou hoje: antes a gente sentia o Ayrton no firmamento, hoje a gente viu ele no firmamento”, escreveu no X, idoso Twitter.