Festival De Verão Salvador Brilha Com Fusões De Artistas

Festival de Verão Salvador brilha com fusões de artistas – 29/01/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

O Festival de Verão Salvador comemorou, neste final de semana, seus 25 anos de história e, ao encapsular secção do tradicional e do contemporâneo da música baiana às vésperas do Carnaval, se firmou porquê um esquenta não solene das festividades de rua da cidade.

O grande trunfo do evento, que renovou sua proposta e curadoria músico no ano pretérito, foram os encontros inventivos entre artistas, que já haviam sido testados na edição de 2023.

Dois deles ajudam a mostrar o que de inédito o evento oferece para seu público. No dia da franqueza, a orquestra BaianaSystem uniu forças com Carlinhos Brown para uma viagem pela música afrodiaspórica feita na América do Sul —e, por ser um encontro entre gerações, também pela história da música feita na Bahia.

Foi uma junção poderosa que se valeu da maleabilidade sonora da orquestra liderada por Russo Passapusso e da longevidade de Brown para inferir um balanço entre o experimental e o popular que deixou o público do Parque de Exposições hipnotizado.

No dia seguinte, o festival embarcou nas comemorações de cinco décadas do mais velho conjunto afro do Brasil, o Ilê Aiyê. Ele foi incluído em uma homenagem tocada por Daniela Mercury com participação da ministra da Cultura, Margareth Menezes.

Foi o momento mais impactante do evento visualmente, com as Deusas do Ébano do conjunto circulando pelo palco preenchido por vários instrumentistas —além das cantoras e da orquestra de Mercury. Musicalmente, o show provou a solidez da relação que a cantora mantém com o Ilê desde 1980, e também o poder da voz e presença de Menezes.

Mas combinações fluidas porquê essas não são regra no festival. Primeiro, porque dependem da curadoria, que precisa reconhecer o potencial que a união daqueles artistas guarda. Depois, da própria disposição dos escalados em fundir os repertórios para gerar um tanto inédito.

Nesse sentido, Baco Exu do Blues com Psirico e Leo Santana com Luísa Sonza não conseguiram passar da primeira página e apresentaram combinações menos empolgantes. Foram os shows que deram a sensação de que talvez fossem mais proveitosos se feitos individualmente.

Mesmo nesses momentos menos interessantes, o festival acaba onusto pelo público. Os baianos não têm a toa nomeada de animados —saem do pavimento, dançam e batem palmas com frequência incomum em relação à maioria das plateias nos festivais no Sudeste do país.

É um tanto notado pelos artistas, que parecem mais motivados a se entregar nas performances, e os shows tendem a crescer. Quase todos os cantores destacaram o calor da plateia, e Lulu Santos chegou a declarar que Salvador oferece “provavelmente a melhor experiência que um artista brasiliano pode ter de encontro com seu público”.

É uma sensação que chegou ao vértice no show de Leo Santana —dos escalados, aquele que está mais conectado com a música contemporânea das ruas de Salvador. O pagodão do GG, porquê ele é chamado, bateu diretamente nos corpos e balançou as dezenas de milhares de presentes, que fizeram trenzinhos humanos massivos, coreografias com as lanternas do celular e não pararam de dançar.

No Festival de Verão, a força e originalidade da música baiana ganha contornos únicos —um tanto impossível de se reproduzir em eventos fora de Salvador. Até mesmo nos momentos mais introspectivos, porquê o show de Caetano Veloso com “Transa”, as performances ficam repletas de novos contextos e sentimentos.

No caso de Ivete Sangalo e Bell Marques, as apresentações funcionaram praticamente porquê uma prévia de suas atrações do Carnaval. Animados porquê de rotina, deram amostras do poder de mobilização que têm essas duas figuras históricas da música de trio elétrico.

Em termos de estrutura, o Festival de Verão evoluiu desde o ano pretérito. Antes com palcos colados, o evento agora trouxe os shows principais um de frente para o outro, o que facilitou a circulação, apesar de cansar um pouco mais as pernas. No calor de janeiro em Salvador, a sensação foi de que estava mais fácil andejar e as plateias ficaram menos abarrotadas, o que contribuiu na experiência de maneira universal.

A adoção de passarelas que deixam os artistas chegarem mais perto da pista geral também foi um proveito, já que os cercados para convidados —uma extensão repleta de atores globais e celebridades de todo tipo— e os camarotes, em universal, são ambientes mais frios. Se a animação dos baianos é uma das virtudes do Festival de Verão, quanto maior a confraria entre os artistas e a tamanho, melhores as apresentações.

Com avidez de se tornar um dos maiores festivais do país, o evento ainda tem pontos a evoluir. Mas, em sua versão repaginada, já encontra atributos que são diferenciais e podem alavancá-lo a partir daquilo que ele tem de mais peculiar —em privativo, os shows com fusão completa e entrosada dos artistas e a força do público e da música locais.

Folha

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