Nesta quarta-feira (20), o Dia Pátrio de Zumbi dos Palmares e da Consciência Negra será comemorado pela primeira vez porquê feriado pátrio. Até 2023 a data era comemorado em unicamente seis estados e pouco mais de 1.200 cidades, e passou a ser comemorado em todo o país em seguida a sanção da Lei n° 14.759, em dezembro de 2023, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para o Ministério da Paridade Racial, a conquista do feriado marca a relevância da cultura e história afro-brasileira para o país. “A celebração em nível pátrio é um chamado para que toda a população possa refletir sobre a identidade do Brasil, sobre a valimento de valorizar as diferenças e agir coletivamente para que tenhamos uma pátria cada vez mais desenvolvida e diversa”, comemora a pasta.
A data de 20 de novembro é um reconhecimento à história de resistência do Quilombo dos Palmares, formado na Serra da Ventre, na logo Capitania de Pernambuco, hoje estado de Alagoas, por volta de 1580.
20 de novembro é um reconhecimento à história de resistência do Quilombo dos Palmares – Foto: Paulo Pinto/Filial Brasil
Palmares foi o maior refúgio de negros da América Latina, chegando a reunir 20 milénio pessoas, a maioria delas escravizados que fugiram dos engenhos da Bahia e de Pernambuco.
Em 1694, o quilombo foi destruído e, em 20 de novembro do ano seguinte, seu líder, Zumbi dos Palmares, foi assassinado, daí a relevância simbólica da data para a população afrodescendente.
Uma programação privativo ocorrerá na Serra da Ventre, em União dos Palmares (AL), região onde está o Parque Memorial Quilombo dos Palmares.
Realizada pelos ministérios da Cultura e da Paridade Racial, Instauração Palmares, Secretaria Estadual de Cultura de Alagoas, em parceria com a Universidade Federalista de Alagoas (Ufal), a programação inclui uma série de atividades culturais, com apresentações de maracatus, grupos de caco, samba de roda, afoxés, reggae e hip hop, muito porquê homenagens que exaltam a história e o legado do povo preto e de grandes figuras porquê Zumbi e Dandara dos Palmares.
A Instauração Palmares lançou um aplicativo que permite ao usuário fazer uma visitante virtual pelos espaço onde se encontram peças arqueológicas que contam a história dos diferentes povos que habitaram a Serra da Ventre, porquê cachimbos, panelas de barro, ferramentas de pedra lascada e polida e outros artefatos.
Para o público presencial, o aplicativo possibilita o registro de uma selfie com uma das personalidades que fizeram a história do Quilombo Palmares: Aqualtune, Zumbi, Ganga Zumba, Acotirene ou Dandara (suas representações).
Vídeos, áudios e fotos também registram aspectos e depoimentos sobre Serra da Ventre, dimensão de réstia de Mata Atlântica, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Pátrio em 1985 e pelo Mercosul, em 2017.
Para a secretária da Cultura e Economia Criativa de Alagoas, Melina Freithas, a programação reflete a responsabilidade e o orgulho de comemorar a data, tão significativa para a cultura e a identidade do povo brasílio.
“As atividades organizadas em parceria com o governo federalista refletem o compromisso em preservar e honrar a memória do Quilombo dos Palmares e de tudo o que ele representa para a luta e a resistência negra no Brasil”.
Em todo o país também acontecem atividades relacionadas ao Dia Pátrio de Zumbi dos Palmares – Foto: Paulo Pinto/Filial Brasil
Programação
Em todo o país também acontecem atividades relacionadas ao Dia Pátrio de Zumbi dos Palmares e da Consciência Negra. O Ministério da Paridade Racial, em parceria com os ministérios dos Direitos Humanos e Cidadania e da Cultura, lançou o hotsite e o planta da paridade racial, onde é provável verificar a programação de diversas ações e eventos agendados por todo o Brasil.
Na Região Nordeste, onde se concentra boa secção da população negra do país, debates, rodas de conversa, festivais e apresentações culturais também celebram a data.
Em São Luís, movimentos sociais do campo e da cidade homenageiam Zumbi dos Palmares com o Festival Zumbi Vive, voltado para o reconhecimento das contribuições históricas e artísticas do povo preto e o legado de resistência e liberdade deixado por Zumbi. O festival também reforça a valimento de combater o racismo e a desigualdade social.
Na programação, o destaque fica por conta da apresentação de roda de capoeira, artistas porquê Joãozinho Ribeiro, Rosa Reis, Rabino Roxa, o Tambor de Crioula Filhas de São Benedito e conjunto Afro Akomabu, o mais vetusto do estado.
Dança do Conjunto Akomabu – Foto Wilson Dias/Filial Brasil
Na Bahia, a celebração do legado de Palmares já teve início com a exposição O povo preto é o meu povo. Lita Cerqueira, 50 anos de retrato, em edital até 20 de dezembro. Ocasião em outubro, a exposição apresenta o trabalho da primeira fotógrafa negra profissional do Brasil, que se destacou com a série Tipos Humanos e registros das festas e da capital baiana.
De 21 a 23 de novembro, ocorrerão debates com a realização do Fórum Pró-Paridade Racial e Inclusão Social do Recôncavo 2024, realizado na Universidade Federalista do Recôncavo da Bahia (UFRB).
Na Paraíba, o governo do estado assinou nesta terça-feira (19), a cessão de uso do Casarão dos Azulejos, importante imóvel histórico da capital para ser transformado no Museu da Diáspora Negra, das Etnias e das Comunidades Tradicionais da Paraíba.
Esse novo museu será devotado à valorização e preservação das culturas afro-brasileira e indígena, funcionando porquê um ponto de memória, ensino e identidade para a comunidade.
E desde o dia 14, a Instauração Espaço Cultural da Paraíba (Funesc), em parceria com a Secretaria de Estado da Mulher e da Heterogeneidade Humana (SEMDH-PB), realiza a 4ª edição do Festival Pretitudes, evento que vai até o dia 27 de novembro com o objetivo de visibilizar a produção cultural feita por artistas negras e negros do estado.
Em Teresina, a programação tem no dia 22 de novembro a realização da Sarau da Formosura Negra, que será realizada no Memorial Esperança Garcia, mulher escravizada considerada uma heroína piauiense na luta pela paridade e justiça racial.
Em Recife, o Dia Pátrio de Zumbi e da Consciência Negra tem porquê destaques a 14ª Marcha da Capoeira Zumbi de Palmares, cuja concentração será às 14h, no Marco Zero.
Mais cedo, às 9h, também haverá mais um roteiro privativo, batizado de Recife Afro. Os participantes vão saber algumas das principais personalidades negras de Recife, porquê Naná Vasconcelos, e também haverá visitante aos pátios com maior influência afro na cidade, porquê o Recinto do Terço e o Recinto de São Pedro.
O Recinto de São Pedro também será o palco do Festival de Cultura Negra de Pernambuco, que chega a sua 2ª edição, com shows a partir das 15h.
Já a Pracinha de Boa Viagem vai acoitar as apresentações do espetáculo Referências do Fuzuê – Mestras, Mestres e Terreiros, do Grupo Fuzuê de Dança, que começarão às 18h30 e seguirão até as 22h30.
Em Sergipe, as atividades começam pela manhã, às 9h, com uma roda de conversa intitulada Novembro Preto, no Núcleo de Originalidade, localizado ao entorno da Maloca, o primeiro quilombo urbano de Sergipe e o segundo do Brasil, reconhecido porquê Patrimônio Cultural Impalpável de Aracaju.
No final da tarde, a Instauração de Cultura e Arte Aperipê (Funcap) fará a reinauguração do Museu Afro-Brasílico de Sergipe, em Laranjeiras. Criado em 1976, o pilha do museu inclui objetos de transporte, utensílios porquê pilões, vestimentas religiosas e de estação, além de peças históricas utilizadas para castigos e torturas das pessoas escravizadas.
A programação também terá apresentações culturais dos grupos Populart e Maculelê de Laranjeiras, show músico do artista Vitor Santana e a premiação do Concurso Verso Negra Estudantil.
Em Fortaleza, a programação é marcada pela segunda edição do Festival Afrocearensidades, no Multíplice Cultural Estação das Artes, das 14h às 21h. Com o tema Na Ginga dos Saberes Ancestrais, o festival reúne mais de 200 ações em diversos equipamentos culturais do estado.
A exibição do documentário Bença, abre a programação. O filme retrata a tradição e ancestralidade das benzedeiras no Ceará, destacando a história de mulheres que, por meio da fé e da espiritualidade, promovem a trato através do benzimento. Em seguida a exibição, duas das protagonistas do documentário, Mãe Zimá e Verônica Quilombola, participarão de uma roda de conversa para dialogar com o público sobre a trato pela reza.
A musicalidade também está presente no festival com apresentações de roda de samba, rap e hip hop, com a Guerra de Rima, conduzida pelo movimento Cururu Skate Rap.
Em Natal, o destaque fica para a 7ª edição do Festival Mungunzá, no Largo Ruy Pereira. O evento, com chegada gratuito, reúne artistas periféricos da cidade para comemorar a originalidade, arte e resistência cultural. A programação mistura a cultura popular com movimentos contemporâneos; indo de canções tradicionais a música eletrônica, hip-hop, reggae, entre outros ritmos.
