Filmagens de 'a arte do roubo' agitam museu em curitiba

Filmagens de ‘A Arte do Roubo’ agitam museu em Curitiba – 30/05/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

As segundas-feiras, quando o Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, é fechado ao público, tornaram-se bastante agitadas no último mês. De manhã cedo, é provável dar de rosto com Reynaldo Gianecchini, cabelo platinado, pose de vilão, entrando apressado pela lado administrativa, devidamente adesivada porquê um imaginário “MuBac – Museu Brasílio de Arte Contemporânea”. De madrugada, cenas com drone e muita ação, em que um sequestro de obras de arte é cuidadosamente planejado pelas protagonistas Débora Promanação e Carla Diaz.

O prédio do MON, com vão livre gigantesco e incorporado em formato de olho, é uma das locações de “A Arte do Roubo”, novo longa de Marcos Jorge, que assina também o roteiro ao lado de Bernardo Rennó. A arquitetura criada por Oscar Niemeyer, repleta de cantos e curvas, túneis e móveis assinados, é um prato pleno para um diretor de arte.

Não é a primeira vez que Curitiba é locação para um filme de Marcos Jorge, das quais “Estômago” (2007), que alcançou 39 prêmios, incluindo 16 fora do país, se passava num presídio da capital paranaense, com locações também na Itália. Foi na fria Curitiba que ele começou a curso nos anos 1990, com arte visual experimental, passando em seguida para a arte de narrar histórias audiovisuais.

Sua filmografia inclui ainda “O Duelo” (2015), fundamentado em Jorge Estremecido, último filme estrelado por José Wilker. “Dr. Monstro”, que deve estrear no término do ano, traz porquê protagonista Taís Araújo. “Busco um cinema autoral, mas que se comunique com o público. Para mim, é fundamental que o filme tenha pessoas assistindo.”

O enredo de “A Arte do Roubo” remete a filmes hollywoodianos sobre o rapacidade de obras de arte, reais ou ficcionais, em que um grupo se une para planejar uma ação com final surpreendente. Na versão de Marcos Jorge, a promessa é muita ação tendo porquê tecido de fundo o mundo da arte brasílico atual.

“O filme discute o que é roubo e o que é performance —mas é entretenimento”, contou o diretor à Folha, durante as filmagens no Museu Oscar Niemeyer. “Você pode presenciar sem saber arte contemporânea ou suas discussões atuais. Mas se souber quem é Vik Muniz e Adriana Varejão será ainda mais interessante.”

Enquanto dirige artistas de renome vernáculo, da cena audiovisual curitibana e figurantes, Jorge precisa passar para caber na janela de disponibilidade do MON, lado a lado com as manutenções realizadas pelo museu nesse dia de fechamento.

“Desde o primeiro dia de filmagem com o elenco fiquei seduzido com a munificência e carência de estrelismo dos outros atores”, conta Ed Canedo, que entrou para o elenco há poucos dias e interpreta um segurança do museu. “Participei de ‘Estômago’, mas agora a pândega é com filmes de roubo que lembram ‘Missão Impossível’ e ‘La Lar de Papel’”, compara.

Ou seja, o filme passa pelo debate artístico, mas é pura ação. Na trama, as protagonistas Alice e Lia, artistas de circo, foram convencidas a furtar uma mansão repleta de obras de arte, supostamente por questões políticas —no fundo, era um golpe para lesar colecionadores de arte. Traídas pelo galã, vivido por Gianecchini, Lia acaba presa e Alice precisa fugir do país. Quando volta ao Brasil, posteriormente cinco anos, elas se reúnem e já sabem o meta de sua vingança: o museu governado pelo inimigo generalidade.

Apesar de todo o ódio envolvido, o delito de roubo nunca será violento, nas palavras de Jorge. “Ele envolve astúcia e tem uma boa motivação por trás”, explica.

Ao lado de Débora Promanação (“Avenida Brasil”, “Olhar Indiscreto”) Reynaldo Gianecchini (“Bom Dia, Verônica”, “Verdades Secretas”) e Carla Diaz (“A Moçoila que Matou os Pais”, “Espelho da Vida”) estão os atores Bukassa Kabengele, Otávio Linhares, Anderson Lau e Fábio Silvestre, entre outros, com participação peculiar do humorista Felca.

Na equipe que as protagonistas selecionam para o roubo performático estão um africano, um chinês e um italiano, grande segmento atores de teatro e audiovisual curitibanos. “Quando a Disney me pediu um filme de ação, pensei num filme de roubo, e porquê sempre fui fascinado por arte, deu nisso”, explica Jorge.

O longa-metragem tem coprodução de Intro Pictures, Zencrane Filmes e Star Original Productions —com distribuição da Star Distribution, voltada para lançamentos no cinema.

Jorge garante que abrasileirou o tema tão frequente no cinema internacional, com muita locação nas ruas, numa antiga fábrica de cerveja, no Circo da Cidade de Curitiba, numa mansão brutalista e nos estúdios de um idoso meio de televisão.

Envolvido em mistério, inclusive quanto à data de estreia, ele só conta que o final será surpreendente, porquê em todos os seus filmes —nesse caso, uma performance que justifica a vingança por trás do roubo.

Jorge se divide entre São Paulo e Curitiba, onde é curador do Cine Passeio, inaugurado em 2019 e com taxas de ocupação das maiores do Brasil. “O cinema brasílico tem espaço para muitas histórias femininas. A quantidade de atrizes maravilhosas no Brasil é absurda, vejo mais atrizes do que atores talentosos”, afirma o diretor.

Outra procura incessante é por boas histórias. “Meu problema é encontrar bons roteiros, são coisas raras. Acabo sempre escrevendo os meus, até porque sou enamorado por determinadas questões.”

Folha

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