Festivais De Metal Se Multiplicam Pelo Brasil 23/08/2024

Festivais de metal se multiplicam pelo Brasil – 23/08/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

No Brasil, o heavy metal sempre foi considerado um gênero de público restringido a seu nicho de fãs. Surgiu nos anos 1980 em cenas underground e nunca figurou entre os ritmos mais ouvidos do país. Desde o termo da pandemia, no entanto, o estilo tem ganhado espaço no rotação vernáculo, com megaeventos que movimentam muito numerário.

Essa vaga toda aconteceu principalmente por justificação de festivais uma vez que o germânico Summer Breeze Open Air, que realizou sua segunda edição no Brasil em maio deste ano, em São Paulo; o Knotfest e o Bréa Extreme, que estão marcados para outubro, ambos na capital paulista; e o tradicional dia devotado ao metal do Rock in Rio, que acontece em setembro na capital fluminense.

Os grandes shows de metal no país remontam à dezena de 1980, com apresentações que foram seminais para o gênero, uma vez que a turnê do Kiss, realizada em 1983, e a estreia do Rock in Rio, em 1985, que teve shows de Iron Maiden, Ozzy Osbourne e Scorpions.

Mas a realização de festivais no Brasil centrados no heavy metal nem sempre teve bons resultados —o Monsters of Rock, por exemplo, sucesso inconteste nos Estados Unidos e na Europa, teve edições espalhadas pelas décadas de 1990, 2010 e 2020 no Brasil, mas sem muita consistência.

O executivo Cláudio Vicentin, que criou a revista Roadie Crew, sobre heavy metal, no termo dos anos 1990, passou a se envolver com produção de eventos. Em 2005 e 2006, teve vitória com o festival Live’N’Louder em São Paulo, com Scorpions, Nightwish e Shaman.

O festival teve ainda outras edições nessa idade, mas, por questões financeiras, não continuou, o que também aconteceu com os festivais estrangeiros, de organizadores que decidiram recuar. O maior sucesso de Vicentin veio com o Summer Breeze, que reuniu muro de 35 milénio pessoas em sua edição mais recente, em maio, no Memorial da América Latina.

“Quando comparamos com dez, 15 anos detrás, parece que o metal atingiu um novo nível de popularidade. Isso atingiu outra secção da mídia e também as marcas, que patrocinam esses festivais”, afirma Vicentin. “Elas já entenderam que o público do metal é um público com poder aquisitivo, que pode viajar e consumir.”

O Knotfest, que terá sua segunda edição em 19 e 20 de outubro, no estádio Allianz Parque, é outra novidade bem-sucedida no metal, com dois shows do Slipknot e um line-up formado por uma multiplicidade sonora maior do que o de rotina nesse gênero.

Enquanto o Summer Breeze prioriza os clássicos do metal, para um público “tradicionalmente headbanger”, uma vez que define Vicentin, o Knotfest tem apresentações de bandas uma vez que Babymetal, grupo de três garotas que mistura estilos do heavy metal mútuo com a cultura de ídolos do pop nipónico. Quem também está no line-up é Poppy, cantora americana que começou no pop eletrônico, mas que hoje faz um som marcado por heavy metal.

Segundo Vicentin, a própria multiplicidade de festivais do estilo no Brasil —aos quais podemos incluir também o Monsters of Rock, que realizou uma edição em 2023 em seguida anos de hiato, e o Abril Pro Rock, realizado no Recife no termo de março— atestam a novidade popularidade do gênero. “São festivais de heavy metal diferentes uns dos outros, e o público está acessível a isso.”

O pesquisador Jeder Janotti Júnior, responsável de dois livros sobre heavy metal, afirma que faz secção da cultura do gênero ter uma certa resistência a modismos e se sentir mais fidedigno do que os entusiastas de outros ritmos, embora grandes multidões sempre tenham se movido pelo metal.

“Se eu chegar a uma cidade de médio ou grande porte e não vir ninguém com uma camiseta do Iron Maiden, tem alguma coisa errada”, afirma o pesquisador Jeder Janotti Júnior.

Segundo Janotti Júnior, somada às particularidades do público metaleiro, a chegada recente dos grandes festivais do gênero ao Brasil acompanha os eventos de música em universal, que agora vivem um recrudescimento, mas tiveram uma subida depois da pandemia. “Eles repetem a lógica por trás do Lollapalooza, do Primavera Sound e de outros tantos. Tudo tem a ver com o ‘boom’ da música ao vivo no pós-pandemia”, afirma o pesquisador.

Em paralelo, o metal brasiliano vive um bom momento fora do Brasil. No termo do ano, o Sepultura leva sua turnê de despedida à Europa e à América do Setentrião, com diversas datas já esgotadas. Bandas uma vez que Nervosa e Crypta também fazem turnês pelo mundo todo. Em abril, o Slipknot, um dos maiores grupos do gênero, anunciou que seu novo baterista seria Eloy Casagrande, que veio do Sepultura.

“Mesmo nesses festivais internacionais, a brasilidade e o localismo são marcas importantes”, diz o pesquisador. “A presença de bandas uma vez que o Black Pantera nos line-ups, o indumentária do Eloy Casagrande tocar com o Slipknot são diferenciais que antes a gente não tinha.”

Janotti Júnior diz que o elemento mais relevante da novidade tendência é a fidelidade dos fãs de metal. “Hoje, é um público guardado. Esses festivais grandes ainda têm caravanas de bate e volta, uma meninada saindo do interno. Os fãs se dedicam para partilhar essa experiência, ter uma vivência diferenciada por um dia.”

Folha

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