O Museu do Pontal, que tem porquê particularidade incentivar o conhecimento e a divulgação da arte popular do Brasil, apresenta, neste mês em que se comemora o Dia dos Povos Indígenas, uma programação com duas exposições dedicadas à volubilidade da região amazônica, com curadoria da diretora da instituição, Angela Mascelani, e do diretor executivo Lucas Van de Beuque.
A sede do museu é na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio,
Uma das exposições é a individual Imagens da Percepção, que vai ocupar as duas galerias do mezanino com pinturas do artista Jair Gabriel, nascido em Porto Velho, capital de Rondônia. As obras refletem a sua vivência na floresta até os 16 anos. “Para mim, está sendo um momento muito importante. As pessoas e o museu estão reconhecendo o meu trabalho”, disse Jair à Escritório Brasil.
A outra mostra é Serpente Canoa, que reúne trabalhos dos indígenas Paulo Desana e Larissa Ye’Pa. As criações dos dois artistas são inspiradas na origem da humanidade e representam diferentes povos. Nascida na região do Basta Rio Preto, Larissa Ye’padiho Mota Duarte é indígena do povo Ye’pa Mahsã (Tukano). Viveu em comunidade de base até os 15 anos, quando se mudou para São Gabriel da Catarata, cidade onde nasceu Paulo Desana, da etnia Desana.
“O museu preserva e educa, tem um compromisso com os temas que a gente traz. Oriente ano a gente quis trazer, logo no início, o tema Amazônia, por conta da COP 30, mas trazendo essa Amazônia diversa. Trazer a Amazônia, que é indígena, mas também, o indígena que é da cidade, o seringueiro, com a lógica de quem viveu na floresta”, disse Lucas Van de Beuque à Escritório Brasil. Ele informou que quatro etnias estarão presentes, inclusive com peças artesanais do interno do Amazonas e que haverá contação de histórias para crianças.
“Ao mesmo tempo que será festivo e mostrar essa cultura, será também um momento de reflexão”, ressaltou.
As vestígios serão abertas neste sábado (12), às 16h, durante o Festival Amazônico, que vai até domingo (13), em uma realização do Museu do Pontal, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Cultural Vale.
Toda a programação é gratuita. Para facilitar o deslocamento do público, haverá serviço de vans partindo do metrô da Barra da Tijuca e do terminal de ônibus Alvorada no término de semana do festiva.
“Quem é do Sudeste e do Sul tem uma sensação da Amazônia muito longe, muito distante, e é muito mais perto do que imaginamos. Essa intervalo tem um vista simbólico e está colocada em qualquer lugar da gente porquê alguma coisa que não nos pertence. De certa forma, isso dificulta até o engajamento da sociedade porquê um todo com a tarifa de proteção da floresta. Um pouco desse festival é a procura dessa conscientização da cultura dos povos e da sua maneira de viver e que as pessoas fiquem mais conectadas com a resguardo da Amazônia”, disse Lucas Van de Beuque.
Segundo Angela Mascelani, o festival é muito completo, não só porque traz a arte amazônica, mas a gastronomia, shows, porquê o da cantora Fafá de Belém, e a discussão sobre a questão climática com o Observatório do Clima.
“É um conjunto de ações, e as exposições fazem segmento disso. Escolhemos esses artistas porque são dois indígenas, o que é muito interessante, porque a arte indígena contemporânea não é muito conhecida, e os artistas estão produzindo, disse Angela, em entrevista à Escritório Brasil.
A exposição Serpente Canoa segmento de uma narrativa presente nas culturas de diferentes povos indígenas do Brasil. Larissa Ye’pa apresenta o ponto de vista de seu povo, o Ye’pa Mahsã, e o fotógrafo e cinegrafista Paulo Desana entra na mostra com uma projeção em grandes formatos de retratos de habitantes da Amazônia feitos por ele. A série reforça a ancestralidade e a porquê os conhecimentos que são passados de geração em geração permanecem vivos no presente. Fundador da Produtora Dabukuri Entretenimento, Desana trabalha na geração de teor audiovisual e arte visual baseados na cultura indígena.
“Estou muito feliz porque é um evento com vários indígenas e por novamente fazer um trabalho com a Larissa, por podermos juntar a concepção, a técnica que usamos. Estou feliz por ir para o Rio, pela primeira vez, com a série completa de dez fotografias”, disse Paulo Desana (foto), ao comentar a arte que une os dois artistas.
“Apesar de eu ser urbano e ela, mais da comunidade, a gente se encontra porque é do movimento indígena e defende a mesma pretexto. Porquê fotógrafo e cineasta indígena, viajo muito para as comunidades, e a gente acaba tendo laços de amizade e de pasmo pelo trabalho um do outro. Sou muito fã do trabalho dela, do conhecimento incrível da arte da cerâmica, de fazer as panelas de barro. Agora ela está aplicando nas artes visuais o conhecimento que herdou da família, da mãe, das avós”, afirmou.
Para Larissa Ye’pa participar do Festival Amazônico com uma exposição ao lado de Paulo Desana é uma forma de dar visibilidade à arte indígena.
“Indígena existe, sim, estou presente agora no Brasil, embora com os territórios em diversas regiões e diferentes culturas. Na visão dos não indígenas, os indígenas ficaram em 1500, lá detrás, são considerados seres do pretérito. Ter espaço para expor nosso trabalho, para mim, significa que estamos reafirmando nossa presença na atualidade. Convocar um indígena para esse tipo de atividade é impulsionar a voz que ele já tem. Temos nossas próprias vozes e, quando nos chamam para expor, falar sobre nossa obra, ecoa mais a nossa voz”, enfatizou Larissa.
Segundo Larissa, a Serpente Canoa traz toda uma discussão sobre ancestralidade, mas sob uma perspectiva estética que está na própria obra. “O Paulo faz fotografias com interferências de desenhos da Larissa e de outros indígenas de diferentes etnias. A teoria é mostrar porquê aquele conhecimento que está na ancestralidade está presente hoje.”
A floresta porquê tema
A mostra Imagens da Percepção, de Jair Gabriel, apresenta 35 pinturas desenvolvidas com a técnica do pontilhismo. O artista retrata a floresta, celebra sua cultura e mostra suas vivências. Jair Gabriel viveu até os 16 anos na região entre o estado de Rondônia e a Bolívia. Depois, voltou para a capital e somente depois a aposentadoria, em 1995, passou a fazer seus trabalhos. Jair Gabriel é um dos líderes da União do Vegetal, de origem espírita, fundada em 1961, que prega o desenvolvimento místico dos seres humanos. Essa exposição mostra também terá um vídeo.
“As primeiras pinturas, quando comecei, eram meio chapadas. E era a figura de uma ave. Porquê eu não tinha conhecimento da arte, não conseguia a tonalidade. Fui me lembrando da floresta, do pingo d’chuva que ficava na folha, ou do orvalho que eu via quando saía cedo para trabalhar no seringal, que, com o nascer do sol, dá cores”, contou, ao lembrar porquê aprendeu a desenvolver as cores nas suas pinturas.
Jair disse que foi o artista baiano Edson Luz, do premiado grupo de vanguarda Etsendron (Nordeste de trás para frente), que o incentivou a fazer as pinturas, durante uma viagem que fez a Salvador. Edson ofereceu a ele tintas, telas e pincéis.
“Quando encontrei com ele, Edson estava em uma período abstrata. Eu nunca gostei do abstrato, e aí eu comecei a fazer minhas experiências. Fiz um quarto lá em moradia de ateliê e não parei mais”, relatou.
O museu
Considerado o maior e mais significativo museu devotado à arte popular do Brasil, tem um montão com mais de 9 milénio peças de 300 artistas brasileiros e foi formado em 45 anos de pesquisas e viagens do designer gálico Jacques Van de Beuque, que se impressionou com as peças de arte popular em suas andanças pelo país e passou a colecionar as obras.
Inicialmente, Van de Beuque concentrou as peças em uma moradia na região do Pontal, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio. Com o tempo, as inundações causadas por chuvas intensas colocaram em risco o montão.
Depois de mais de dez anos, finalmente, foi construída uma sede novidade e moderna para o museu na Barra da Tijuca, onde funciona atualmente.
Os recursos para a construção foram obtidos com colaboração coletiva que envolveu doações de mais de milénio pessoas e participação do Banco Pátrio de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de empresas porquê o Instituto Cultural Vale e o Itaú Cultura.
A iniciativa teve ainda recursos da Lei de Incentivo à Cultura do governo federalista, além de escora do Instituto Brasílico de Museus (Ibram) e da prefeitura do Rio de Janeiro.