Fifa realiza copa em três países à custa do meio

Fifa realiza Copa em três países à custa do meio ambiente – 06/06/2025 – Esporte

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A Despensa do Mundo de 2026 será a maior da história, com 48 seleções e seus jogos divididos em três países: Canadá, Estados Unidos e México. Em sua preocupação por prolongamento, a Fifa estaria ignorando os impactos ambientais, alertam pesquisadores.

“Há uma tendência a reduzir a pegada de carbono nos Jogos Olímpicos, mas com a Despensa do Mundo da Fifa ocorre exatamente o oposto”, disse à AFP David Gogishvili, geógrafo da Universidade de Lausanne (Suíça) e técnico em grandes eventos esportivos.

O Mundial de 2026 será o oposto da edição de 2022, que foi realizada no Qatar e também foi criticada pela construção acelerada de estádios superdimensionados e com ar-condicionado neste pequeno país de clima extremamente quente.

Do Estádio de Toronto a Arlington, no Texas, as 16 sedes já existiam na era da escolha da sede, um ponto particularmente enfatizado pelos responsáveis pela candidatura “United 2026”.

Mas as distâncias entre as sedes são enormes. De Vancouver ao México, passando por Boston, Miami e Los Angeles, entre outras, as equipes, jornalistas e os “mais de 5 milhões de torcedores” esperados pela Fifa terão que fazer longas viagens, com distâncias às vezes superiores a 4.000 km entre as sedes.

A única estimativa solene da pegada de carbono —3,7 milhões de toneladas de CO2, um recorde— é a contida na proposta e já está desatualizada, visto que o número de partidas aumentou de 80 para 104 desde logo.

A Fifa, tal qual presidente, Gianni Infantino, defendeu sua “preceito” em combater o aquecimento global na cúpula do clima COP26 em Glasgow, prometeu em 2018 “medir, reduzir e indemnizar” as emissões relacionadas às Copas do Mundo.

Alegando razões logísticas, a organização decidiu em maio de 2023 agrupar a período de grupos em três “polos regionais”, mas a período eliminatória —que representa um terço do totalidade de partidas— ocupará todo o planta de sedes do torneio.

De maneira mais ampla, a Fifa tem recuado em relação a quaisquer promessas relacionadas à edição de 2026 desde que foi criticada em junho de 2023 por uma entidade na Suíça, seu país-sede, por se gabar da “neutralidade climática” da Despensa do Mundo de 2022 sem fornecer evidências que sustentem essa asseveração.

Para além do debate técnico sobre cálculos e compensações de carbono, há uma invenção que gera consenso: a melhor maneira de reduzir o impacto de eventos de grande porte é “limitar” seu escopo, uma vez que o COI faz com seu limite de 10.500 atletas para os Jogos Olímpicos de Verão, lembra David Gogishvili.

Mas a Fifa está tomando medidas na direção oposta e expandiu o número de seleções participantes de sua Despensa do Mundo de 32 para 48.

De conciliação com levante pesquisador, o “gosto por prolongamento” da federação internacional leva a mais partidas, mais atletas, mais torcedores e mais voos, entrando em “um ciclo sem termo”.

Em fevereiro pretérito, o New Weather Institute e a Scientists for Global Responsibility destacaram em um relatório conjunto o dispêndio climatológico de cada partida internacional, que seria “de 26 a 42 vezes maior do que o de uma partida de escol” de qualquer campeonato pátrio.

“Uma partida durante uma Despensa do Mundo masculina é responsável por 44 milénio a 72 milénio toneladas de CO2, o que equivale às emissões de 31.500 a 51.500 carros britânicos em um ano inteiro”, previram esses pesquisadores.

Longe de se limitar a 2026, “parece que o negacionismo ambiental da Fifa continuará”, observou Gilles Paché, professor da Universidade de Aix-Marselha (França), no ano pretérito, na revista Journal of Management Research.

A Fifa decidiu que a Despensa do Mundo de 2030 será realizada em três continentes, com três partidas na América do Sul (Argentina, Uruguai e Paraguai), antes de dividir o restante do torneio entre Marrocos, Espanha e Portugal para as 101 partidas restantes.

A Conmebol chegou a propor aumentar o número de participantes para 64 seleções em 2030, em homenagem ao centenário do torneio. Infantino ainda não se pronunciou sobre o matéria.

Outro evento no horizonte provavelmente será escoltado de controvérsia ambiental: a Despensa de 2034, que será realizada na Arábia Saudita, com clima semelhante ao do Qatar, mas com 40 partidas a mais que o torneio de 2022 e com a gigante saudita Aramco, a maior empresa petrolífera do mundo, tendo se tornado um dos principais patrocinadores da Fifa.

Folha

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